16/10/2013

Aleksandr Dugin - O Fim do Mundo Presente

por Aleksandr Dugin



(Conferência em Londres em 12/10/2013)

Futuro Pós-Americano

Parte 1 - Filosofia da Presença - Mundo Moderno Presente/Ausente

(Filosófico)

1 - O Mundo Presente não é algo dado. O Mundo é algo que é criado no processo do existir humano. Nós existimos não no Mundo como algo tomado como já dado. Existindo nós constituímos o Mundo pelo próprio fato de existirmos. A Modernidade insiste na objetividade do Mundo. Mas o Mundo objetivo pode estar realmente presente - porque de modo a estar pres-ente ele precisa ter o Ser, ele tem que ser, participar na Essência. Mas a questão do Ser demanda a testemunha que deverá ser o ente pensante. Apenas o momento intelectual define se o Mundo está ou não presente e julgando a Presença ele automaticamente constitui o Mundo como algo presente. Assim o Mundo, para ser, deve estar presente e ser instaurado enquanto tal.

2 - O  Mundo Moderno, a Modernidade é cada vez mais relutante no esforço de tornar o Mundo presente. Assim ele vai relaxando e aqui começa a Pós-Modernidade. A Pós-Modernidade é a recusa de tentar tornar o Mundo algo presente, a recusa de Ser-no-Mundo. O filósofo alemão Eugen Fink dedicou ao problema do Mundo obras filosóficas fenomenológicas muito importantes. Segundo ele, o Mundo não pose ser equiparado à soma das coisas do mundo. Ele é algo mais do que elas porque ele é a Totalidade. A intuição da Totalidade é o esforço existencial que cria o Mundo enquanto Totalidade. Apenas seres humanos conhecem o Mundo precisamente porque apenas seres humanos o criam pelo fato de serem humanos.

3 - Martin Heidegger em "Grundbegriffe der Metaphysik" explorou o tema apontando que a pedra é sem-Mundo (weltlos) e o animal é pobre de Mundo, destituído do Mundo (weltarm). Assim o Mundo está presente quando o humano é humano, quando o homem existe autenticamente. Mas ser humano é difícil, demanda afrontar a morte e o Fim. Existir realmente é existir perante o Fim, no Limiar. E isso significa existir criando o evento do Ser, o entendimento do Ser como algo limitado e finito, cercado pela Morte e pelo Nada. Ser de tal maneira é possível apenas no âmbito do Sagrado. Se abandonarmos o Sagrado nós não podemos perceber o Ser como o evento. E assim perdemos o Mundo como algo presente. Isto é precisamente o fim do Mundo presente como processo de término. Não o Fim como algo dado, mas o Fim como algo que perdura. Findando mais e mais. Cada vez mais aproximando-se do Fim, mas nunca o atingindo efetivamente.

4 - Assim o Fim como Desfecho começa quando nos recusamos a existir autenticamente - em meio ao Sagrado, cercados pela morte e pelo Nada apofático, intensivamente e perigosamente. A Modernidade é precisamente uma época assim. Ela se baseia na objetificação do Ser, na sua commodificação na fase final. Assim, ser moderno no sentido sociológico significa não estar presente. É o famoso esquecimento do Ser, a ausência do Ser, a ocultação do Ser. A Modernidade é a fase em que cada vez mais nos recusamos a existir. Nos recusando a existir nós detemos o processo do presenciamento do Mundo. Detendo o processo do presenciamento do Mundo, o Mundo deixa de estar presente. Ele começa a se tornar ausente. Mas ele perdura. Ele demora a desaparecer apesar de não estamos mais trabalhando para torná-lo presente. O que isso significa? Como podemos explicar a metafísica do atraso?

5 - A única solução é a virtualidade. Nas condições da virtualidade nada precisa estar realmente presente, mas ao mesmo tempo nada está realmente ausente. Por que nada está realmente ausente? Porque a ausência demanda a testemunha que possa dizer que não há algo ou que não há coisa alguma. Mas para que haja testemunha precisamos existir. Mas existir é o mesmo que Ser-no-Mundo. Ser-no-Mundo é o mesmo que tornar o Mundo presente. Mas este não é o caso. E é por isso que o Mundo não acaba de fato como deveria. É por isso que ele prossegue "sendo" como simulacro. É a natureza da virtualidade. A virtualidade é o atraso, o lapso da (pós)história quando não há mais Mundo, mas também não há o Nada. Nem algo, nem nada. A virtualidade é precisamente isso: O Fim sem fim, o eterno desfecho.

