por René-Henri Manusardi
(2023)
Entre a primeira e a segunda metade da década de 1990, o debate sobre o declínio da psicanálise foi atual nos campos cultural e médico-científico, tornando-se rapidamente o tema de discussões acaloradas e pontos de vista às vezes antitéticos e muitas vezes conflitantes, uma espécie de disputa inflamada que durou, com consequências inevitáveis, mais ou menos até a primeira década dos anos 2000, da qual jornais, revistas e periódicos ainda preservam a memória. Nunca foi minha intenção entrar no mérito de uma controvérsia cujas implicações corriam o risco de se mostrarem estéreis e infrutíferas, embora eu, pessoalmente, sempre tenha tido ideias precisas sobre a psicanálise, nas quais tentarei me concentrar agora. Naquela época, eu estava presente como "pesquisador de campo" (pathfinder) no setor neuromédico e no da Psicologia Transpessoal, entre outras coisas como membro da Associação Italiana de Psicologia Transpessoal da psicoterapeuta Laura Boggio Gilot, bem como da Associação Americana de Psicologia. Tudo isso aconteceu antes da minha decepção com a globalidade das correntes psicoterapêuticas, nas quais permanecia uma weltanschauung reducionista que via o ser humano como constituído exclusivamente pelo binômio "corpo-mente" e excluía a priori a realidade da alma, o que resultou na minha saída do campo da Psicologia.