por Aleksandr Dugin
No segundo turno das eleições presidenciais na França, Marine Le Pen e Emmanuel Macron se enfrentarão.
Esta é uma situação muito interessante.
Em primeiro lugar, como no caso de uma votação nas eleições presidenciais dos EUA, observamos uma divisão estrita de todo o eleitorado - mais amplamente, de toda a sociedade francesa em duas partes:
1) o povo e 2) as elites políticas globalistas que influenciaram uma parte da sociedade francesa e conseguiram enganá-la.
O segundo turno ocorrerá inequivocamente como a batalha do povo da França contra as elites alienadas. Máscaras foram descartadas: o candidato do Povo (Marine Le Pen) contra o candidato do Sistema (Macron).
Marine Le Pen é uma figura política. Macron é um microchip do sistema (seu nome francês é "Micron").
Dois outros candidatos poderosos - Fillon e Mélenchon - perderam a disputa. O candidato de direita Fillon, que foi severamente atacado pelo Sistema desde o início da corrida por causa de suas declarações amigáveis sobre a Rússia, curvou-se às elites a respeito da Rússia e começou a se expressar mais vagamente. E ainda assim ele perdeu.
Marine Le Pen foi a Moscou, encontrou-se com Putin e não ficou com medo. E ela ganhou. Portanto, ela é hoje o líder indiscutível de todas as forças conservadoras francesas. Os esforços para demonizá-la falharam, e seu avanço no segundo turno é uma vitória colossal. Nossa vitória. Agora, todos os adversários do «Pântano Mundial» têm um símbolo - a nova Joana d'Arc da política europeia.
O populista de esquerda, Mélenchon, não conseguiu entrar no segundo turno. ALiás ele estava conduzindo a campanha eleitoral com bastante sucesso. Este maçom hereditário, por um lado, assustou seus irmãos no sofá com suas críticas esquerdistas à União Européia e apelos diretos às massas, que já estão francamente odiando as elites globalistas. Mas, por outro lado, ele assustou os franceses mentalmente sãos exaustos com a migração descontrolada e com o politicamente correto Mélenchon cuspiu na cara do francês nativo, permitindo-se declarações racistas (anti-brancas), e foi rejeitado.
Portanto, no segundo turno não haverá uma luta de representante do populismo de direita e do representante do populismo de esquerda como poderia acontecer se Mélenchon tivesse se saído melhor do que Macron (que era estritamente nulo). Temos outro cenário: haverá um choque entre Marine Le Pen como uma candidata do Povo (representando ambos os lados do populismo - direita e esquerda) e Macron - candidato puro do Sistema. O Sistema se torna cada vez mais manifestamente contra o Povo de forma cada vez mais explícita. Isso significa que parte do eleitorado anti-Sistema de Mélenchon, assim como parte do eleitorado conservador de Fillon, virá a Marine Le Pen. Isso nem mesmo dependerá de por quem Fillon e Mélenchon convidem seus seguidores a votar. Fillon já covardemente chamou para votar contra Marine.
Mas o Povo é guiado por outra forma de raciocínio. E suas simpatias em todo o espectro - do populismo (direita e esquerda) ao conservadorismo - hoje pertence a Marine Le Pen, um candidato da Frente Nacional.
Entre o primeiro e o segundo turnos surpresas graves podem ocorrer, já que o sistema está mortalmente assustado. Podemos esperar provocações de extremistas "anti-fascistas" do exército de George Soros ou novos ataques terroristas de islamistas. Mas o mais importante já está claramente indicado: a Europa está profundamente dividida.
Há uma Europa dos Povos e a Europa do Sistema e eles entram em uma batalha radical uns com os outros. O Sistema é o que chamamos de «grande capital», «globalismo», «liberalismo de esquerda», «transnacionalismo», «política de gênero» e «incentivo à migração descontrolada». O Povo diz a isso seu decisivo "NÃO". O Povo escolhe ordem, identidade e valores tradicionais.
O nome da França hoje é Marine Le Pen. Macron é um biorobô do Sistema, um cyborg sem sentido da Matrix. Os vivos estão lutando contra os mortos e o campo de batalha é a França.