por Alfonso de Filippi
(2011)
Se lembrarmos corretamente, na primeira metade do século passado, um filósofo agora esquecido e "homem santo" do antifascismo liberal havia pensado que poderia descartar a mensagem de O Declínio do Ocidente de Oswald Spengler com algum tipo de ato supersticioso partenopeu. O leitor que, em nossos dias, se perguntaria se o mundo está falando mais sobre Oswald Spengler ou Benedetto Croce, não teria, acreditamos, nenhuma dúvida em dar uma resposta em favor do filósofo alemão[1].
Para demonstrar que ainda hoje, ou melhor, especialmente hoje, é útil ler e refletir sobre as obras de Spengler (e não apenas sobre as mais conhecidas[2]) existe um belo livro publicado nos EUA em 2001, mas, na opinião do escritor, tornado ainda mais interessante pelos acontecimentos após a queda das Torres Gêmeas (considerando também o estado crítico da economia mundial nos últimos anos). Trata-se do trabalho de John Farrenkopf, Profeta do Declínio: Oswald Spengler sobre História Mundial e Política (Lousiana University Press, USA,2001)[4].
No volume, que não queremos resumir aqui, mas apenas tocar em alguns pontos que consideramos particularmente suscetíveis de provocar nossas reflexões, tomando como certo o conhecimento dos leitores sobre o pensamento de Spengler, encontramos antes de tudo um esboço da biografia do filósofo e acima de tudo a "evolução" de seu pensamento. Como é sabido, Oswald Spengler, que o grande Francis Parker Yockey descreveu como "o filósofo do século XX", nunca conseguiu dar forma completa ao seu pensamento em uma obra "definitiva". De fato, em suas chamadas obras "menores", posteriores à obra principal, pode-se encontrar pontos de vista diferentes daqueles expressos em O Declínio do Ocidente por exemplo, sobre o problema da impermeabilidade de várias civilizações às influências de outras culturas, cuja possibilidade foi praticamente e injustamente negada em Declínio.