por Rébellion
Com a livre circulação e a abertura de fronteiras, a globalização mundialista é responsável por esta catástrofe sanitária para você? Você acha que os ultraliberais vão finalmente calar a boca?
Como eu já disse em “On nettoyerie l’info”: “Sim, a situação é catastrófica, mas não por causa do vírus!”.
Não acho que haja uma grande crise sanitária por conta do coronavírus, mas sim uma gigantesca operação de mistificação orquestrada pela propaganda da mídia e pelos laboratórios da Big Pharma que pressionam os governos (alguns deles encontram lá seus relatórios) com estatísticas distorcidas, tudo para mascarar a imensa crise sistêmica que se vem cozinhando há pelo menos duas décadas.
A hipócrita mundialização liberal, que na realidade mascara o globalismo mais monopolista, é de fato o terreno mais propício para este tipo de “cenário”. Em essência, esse sistema entrega os povos a todas as predações possíveis (instabilidade, precariedade, uniformização) e a verdadeira questão do momento é a revelação e a busca ou não dessa estratégia de dominação pelas finanças e o desmembramento da economia produtiva e da solidariedade social. Deve-se notar também que os países socialistas estão gerenciando a epidemia muito melhor.
No nível estritamente sanitário: Os cortes orçamentários obviamente feriram nosso sistema de saúde e a cólera do pessoal hospitalar é legítima, mas me pergunto até que ponto a feminização deste setor não é também um fator de desastre… A propensão de alguns para espalhar o terror e jogar o jogo da psicose em torno do “coronavírus-extintor da humanidade” apenas para fazer seu nome no Instagram (e também, em arrepio da verdade, para fazer suas próprias reivindicações ao governo) me faz refletir sobre a amplitude da problemática.
Já em morte clínica, o vírus vai acabar com a União Européia?
Precisamente, o vírus (ou em qualquer caso sua exploração) está aí para retardar ao máximo a inevitável desintegração da União Européia!
O que resta da UE se considerarmos o poder simbólico de Brexit, a desconfiança jurídica do Grupo Visegrád, o ressentimento econômico da Grécia e a desconfiança social da Espanha e de Portugal? Não muito, além do chamado casal franco-alemão, que por si só está cheio de contradições. Essa superestrutura centralista sobrevive apenas através de seu autoritarismo e, nesse contexto, a Itália populista está a ponto de explodir. Os trovadores da governança global há muito entenderam isso: Salvini está destinado a tomar o poder e tem o potencial de lançar os dois dogmas fundamentais da UE aos cães, a saber, a taxa de câmbio (o euro como moeda comum imposta) e a livre circulação (imigração forçada). E se a Itália sair, os outros vão seguir o exemplo.
A partir desta observação, podemos entender melhor a exploração oligárquica do coronavírus, que está se tornando um meio de adiar o prazo sem nenhuma medida comum. É preciso lembrar que, devido a manipulações tecnocráticas, levou quatro anos para que o Brexit se tornasse oficial. A atual pandemia pode permitir à UE sobreviver por mais alguns longos anos, já que o cachorrinho Guiseppe Conte está recuperando sua virgindade na chamada “hecatombe” italiana. A imprensa europeia descreve-o agora como “o herói inesperado da luta contra o coronavírus no país mais afetado da Europa”. Um vírus com implicações pulmonares e respiratórias pode, às vezes, ser uma dádiva de Deus para algumas pessoas quando afeta populações “alvo” (vamos especificar aqui as características ocultas do norte da Itália: população muito idosa, área altamente poluída, alto nível de tabagismo, múltiplas campanhas de vacinação, estabelecimento da rede 5G…).
Sendo assim, a UE ganhará tempo, mas será necessária muita manipulação (hoje pela mídia e pelo BCE, amanhã por um Super-Ministério da Saúde europeu…) para que ela consiga se fazer passar por salvadora do povo. E se a Itália for finalmente bloqueada, pode ser a Espanha a criar a surpresa…
Como você explica a negação e depois o amadorismo total do governo Macron no seu gerenciamento dos riscos de propagação do vírus? A Macronia está mostrando sua verdadeira face nesta crise?
Você tem que ver a França como um país em dissonância: é um país ocupado e trespassado por uma guerra em rede de dimensões insuspeitas. De um lado os neoconservadores sionistas, do outro os globalistas neoliberais e, no meio, apanhados num movimento de pinça, os “arrumadinhos” da administração Macron (Philippe, Castaner, Le Maire, Véran), egocêntricos e incompetentes, negociando sua sobrevivência de dia a dia (o povo sonha, com razão, em pagar a esses homens de palha com violência).
Consequentemente a Macronia, símbolo de um sistema perverso de dominação que chegou ao fim de suas contradições, não é mais que uma série de fiascos: o chamado governo “irrepreensível”, que foi reorganizado várias vezes por falta de transparência, o furacão Irma, o caso Benalla, os Coletes Amarelos, o incêndio na Notre-Dame, o Lubrizol, o GriveauxGate e pouco antes do coronavírus, o enorme bug da matriz Foresti/Polanski…
No que diz respeito à crise atual, acredito que o governo viu o confinamento como a forma de colocar uma tampa na panela de pressão social que é a França e, em qualquer caso, qualquer outra solução (fechar fronteiras, investir em serviços hospitalares, ajudar empresas de equipamentos de saúde, rejeitar a propaganda midiática) estava obviamente fora do alcance dos nossos progressistas pró-europeus. Se o confinamento foi inicialmente útil à Macronia, já que permitiu abafar a revolta social e poderia ser responsabilizado pela crise econômica, sua continuação parece ser do interesse dos verdadeiros mestres da França (Attali, Nunez, Hirsch, Salomon, Buzyn, Lévy, Bauer, Kohler…) que vêem nisso uma oportunidade de impor o reinado da Big Pharma (medicação cara, vacinação compulsória) e fortalecer o sistema bancário através do aumento da dívida pública. Em resumo, a dependência total dos franceses; o que constitui um projeto ditatorial que o pequeno team Macron identifica como um grande risco para suas nádegas (os marionetes serão os primeiros a serem linchados)!