6 - As condições pós-modernas tentam tornar essa situação normal e normativa. Se o Fim jamais termina ele não é Fim nenhum. Assim eles zombam da escatologia e promovem suas versões caricaturais. Dessa forma o Fim que não acaba nunca ri de si mesmo brincando com o paradoxo. O Fim do Mundo presente não está além dele, e nem fixado no tempo: ele está do outro lado da virtualidade e ele produz a si mesmo aqui e agora. Mas ninguém o vê porque a virtualidade não nos dá a distância para perceber seu outro lado. Nós estamos em uma armadilha. O Fim está aqui, mas ele nos elude. Ele finge não ser o que é.

7 - Nosso objetivo não é salvar o Mundo. Salvar o Mundo hoje significa salvar o Desfecho, ajudá-lo a findar mais e mais, sustentar sua falsa eternidade e prolongar a ilusão. Nosso objetivo não é pôr um fim ao processo de Desfecho porque fazendo isso estaríamos simplesmente endossando a decadência ainda mais. Nosso objetivo não é começar algo novo, porque em meio ao Desfecho, qualquer coisa "nova" será imediatamente tomado e apropriado pelo Desfecho e transformado em uma nova distração virtual. Nosso objetivo é consertar o Desfecho enquanto Fim e demonstrar a sua real natureza - a natureza do Fim. Apenas assim podemos revelar a ausência do Mundo presente e desvelar o fato de que o Fim é realmente o Fim. Assim precisamos expôr a natureza ontológica da virtualidade naquilo que ela não é presente e não é Mundo.

8 - Se tentarmos comparar a virtualidade com a realidade no sentido da filosofia moderna estamos fadados à ruína desde o início. O conceito da realidade é simplesmente a primeira fase da transição à virtualidade, seu começo. A realidade é o produto da dessacralização do Sagrado, de modo que ela é profana em seu núcleo e o resultado do desencanto reducionista do Mundo. A realidade é em sua essência já a virtualidade. A realidade sendo este conceito moderno é virtual e niilista. Por isso devemos comparar a virtualidade com algo pré-real, isto é, pré-moderno, ou seja, o Sagrado.

9 - O dilema filosófico é Virtual vs. Sagrado. Ambos estão além do Real - um por baixo, e o outro acima.

Parte 2 - O Fim dos EUA - O Fim dos outros países

(Geopolítico)

1 - Geopoliticamente, os EUA demonstram os sinais de seu colapso. Nós vemos a agonia do mundo unipolar. Os EUA não podem mais propor um programa realista de controle imperial global. Há alguns pontos importantes que são centrais.

2 - Economia. O sistema liberal atual é baseado no conceito do crescimento progressivo e ilimitado. Na economia financeira o fator temporal adquire mais e mais significância. Assim, se temos certeza do crescimento do progresso econômico mundial nós avaliamos o futuro de uma maneira muito particular. Isso afeta não apenas o problema do refinanciamento dos créditos mas também grandes segmentos dos instrumentos de crédito e financeiros especiais, a economia das dívidas e daí em diante. Nas décadas de 80 e 90, a economia liberal como um todo contribuiu para persuadir o mundo da certeza do crescimento eterno - o crescimento da classe média, dos salários, da indústria e da economia mundial. O mundo acreditou em sua história. E isso não foi inocente porque essa credulidade abriu novas estratégias econômicas da globalização - uma nova velocidade da globalização que foi definida de uma forma completamente equivocada. Assim os limites do crescimento tidos como inatingíveis foram alcançados no início do novo milênio e este foi o sinal claro da catástrofe. A crise de 2008 foi o último sinal. O colapso do sistema bancário foi evitado apenas pela aquisição de débitos pelos Estados. Mas a política de crédito permaneceu a mesma. Após a indicação de Ben Bernanke todo mundo compreendeu que estávamos adentrando o Apocalipse: A política da Reserva Federal certamente continuaria a mesma e diante de nós havia apenas a falência dos Estados. Os depósitos tóxicos foram transferidos para os Estados e todos os sistemas financeiros globais se tornaram tóxicos. Dessa forma nós aproximamos do momento da falência dos Estados. O que vem a seguir? A falência das sociedades. Porque a última instância a responder pelo colapso do prognóstico falho do crescimento eterno é o povo. Por isso o povo está fadado à ruína. Ele será obrigado a pagar pelas décadas de vida abastada da oligarquia global que já está no passado. O futuro já está vendido. Não há futuro, ele já foi demolido pelo passado recente da euforia pós-Guerra Fria.

