por Alberto Buela
(2019)
Quando há muitos anos líamos “A Sociedade Aberta e seus Inimigos” (1966) de Karl Popper (1902-1994) pensávamos que era uma proposta inocente de um judeu liberal de origem austríaca contra o marxismo, e nunca suspeitamos que este livro pudesse ser hoje a bíblia de seu correligionário George Soros e de sua fundação Open Society, que alenta todas as propostas culturais de que padece o Ocidente: campanhas internacionais a favor do aborto, dos grupos LGBT, feministas, aborígenes na América do Sul e imigração islâmica na Europa. A favor também dos programas de aprendizagem global do inglês (Globish) contra o castelhano. Financiou ultimamente a grande marcha de 6 mil migrantes que partindo de Honduras chegou à América do Norte.
O recente Pacto Mundial sobre Migrações, que Macri assinou alegremente, mas não o fizeram Brasil, Chile e Israel, colocou no destaque das notícias mundiais esta tarefa de sabotagem das identidades nacionais que leva adiante a fundação Open Society.
Victor Orban, o presidente da Hungria afirmou que: “Soros vai trazer à Hungria milhões de africanos...é o homem mais perigoso do mundo...se fez rico denunciando outros judeus...é anticristão”.
O ideal que propõe é de um liberalismo progressista, que busca a abertura de todas as sociedades dissolvendo os diferentes ethos nacionais em um homem mundialmente homogeneizado.
Um operador privilegiado em prol deste ideal foi o inglês Peter Sutherland que diante da Câmara dos Comuns do Reino Unido sustentou em junho de 2012: “A União Europeia deve sabotar a homogeneidade das nações”. Há dois autores que estudaram as consequências políticas e culturais do denominado popperismo: o belga e amigo Robert Steuckers e o francês Thierry Meyssan e a eles se pode consultar com proveito.
Um exemplo vale por mil palavras, a coincidência de ideias entre um ultraliberal como José Luis Espert e um de esquerda como Nicolás del Caño: os dois são contra o sistema previdenciário, os dois a favor do aborto, para os dois Macri e Cristina são a mesma coisa, e seguem as coincidências.
O seu ideal é a formação de um sujeito único e homogêneo, que a partir da direita ou da esquerda pense, mutatis mutandi, de maneira similar.