"Nas sociedades europeias antigas, a problemática dos sexos não era vivida como conflito porque essas sociedades reconheciam à mulher uma função social específica. Esta função, de caráter privado, não era considerada como menos preciosa nem menos fundamental que aquela, de caráter público, que era assumida pelo homem. Ora, hoje, esta função social já não existe porque ela foi tomada a cargo pela coletividade. O Estado, dotado de prerrogativas sócio-econômicas novas, encarrega-se a si mesmo cada vez mais da educação das crianças e da segurança das pessoas. A mulher encontra-se assim despojada das prerrogativas educativas e 'tranquilizantes' que, outrotra, eram colocadas sob a sua responsabilidade. Assim, ela é levada 'a libertar-se' de um lar que se tornou uma espécie de concha vazia — e onde ela já não tem papel a desempenhar. E como a função social masculina, apesar de se transformar, se manteve, a única possibilidade para a mulher de reassumir responsabilidades é procurar assumir, tanto quanto o possa, a função social do homem, esforçando-se por demonstrar que 'não existem diferenças' entre eles."
(Alain de Benoist, Em "Nova Direita Nova Cultura")