Por Alexander
Dugin
1. Uma
Entrada Aberta para o texto Oculto de Cesare della Riviera
“O Mundo Mágico dos Heróis” (Il
mondo magico de gli heroi), o livro de Cesare della Riviera, foi publicado em
1605. Mais tarde, no Século XX, Julius Evola o republicou com os
seus comentários, assegurando que neste tratado hermético podem ser achadas as
afirmaçõs mais claras e abertas dos princípios espirituais, alquimia e arte
hermética. No entanto, Rene Guenon nota na sua crítica, que o trabalho de della
Riviera está longe de ser tão transparente quando assegurado no comentário de
Evola.
E de fato, “O Mundo Mágico dos
Heróis” é enigmático até o limite – primeiro, pela sua forma literária, e
segundo, porque os conceitos com os quais o autor lida são, as vezes,
extremamente misteriosos em si mesmos, nada claros, e não tendo nada
equivalente na realidade concreta.
Mas, talvez, as dificuldades em
entender o dado tema emerjam justamento por causa do “princípio heróico”, a
figura do Heróis está longe da esfera do que nos rodeia hoje? Talvez este
difícil texto seja claro como cristal para os verdadeiros heróis e não precise
de nenhuma decodificação posterior?
Ele é claro como cristal e
transparente como o gelo…
2. Cosmogonia do Gelo
No livro de Evola, voltado para os
diferentes problemas da Tradição e da política, há sempre um apelo para o
príncipio do Frio. O tema do Frio emerge cá e lá, independente do contexto
tratar de tantra ou da posição existêncial do “homem solitário”, Budismo-Zen ou
mistérios cavaleirescos da Europa medieval, arte moderna ou notas
autobiográficas. “Frio” e “Distante” são duas palavras que, talvez, seja
encontradas mais frequentemente do léxico do “Barão Negro”.
O heróis, pela própria definição,
deve ser frio. Se ele não se separar daqueles à sua volta, se ele não congelar
a energia do humanitarismo diário, dentro dele, ele não estará no patamar de
praticar o impossível, ou seja, no patamar que difere o herói do meramente
humano. O humano deve deixar as pessoas e viajar além dos limites do conforto
social, para onde existam os ventos penetrantes de uma realidade objetiva, um
rugido severo e não-humano. O solo e as pedras se opõe aos mundo animal e
vegetal. E vegetação agressivo corrói os minerais, e animais selvagem ferozmente
destroem as ervas obstinadas. Os elementos fora da sociedade não demonstram
piedade. O mundo em si mesma é um triunfante banquete de substância, do qual o
nível mais profundo se funde com os caroços do gelo cósmico. O herói é frio
porque ele é objetivo, porque ele aceita a corrida de revezamento de forças,
furiosas e cruéis, no mundo.
O caráter de todos os heróis – de
Hercules até agora – são idênticos: eles é profundamente natural, elemental,
abissalmente frio e distante dos compromissos sociais. Eles são todos
portadores do abismo da objetividade.
Nesta maneira estranha e
hermética, Cesare della Riviera então interpreta a palavra “Angelo”
(anjo):ANGELO = Antico Gelo, ou seja “Anjo = Gelo Antigo”.
Isso está conectado com a próxima
fase do feito heróico, não uma viagem pela realidade, mas uma fuga dos seus
limites – escapar das suas amarras.
A Alquimia e a Cabala guardam
muito conhecimento sobre o segredo da “Fortaleza de gelo”. Ela é uma fronteira
que separa as “águas inferiores” da vida das “águas superiores” do Espírito. A
frase de della Riviera tem um sentido estritamente teológico: deixando a esfera
da vida emocional, o heróis se transforma em um pequeno crital de gelo, um anjo
luminoso no oceano espelhado do Espíito, no qual um trono divino de Resi é
fundado. A Rainha da Neve do conto-de-fadas de Andersen forçava o garoto Kai a
moldar pedaços de gelo emu ma misteriosa palavra angelical – “Ewigkeit”, mas as
forças cálidas da terra (‘Gerda’ significa ‘Terra’ em Alemão antigo) puxaram o
infeliz herói, novamente, para uma vida miserável e sem esperanças. Ao invés de
um anjo, ele se torna um Burgúndio Escandinavo da cara vermelho com cerveja e
salsichas. Frio é um atributo de um cadáver e de um Iniciado. O corpo dos yogin
congelam no processo de despertas a sagrada energia da serpente – o quanto mais
alto a Kundalini sobre, mais sem vida as partes do corpo correspondente se
tornam, até que o Iniciado tenha se transformado em uma estátua de gelo, um
eixo de constância espiritual.
