"No paganismo, os deuses não se confundem com o Ser. Não são as causas de todas as formas de ser. Heidegger, dentro do mesmo espírito, diria em 1951: 'Ser e Deus não são idênticos e nunca tentarei pensar na essência de Deus como sendo o Ser (...) Creio que o Ser nunca pode ser pensado como estando na base e como essência de Deus e a sua manifestação pode tocar o homem, é na dimensão do ser que ela fulgura o que não significa de forma alguma que o Ser possa ter o sentido de um predicado possível para Deus.'
Heidegger quer dizer com isto que é no Ser que o deus pode chegar, mas que não chega como a última palavra do Ser. Ao contrário, a teologia cristã identifica o Ser como Deus criador, fazendo deste o primeiro e incondicionado fundamento, a causa absoluta e infinita de todas as formas de ser. No entanto, o cristianismo condena-se a não se poder manifestar sobre o horizonte ontológico ao qual chama o mistério do Ser.
As línguas indo-europeias não dispõem rigorosamente de nenhum termo para designar o ser supremo do monoteísmo bíblico. A atribuição a este último da palavra 'deus', ornamentada com uma maiúscula e de acréscimo arbitrariamente privado de feminino e de plural, é uma convenção perfeitamente arbitrária: onde nos habituámos a ler 'Iavé o teu Deus'(DT.18,15) deve ler-se na realidade, segundo o texto hebraico: 'Iavé Adonai, o teu Elohim'. Uma tal tradução esvazia a palavra 'deus' do seu sentido original para lhe atribuir outro. Cria a ilusão de que todas as religiões têm um 'Deus' e que só se diferenciam pela forma de o designar, encobrindo ao mesmo tempo que através da mesma palavra designamos realidades totalmente diferentes. Quem quer falar de 'deus' não se pode privar desta ambiguidade."
Heidegger quer dizer com isto que é no Ser que o deus pode chegar, mas que não chega como a última palavra do Ser. Ao contrário, a teologia cristã identifica o Ser como Deus criador, fazendo deste o primeiro e incondicionado fundamento, a causa absoluta e infinita de todas as formas de ser. No entanto, o cristianismo condena-se a não se poder manifestar sobre o horizonte ontológico ao qual chama o mistério do Ser.
As línguas indo-europeias não dispõem rigorosamente de nenhum termo para designar o ser supremo do monoteísmo bíblico. A atribuição a este último da palavra 'deus', ornamentada com uma maiúscula e de acréscimo arbitrariamente privado de feminino e de plural, é uma convenção perfeitamente arbitrária: onde nos habituámos a ler 'Iavé o teu Deus'(DT.18,15) deve ler-se na realidade, segundo o texto hebraico: 'Iavé Adonai, o teu Elohim'. Uma tal tradução esvazia a palavra 'deus' do seu sentido original para lhe atribuir outro. Cria a ilusão de que todas as religiões têm um 'Deus' e que só se diferenciam pela forma de o designar, encobrindo ao mesmo tempo que através da mesma palavra designamos realidades totalmente diferentes. Quem quer falar de 'deus' não se pode privar desta ambiguidade."
(Alain de Benoist)