3 - Geopolítica. O momento unipolar de dominação americana exclusiva também ficou para trás. O sítio virtual do Projeto do Novo Século Americano criado por neoconservadores está em estado lamentável - sem atualizações, tudo congelado desde o ano 2000. Ninguém ousa prever para os EUA um futuro positivo. O Império Americano está afundando rapidamente. Os países do BRICS ascendem e a China comunista, apesar de toda a baboseira sobre a incompatibilidade entre totalitarismo e crescimento econômico logo será o líder econômico. O exemplo é claro: A democracia liberal não significa automaticamente prosperidade econômica. Ambos níveis são absolutamente independentes. Você pode ser democrático e pobre, totalitário e rico, mas também democrático e rico, totalitário e pobre. Tudo isso depende.

4 - O outro aspecto: Os EUA foram obrigados a retroceder em duas situações concretas e suficientemente humilhantes: O ataque russo à Geórgia, um devotado aliado liberal americano em agosto de 2008 e quando a Rússia e a China se recusaram a permitir que os EUA bombardeassem Assad. A recusa britânica em seguir Washington é bastante sintomática. Este é o verdadeiro fim do Mundo unipolar.

5 - A atual crise do financiamento do governo americano é o outro sinal. Os EUA podem cair muito rapidamente. É certo que os EUA cairão. Não importa se amanhã ou depois de amanhã. Este é o fim: tanto teoricamente como empiricamente. Teoricamente: Os EUA perderam seu poder de fascinação. Ele não inspira suficientemente mais ninguém. Eles tiveram a chance de governar o Mundo, eles fingiram governá-lo. Eles perderam a oportunidade. É hora de pagar por isso. O Império azarado pagará cem vezes mais - é o preço do medo de uns e do engano de outros. Os EUA estão fadados à ruína mais cedo ou mais tarde.

6 - Onde estamos em relação a Israel? Questão séria. O problema de Israel não é geopolítico ou econômico. É teológico. Seu Messias não está vindo. Os cálculos judaicos dizem de forma unânime: essa é a hora, ele certamente deve se apressar. Se os EUA caírem haverá quase imediatamente um país a menos. Adivinhem qual? Então ele definitivamente tem que aparecer porque todas as ações políticas e militares dos judeus na segunda metade do século XX foram orientados para sua vinda. Se ele se atrasar eles estão perdidos. Ele não virá nem agora, nem depois. E essa é uma péssima notícia. Péssima notícia para bons judeus. Eles podem promover um simulacro similar a Sabbatai Zevi. Um Messias virtual. Parece que eles podem. E eles talvez o façam. Pior para eles. A internet não pode salvá-los. Nem o bezerro de ouro, nem a Grande Mentira.