Cada herói, necessariamente, viaja
do polo ao coração da meia-noite. Lá ele aprende a amar a escuridão e a
substância obscura, que é chamada de “nossa Terra” ou de “Magnesia dos
filósofos” pelos alquimistas. A urna que contém as cinzas do Barão Evola está
enterrada em uma grossa geleira nos Alpes, no cume do Monte Rosa. A montanha,
provavelmente, recebeu este nome em honra da sagrada amada de Friedrich II
Hohenstauffen, aquela que não morreu. La Rosa di Soria. A
Rosa Polar.
3. A Viagem da Ninfa Polar
Cyliani, um misterioso alquimista
do Século XIX, de quem o pseudônimo só fora desvendado com a ajuda de Pierre
Dujols (Magaphon), amigo de Fulcanelli e... um Valois secreto, escreveu que a
viagem heróica para dentro do “mundo mágico dos heróis” começou com uma
estranha visita da “Ninfa da Estrela Polar”...
Para onde seus passos guiam?
Eles conduzem para dentro. Para
dentro da Terra, onde uma matéria fantástica chamada “ácido sulfúrico dos
filósofos” se esconde. Visitabis interiora terrae
rectidicando invenies occultum lapidem. A pedra é completamente negra, como uma
alma, no “antimimon pneuma”* dos Gnósticos. Lá, na negrura da insegurança
pessoal do “Eu” indiferenciado, se esquivando de um nome, a façanha mágica
começa. Se o heróis não se questionar do que se constitui sua essência aparente,
ele está condenado. Mesmo os pais divinos não dão uma resposta para o problema
da origem do “Eu”.
4. O Segredo do Dragão Celestial
A busca pela ninfa está ligada com
o problema original da definição da estrela polar. O polo divino gira, como “Atalanta
fugiens”. Certa vez, uma delgada criatura se escondia nos pelos da Ursa Maior,
perto de Arcturus. Ela se chama de “Shemol”. Nos 12 mil elas ela falará de si
mesma – “Eu sou Vega”. Mas o que é o Eixo em que o Eixo dos milênios gira em
torno?
Ponto negro nos céus do norte. O
Dragão gira em volta dela, tentado o firme observador, oferecendo os frutos
duvidosos de conhecimento. A ninfa polar deu à Cyliani a chave da vitória
contra este Dragão. Herméticistas a consideram uma qestão da matéria
primordial. Dragão Celeste, o verdadeiro norte da eclíptica. Ele está
protegendo o coração boreal contra a expansão negra, como uma espiral
delineando um centro inexistente.
5. O Segundo
de Betelgeuse
Orion é a mais misteriosa de todas
as constelações. O tempo está se escondendo em seu ombro direito. Ele é o herói
principal do mundo subterrâneo (e não apenas subterrâneo!). Betelgeuse
significa “Ombro do Herói” em Árabe. É neste mesmo ombro que se mantém o
segredo de um livro, que primeiro Fulcanelli deu à Canseliet, e depois
desistiu, proibindo a sua publicação. Está matéria diz respeito ao “Finis
Gloria Mundi”, terceiro livro do adepto. Quando o leite de Virgem toca o ombro
forte do “deus negro”, e assim ele perde as mãos sob as facas dos executores
impiedosos, um incêndio mundial está chegando, a esfera está a derrubar. Os
céus caem. Eles são feitos de rocha, como todo mundo sabe. Os Heróis estão
secretamente preparando choques terríveis para a sociedade. A sociedade se
consola com o fato de que os baniu da história, mas onde está a fronteira precisa
entre literatura e gama nuclear, entre um canto escuro para meditar e um tapete
de bombardeios?
Para nossa informação, os agente
de Betelgeuse, habitants do “mundo mágico dos heróis”, disfarçados de agentes
de Estado, abriram caminho para a casa-das-máquinas da autoridade. Há apenas
certezas de sequências celestiais e ciclos processionais em suas mentes. Um
fogo nuclear no Hemisfério Norte é uma via ao Olimpo, o fogo de Hercules para
eles. Além do externo, Evola tinha uma missão secreta.
6. A Floresta de Rambouillet
“A floresta de Rambouillet é uma floresta de sangue” – Jean Parvulesco hipnoticamente repetiu na sua novela. Um veado branco com sua garganta cortada é achado lá, então o cadáver nu de uma mulher com ferimentos idênticos. O bosque mágico em que Dante perdeu se perdeu de seu caminho. “Floresta dos Filósofos” Em uma certa inscrição, ilustrando a “Tabula Smaragdina” de Hermes Trismegistus, o homem com uma cabeça de alce dá a Lua à Eva. Mais tarde, se acreditarmos em Parvulesco, eles se encontrarão o jardim de Rambouillet.
Um encontro sem alegria.
“Um dia a Apollo retornará, e
dessa vez, pra sempre”, - dizia a última profecia de um Pitonisa de Delfos no
Século IV d.C.
*Espírito Falsificado