ÍNDICE
Lição I: Noologia
Lição II: Geosofia
Lição III: O Logos da Civilização Indo-Europeia
Lição IV: O Logos de Cibele
Lição V: O Logos de Dioniso
Lição VI: A Civilização Européia
por Aleksandr Dugin
(2018)
Agora falemos sobre o Logos Cristão. Por isso, agora faremos uma breve análise noológica do Cristianismo e da tradição cristã. Eu gostaria de dizer que isso não é dogmático. Estamos considerando o cristianismo como fenômeno cultural, social, político, estrutural, filosófico. Portanto, não defendemos nem acusamos o Cristianismo; lidando aqui, creio, em sua maioria com cristãos ortodoxos como eu, vamos tratar o Cristianismo da maneira correta, mas não insistindo muito em nossas preferências confessionais. Isso é uma espécie de análise noológica. Não discutimos a verdade ou heresia ou o que foi aceito como dogmaticamente correto ou herético. Tudo de que vamos falar será considerado do ponto de vista noológico, da análise estrutural.
Antes de tudo, quando consideramos o Cristianismo e a doutrina cristã do ponto de vista noológico, com base na geosofia e nos Três Logoi, poderíamos facilmente, desde o início, formular alguns princípios gerais a respeito do Cristianismo. Antes de tudo, o Logos do Cristianismo é claramente apolíneo. Antes de mais nada, temos a verticalidade. E o conceito de Deus Pai, o Pai Celestial, a Santíssima Trindade, e a transcendência do Criador diante da criação, tudo isso expressa uma espécie de Logos de Apolo tradicional que já conhecemos. Isso é pura organização vertical do espaço metafísico. Há o Pai Celestial (Pai, não Mãe) que está no Céu, que está na transcendência, que criou o mundo. Ele, portanto, se move de cima para baixo. A criação se desloca da eternidade ao tempo, do céu à terra, de Deus ao homem e às outras criaturas. Há uma lógica puramente apolínea nos princípios dogmáticos básicos. Todas as três pessoas da Santíssima Trindade são consideradas masculinas. Isso é muito importante. Deus Pai, Deus Filho, e Deus Espírito Santo. Todas as três são consideradas como figuras masculinas. Isso, no sentido simbólico, é muito importante. A relação entre a criatura e o criador é hierárquica. As coisas criadas devem ser submetidas ao criador. Portanto, isso é um tipo de hierarquia. E esta verticalidade é a característica básica da tradição cristã. Isso é parte fundamental da essência da tradição cristã. Ela é patriarcal.