por Daria Dugina
(2018)
Resumo
Este artigo aborda a realização da filosofia política do neoplatonismo do imperador Flávio Cláudio Juliano. Seu reinado não foi uma tentativa de restaurar ou restabelecer o paganismo, mas sim uma metafísica e temas religiosos completamente novos, que não se encaixavam nem com o Cristianismo, que ainda não tinha adquirido uma plataforma política sólida, nem com o paganismo, que estava rapidamente perdendo seu antigo poder. A categoria central da filosofia política de Juliano é a ideia de um "mediador", o "Rei Sol", que encarna uma forma e uma função metafisicamente necessárias para o mundo, como o "filósofo-governante" de Platão, que conecta os mundos inteligível e material.
Seguindo o princípio platônico de homologia entre o metafísico e o político, Juliano vê o Sol como um elemento da hierarquia universal, que fornece um vínculo entre o mundo inteligível e o material, assim como a figura política do governante, o rei, que na filosofia política de Juliano se torna o tradutor das ideias. Juliano se torna o tradutor das ideias no mundo não iluminado, que está distante do Uno.
O objetivo principal deste trabalho é reconstruir a filosofia política do imperador Juliano e encontrar seu lugar no panorama do ensino neoplatônico. O breve, mas ilustre, reinado de Juliano foi uma tentativa de construir uma Platônia universal baseada nos princípios do Estado de Platão. Muitos dos princípios desenvolvidos na filosofia política de Juliano acabariam sendo absorvidos pelo Cristianismo, substituindo o antigo edifício da Antiguidade.