por Augusto Fleck
(2022)
O que é noomaquia?
Em primeiro lugar gostaria de dizer que é muito difícil delinear um tema tão extenso e complexo em um momento tão curto. Por isso, minhas primeiras palavras devem ser em tom de alerta e de convite para que, suscitadas as devidas reflexões a respeito do tema apresentado, cada um se sinta movido na direção de um melhor e maior entendimento das concepções duginianas sobre a noomaquia e sua importância para o mundo multipolar. Muito deste conteúdo pode ser encontrado em todos os escritos do professor Dugin, divulgados e debatidos amplamente pela Nova Resistência, assim como na tradução das aulas introdutórias ao tema da Noomaquia, presentes no acervo do blog Legio Victrix.
Sobre a pergunta acima, sua resposta é complexa, mas tentaremos dar alguns passos iniciais. Nossa questão, é, fundamentalmente, quem somos, e nossa luta é, fundamentalmente, uma luta de ideias, uma luta mental. O século XX foi marcado por essa luta, mas essa luta se deu num campo profundamente desigual, em que a essência de quem somos estava dada, ainda que quase imperceptivelmente, por apenas um dos lados. Isso deixa claro que não nos bastam questões ideológicas que não coadunem com nossa essência. Uma integração cultural, política e econômica dentro de um polo civilizacional pode ser, como vemos no caso da UE, uma integração a favor do imperialismo. Um nacionalismo, como recentemente defendido pelo profeta do fim da história liberal, Francis Fukuyama, pode ser uma manifestação deste mesmo liberalismo. Não nos basta sermos um polo íbero-americano nacionalista, se não compreendermos como sê-lo. A resistência deve ser, portanto, de essência. A noomaquia é a revelação desta batalha, sua manifestação no mundo cultural, cultura entendida aqui como perspectiva, cosmovisão, isto é, a visão existencial do mundo.