14/03/2011

Intolerância ou Fanatismo

"A intolerância pode definir-se, aproximadamente, como a virtude do homem que carece de convicções. A intolerância é a resistência com a qual recebe as idéias definidas uma massa de gente cujas idéias resultam indefinidas em extremo. A intolerância poderia ser considerada como o horrível pânico dos indiferentes. Este pânico dos indiferentes é, em realidade, algo terrível; algo que tem gerado perseguições monstruosas e duradouras. Nesse sentido, nunca foi a gente muito consciente a que se dedicou a perseguir; a gente muito consciente nunca foi o bastante numerosa. Os que encheram o mundo de fogo e de opressão foram aqueles que não se importavam com nada. Foram as mãos dos indiferentes as que prenderam as tochas; foram as mãos dos indiferentes as que acionaram o aparelho de tortura. Houve algumas perseguições surgidas da dor de uma certeza apaixonada, porém essas não produziram intolerância, mas sim fanatismo, algo muito diferente e em certo sentido admirável. 

A intolerância, em geral, tem sido sempre a onipotência constante daqueles que com nada se importavam, para confinar na escuridão e no sangue as pessoas com convicções".
(G.K. Chesterton)