por Aleksandr Dugin
(2024)
2024 foi proclamado o Ano da Família na Rússia, mas hoje não podemos falar sobre a saúde da família. Os números de divórcios, abortos e queda nas taxas de natalidade são catastróficos, portanto, se quisermos levar o Ano da Família a sério, teremos de recorrer aos clássicos russos e deixar de lado tanto os liberais quanto os comunistas, que só aceleraram a desintegração da família. É necessário dar um passo à frente e voltar às nossas raízes, porque, do ponto de vista histórico, sociológico e antropológico, a família é um conceito que está intrinsecamente ligado ao campesinato. Na sociedade russa, por "família" entendia-se, em primeiro lugar, a família camponesa unida pelo casamento e que vivia em uma casa comum com todos os seus filhos batizados. Às vezes, a família incluía o gado pequeno (ou grande, conforme o caso), a casa, o campo, os pomares, as ferramentas agrícolas e outros implementos, bem como os "trabalhadores" (as palavras rebenok, criança, e rab, escravo, têm a mesma raiz e significam "trabalhadores menores" porque o dever das crianças é ajudar o pai e a mãe). Nos povos nômades, há, é claro, diferenças em relação à organização do território habitado pela família: cada tribo, clã ou linhagem distribuía o território para pastoreio de maneira fixa, daí as tamgas que separavam os pastos nos diferentes clãs que habitavam as estepes da Eurásia.