7 - A inadimplência definitiva dos EUA pode ser considerada como boa notícia (dessa vez) para os países do BRICS e para todos os partidários da multipolaridade - no Oriente, na América Latina, na Eurásia e daí em diante. Mas também há um problema. O nível de liberalização, democratização, americanização, globalização e por aí vai é raso demais para ser irreversível, mas profundo demais para ser inocente. Ele alcançou praticamente o âmago das sociedades não-ocidentais. Isso não é suficiente para que eles sejam ocidentais e modernos (pós-modernos) mas o suficiente para que não sejam mais orientais ou tradicionais. Assim o colapso dos EUA não significará a vitória definitiva da Rússia, da China, da América Latina, da Índia ou dos países árabes. Suas elites e parte considerável de sua sociedade são ocidentalizadas o suficiente para nem mesmo imaginar a alternativa. Todos ali continua a crer religiosamente nos EUA e no Bezerro de Ouro. Os concorrentes e inimigos dos EUA são modernistas e ocidentais por dentro. Todos querem que o EUA fique mais fraco, mas ninguém quer que ele desapareça. Mas ele vai desaparecer. Essa será a catástrofe para todos os países, porque eles cairão logo em seguida. Inevitavelmente. Vendo os EUA caindo, todos correrão para ajudá-los. Será inútil. Sua vez de cair chegará rápido.

8 - Os EUA são o liberalismo, sua fase final. Os EUA são a Modernidade em si mesma. Os EUA são a Pós-Modernidade. O Império do Fim. O último. O fim dos EUA será o fim da Modernidade enquanto tal. Ele destruirá tudo que é moderno. Não apenas o capitalismo financeiro da nova economia, não apenas a oligarquia financeira, mas toda a economia incluindo a indústria que está entranhada demais na estrutura financeira global. Apenas as comunidades rurais agrícolas quase autossuficientes podem sobreviver. Um cenário ao estilo "Mad Max" está diante de nós.

9 - Assim o Fim dos EUA significará o Fim da Modernidade enquanto conceito sociológico, histórico e filosófico, incluindo sua ciência, sua antropologia, sua técnica e daí em diante. Tudo que está contaminado pela Modernidade cairá. Nós aproximamos do Fim do Mundo Moderno. Quando exatamente? Ninguém poderá dizer definitivamente - Eu penso que será logo. Ou talvez um pouco depois. Veremos.

Parte 3 - A Escolha - Platonópolis - Teoria Política e Multiplicidade de Daseins - Os Titãs

(questão moral)

1 - O panorama filosófico e geopolítico da situação, com alguns pontos conscientemente enfatizados de uma forma um tanto quanto excessiva para esclarecer as coisas, levanta uma questão de natureza moral: o que fazer? Temos uma escolha, e se sim, qual é a escolha?

2 - Eu creio que a escolha existe sempre porque a essência do ser humano é a liberdade. Mas nem sempre a escolha é idêntica ou indefinida. Cada situação histórica pressupõe a escolha especial ou um conjunto de escolhas. E escolhas são distribuídas de uma maneira muito particular entre diferentes tipos de pessoas. Por isso eu dou minha opinião - a minha escolha.

3 - Minha escolha é a Quarta Teoria Política para além das três expressões políticas da Modernidade - liberalismo, comunismo e fascismo. Todas elas estão impregnadas pela Modernidade. Eu recuso a Modernidade (essa é minha escolha) e estou satisfeito que ela esteja chegando a seu fim. Para mim ela sempre foi o Fim e eu desfruto do Fim final do Desfecho. Eu penso que precisamos em primeiro lugar encontrar o espaço adequado para além da realidade virtual da Modernidade em que devemos estabelecer a figura da Testemunha que pode pronunciar a verdade da ausência do Mundo virtual não-presente fingindo estar presente. Precisamos emigrar da Modernidade para o âmbito do Sagrado e ali preparar nossa base estratégica. Esse é o esquema principal da Quarta Teoria Política - criar uma Filosofia Política completamente nova, uma Metafísica Política completamente livre da Modernidade - contra o liberalismo, contra o comunismo e contra o fascismo.

4 - Precisamos afirmar o novo sujeito político: não o indivíduo (como no liberalismo), não a classe (como no comunismo), não a raça (como no nacional-socialismo). Assim eu proponho que ele seja o termo filosófico Dasein - o Ser-aí. Isso significa aproximadamente o núcleo da existência humana como presença pensante. A partir desse ponto precisamos preparar a Revolução existencial, o levante do Dasein contra formas alienantes da Modernidade. Indivíduo, classe ou raça são conceitos. O Dasein não é conceito, ele é a Presença em si, a Presença constituindo o Mundo - como Evento, como espaço existencial cercado pela Morte. O Ser no limiar da Morte - perigosamente, pensando, criando a Totalidade como explosão de Luz - é o eixo do Dasein. Cada homem e cada mulher pode descobrir o Dasein dentro de si, ou melhor se descobrir dentro do Dasein. O Dasein é essência humana - Menschsein. Tudo pode passar ou mudar. O Dasein está sempre aqui, pode estar aqui, deve estar aqui. Ele dorme. A Modernidade está fundada no adormecer do Dasein. Ele deve ser despertado. Ele deve se erguer. Ele deve começar a pensar e agir.