A partir de agora, o desafio para o governo está na difícil gestão do desconfinamento e do “retorno ao normal”. Os observadores sabem que isso é o que está em jogo na batalha entre os pró e os anti Raoult.
Quanto às consequências, as várias tendências de dominação comunitária já estão sendo expressas: Bernard-Henri Levy parece estar apostando na recuperação do mercado de cloroquina, Alain Minc declara que “os bancos centrais salvaram o mundo” e Eric Zemmour diz que é a favor do rastreamento geolocalizado, à mosa israelense. Tudo isso por uma forma de gripe sazonal!
A epidemia acentua para você as contradições sociais e geográficas que dividem a França? Quais serão as conseqüências deste surto?
Os franceses têm sido aterrorizados pela grande mídia, mas há um elemento de hipocrisia popular que é todo latino: para muitos, o “fique em casa” simplesmente significa que eles não têm que suar no trabalho. Tendo a comédia durado o suficiente, os franceses (como os italianos) estão bem cientes de que sua atividade econômica corre o risco de ser seriamente prejudicada (quantos micro, pequenos e médios empresários terão que fechar as portas por causa desse golpe de misericórdia oligárquico?). Daí o problema do desconfinamento para o governo, porque o ressentimento e o resmungo social de uma população engasgada poderia muito bem ignorar qualquer pandemia…
É claro que depois das economias dos aposentados, é o patrimônio dos ativos que é visado! O 49,3 tem sido utilizado para saquear os idosos, e para espoliar os trabalhadores da classe média (pequenos patrões, empresários, artesãos) é invocada a crise sanitária e é utilizado o Estado policial. E por trás deles estão os mesmos predadores: BlackRock, KKR, fundos de pensão e fundos de investimento especulativos que elegeram o narcisista Macron e pretendem usá-lo até o limite.
Como resultado desse projeto liberticida de expropriação terminal (a longo prazo podemos facilmente imaginar um mundo de trabalhadores pobres, continuamente mascarados, com um modo de vida automatizado e a quem o Estado poderá antecipar tudo: moradia, terreno, poupança, crianças…), caminhamos para uma nova simplificação sociológica: de um lado estarão os gauleses refratários e do outro os franceses dóceis. Fique certo de que os globalistas mais determinados já pensaram em como lidar com o problema dos “gauleses refratários”: rastreamento, chipar, certificados numéricos, banimento, eutanásia…
Deste ponto de vista, a questão coletiva fundamental é: queremos realmente continuar a viver na mentira do mundo liberal? Quanto estamos dispostos a pagar para manter viva uma ilusão? Se quisermos mundialização, livre comércio, livre circulação, consumo excessivo, então teremos chipagem, vacinação, precarização e repressão generalizada. Estamos realmente preparados para trocar nossa liberdade real e profunda pelas quimeras de um mundo sem limites e sem conseqüências? Ir onde eu quiser, quando eu quiser, fazer o que eu quiser, nunca me importar com nada nem com ninguém: as fantasias de adolescente se tornaram o credo de uma civilização?
A verdade é que estamos diante de um período de mudança na sociedade de consumo: embora assassino e suicida, o Ocidente quis banir a morte, reprimindo-a no inexplicável (as primeiras causas de morte são, de longe, doenças cardiovasculares e cânceres: nunca vi ninguém decretar a cessação da atividade humana para deter esses processos relacionados ao modo de vida) e agora pretende controlá-la através da cientificidade (transhumanismo). Esta é a sociedade de consumo “consciente” que Attali está preparando para nós: capitalismo 2.0 (teletrabalho), capitalismo verde (ecologia), capitalismo de segurança, capitalismo médico. Em resumo, eles vão nos fazer comer pílulas para evitar que façamos uma revolução!
Você vê algo de bom nesta crise sem precedentes que estamos vivenciando?
Sim, porque acho que essa engenharia global é a prova de que as elites predadoras da Nova Ordem Mundial perderam a vantagem: elas estão tentando o tudo ou nada, mas estão condenadas a perder a médio prazo. Trump, Putin e Xi Jinping frustraram o plano bíblico de dominação e espero que eles possam ir até o fim: colapso da UE, fim da OTAN, estabilização do Oriente Médio, retomada do controle dos grandes meios de comunicação, recuo das Grandes Farmacêuticas, nacionalização do FED…
Do ponto de vista estritamente francês, a esperança está no fato de que Emmanuel Macron tem a mentalidade certa para se submeter ao mais forte: faz algum tempo que ele macaqueou Donald Trump em sua gestão do Estado Profundo francês. Precisamente, se Trump conseguir impor a cloroquina aos Estados Unidos, Macron se alinhará; e se Trump conquistar uma vitória “definitiva” contra o Sistema, podemos esperar que a França faça a curva para o futuro (mesmo que ela seja então o último bastião do Império).
Um último ponto: acredito que tudo o que está acontecendo confirma a relevância e a sustentabilidade das análises do Égalité & Réconciliation durante anos!