por Mario Polia
(2023)
Uma famosa epígrafe romana sintetizava desta forma as virtudes da matrona falecida a quem era dedicada: «Foi casta, fiou a lã, preservou a casa». As afirmações contidas na epígrafe em questão – que na época soavam como elogios – foram objeto de ataques virulentos não apenas por parte do feminismo local, mas, em geral, da cultura “laica e progressista”. Elas demonstrariam, sem sombra de dúvida, como, na antiga Roma, o papel da mulher era circunscrito ao âmbito da relação conjugal, portanto limitado à esfera afetiva e à procriação e reduzido à gestão dos trabalhos domésticos dos quais a dona de casa tinha que se encarregar, ou aos quais, quando a posição social permitia, supervisionava na função de “domina”.