5 - Heidegger definiu o Homem como Guardião do Ser. O termo "Guardião", em grego fulax, é o nome do chefe político do Estado ideal de Platão, o governante filósofo. O Chefe do Estado no Estado perfeito em al-Farabi é considerando no sentido platônico como aquele que está unido ao Intelecto Divino, o governante profético, o Rei Filósofo. O Dasein existindo autenticamente é o Rei Filósofo. Minha alternativa é a Platonópolis, onde governam os fenomenólogos - os Filósofos da escola heideggeriana. Assim a humanidade está concentrada no Dasein daqueles que existem autenticamente. Eu sou a favor do Império existencial, o Império do Evento, Er-Eignis, o Império do Ser que deve ser a alternativa absoluta a esse pseudo-Mundo findante e sempre tardio do simulacro.

6 - Para dar o passo decisivo precisamos definir o momento adequado entre cedo demais e tarde demais - isto é, o Kairos, o momento exato. Tal momento se aproxima de nós, chega cada vez mais e mais perto. O momento de sua queda deve ser o momento de nossa possível ascensão, a janela de oportunidade pelo menos. Mas isso não pode ser algo mecânico - a queda dos EUA provocará a queda de outros. Por isso precisamos estar separados desses "outros", para não estamos com eles em seu fim - todos eles mereceram deixar de existir porque eles se recusaram a estar realmente ali, recusaram Ser-aí. Por isso precisamos nos posicionar contrariamente ao que se seguirá naturalmente à queda dos EUA. A queda do mal principal será seguida pela queda dos males menores. Precisamos não estar com eles. Este será o momento de atacar. Nosso Kairos.

7 - A Quarta Teoria Política é pluralista. Eu creio na multiplicidade e na diversidade de Daseins. Cada cultura ou civilização. Cada religião e sociedade tem seu próprio Dasein especial. Nós não podemos impôr nossos critérios existenciais sobre eles. Eles precisam despertar seus Daseins por conta própria. Todos compreendem o Evento em termos próprios. Para o iraniano é a vinda do Mahdi. Para os aztecas o Retorno de Quetzacoatl. Para os europeus é o despertar do Imperador adormecido. Para os indianos é Kalki. Para os budistas é Maitreya. Para nós russos é o aparecimento de Santa Sofia, a epifania feminina do Logos Sagrado. Que os povos ressuscitem seus Deuses. Todos eles foram mortos ou expulsos pelo teocídio titânico da Modernidade. Como disse Friedrich Jünger: "Onde não há mais Deuses, ali aparecem os Titãs". Os Titãs. Nome correto. Eles se ergueram ao topo da Montanha Sagrada, eles expulsaram nossos Deuses, eles impuseram sua visão materialista pervertida e suas sociedades corruptas e elites gananciosas. Eles prometeram húbris enquanto norma. Isso é a Modernidade - em cada versão: capitalista, marxista ou nacionalista. Agora é o tempo certo para os Titãs caírem. E para os Deuses retornarem.

8 - Heidegger uma vez disse: "É vão esperar que Deus ou os Deuses virão. Ele ou eles não virão. Porque eles aguardam que nós vamos e preparemos o lugar para seu Retorno". Pôr um Fim ao Desfecho eterno é nossa tarefa. Não a deles. Nossos Deuses são diferentes. Mas os inimigos de todos os Deuses são os mesmos. Os Titãs. Agora eles estão no limitar do mais elevado ponto imaginável. Porém nada pode crescer infinitamente. Chega o momento de sua queda. Esse momento está próximo. Mas quando? Isso talvez dependa de nós.

Obrigado por sua atenção.