25/02/2014

Colin Liddell - Não desistir de Kiev sem lutar

por Colin Liddell



As coisas na Ucrânia estão se movendo rápido. A essa altura na semana que vem, quem sabe onde estaremos. Esse tremendo ritmo de eventos já é de se esperar de um país que não teve uma chance de ter sua própria história, e que, nas semanas recentes, parece estar passando por casa fase histórica que estava faltando, de cercos medievais e batalhas envolvendo a formação romana testudo, aos protestos hippies da década de 60.

Uma preocupação para aqueles entre nós que nos opomos ao Império do Mal da unipolaridade ocidental é que uma vitória para as forças pró-ocidentais na Ucrânia será um golpe sério na Rússia, um Estado que é cada vez mais a principal esperança para tradicionalistas e nacionalistas ao redor do mundo. Uma derrota para a Rússia pode até levar outras partes do império de Putin a tirar coragem para se separar. Se assim, há um medo de que a Rússia será fragmentada novamente. Como alguém disse, com a Ucrânia, a Rússia é um império, mas sem ela, ela é só um país.

Superficialmente, há muito a se dizer sobre esses medos, mas subjacentes a eles há um certo número de pressuposições. Vamos lidar com elas uma de cada vez.

(1) A situação é um jogo de soma zero. A Ucrânia se afastando da Rússia e se aproximando da União Européia fortalecerá esta às custas da primeira.

As coisas podem parecer assim para alguns, mas também é importante lembrar os muitos problemas que se acumulam dentro da União Européia. Ela está ligada a uma moeda defeituosa, possui grandes desigualdades econômicas, e encara divisões nacionais e culturais recentes. Os resultados prováveis das eleições parlamentares da União Européia em maio também exacerbarão bastante esses problemas - como o faria a Ucrânia se tornar mais dependente da União Européia.

A verdadeira fraqueza da União Européia é que ela é parte da unipolaridade do Ocidente sem ser o centro. Ela, portanto, não desfruta dos benefícios plenos da hegemonia global ocidental, como a América com a sua habilidade de criar suprimentos quase infinitos de dinheiro grátis.

Somada a essa perifericidade geral está a perifericidade da maioria da União Européia, especialmente estados como Grécia e Ucrânia, caso ela adentre o abraço do Anel de Estrelas.

Países fora do Eixo Franco-Germânico central da União Européia sempre serão cidadãos e segunda categoria do que é, na verdade, um sistema de segunda categoria na matriz global americana. Isso significa que tais nações estarão sujeitas a várias formas de exploração econômica e estarão no final da fila na hora de colher os benefícios.

Nesse momento o otimismo impele o entusiasmo pela União Européia, mas isso dificilmente deve sobreviver a um contato prolongado com a realidade efetiva.

(2) O sucesso econômico da União Européia fortalecerá a União européia e os Estados que a orbitam.

Há, é claro, a possibilidade de que a União Européia permanecerá unida e superará a maioria de seus problemas econômicos e contradições sérias, e que o impacto das eleições de maio será defletido de alguma maneira. Uma União Européia economicamente bem sucedida estaria, portanto, em uma posição de encontrar um caminho para escapar de problemas a Grécia ou as elevadas expectativas da Ucrânia aparecerem na sua porta, com o chapéu na mão. 

O problema com essa suposição é que ela equipara materialismo e consumismo a força real, quando na verdade o que se dá é o oposto. Isso é algo que os governantes da Rússia devem ter em mente, especialmente quando eles estão muitas vezes inclinados a competir com o Ocidente em seus próprios termos.

Uma União Européia economicamente bem sucedida, incluindo a Ucrânia, seria simplesmente uma com populações cada vez mais gordas e inchadas, assoladas por confusões de gênero, taxas de natalidade cada vez menores (exceto entre imigrantes), a necessidade de importar cada vez mais desses para fazer o trabalho sujo conforme as ondas iniciais acham seu caminho até o welfare, e um profundo senso de culpa e auto-desprezo.

Após alguns décadas de tais benefícios do ingresso na União Européia, os bravos combatentes do Maidan, que heroicamente se lançaram contra a polícia e fizeram o governo tremer, estaria tateando em busca do controle remoto e de batatas chips, para ouvir o quão maravilhosa é a "diversidade" enquanto os muçulmanos locais "preparam" suas filhas para sofrerem estupro grupal. 

(3) Estamos engajados em algo como o jogo de tabuleiro "Risk"

Não estamos. Espaço e território são importantes mas, como os russos demonstraram em 1812 e 1941-42, não é tudo. É um recurso que deve ser voluntariamente sacrificado para preservar recursos muito mais importantes da raça e do espírito nacional. O verdadeiro conflito que deve ocorrer não é um reconfortante de mapas bonitos e limpos, que, eu noto, estão começando a se proliferar em discussões sobre a Ucrânia, mas multidimensional e que transcende mapas, que são essencialmente inúteis nesse conflito.

Olhe para o mapa da Europa. Há alguma linha mostrando uma fronteira segura ou uma que uma companhia multinacional não possa simplesmente atravessar sem fazer esforço?

Esses mapas mostram informações realmente importantes?

Olhe para a França, tão grande quanto era após a Primeira Guerra Mundial. Mas o mapa mostra as centenas de "zonas urbanas sensíveis" que tem emergido nas décadas recentes? Não, isso daria ao cartógrafo uma dor de cabeça, especialmente porque as fronteiras desses enclaves certamente devem mudar a crescer.

Olhe para os mapas da Noruega e da Suécia. Eles apontam para os locais dos milhares de estupros por meio dos quais "refugiados" afirmam seu domínio sobre a passiva população local?

Seus mapas mostram a concentração de feministas, a inundação de pornografia, a construção de mesquitas, a colonização de maternidades, e as estatísticas de emprego de asilos, onde imigrantes são cada vez mais empregados para ajudarem os indígenas a se livrarem de sua carcaça mortal?

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A Rússia pode até perder a batalha pela Ucrânia, mas a batalha real é uma que deve ser travada no interior de cada país - a rejeição de todos os valores destrutivos afirmados pela unipolaridade ocidental.

Semanas recentes tem mostrado o quão duro o povo ucraniano é, como eles podem lutar. Os russos também, sabemos, são duros. Mas é a preservação dessa dureza que é fundamental para a sobrevivência.

Se a Rússia fosse mais rica e pudesse oferecer aos ucranianos um acordo melhor, ela bem poderia ter derrotado a marcha da União Européia sobre Kiev, mas se ela fosse rica o suficiente para fazê-lo ela provavelmente seria tão corrupta e fraca quanto o Ocidente é agora, e portanto fatidicamente arruinada.

A guerra a ser travada não é com tijolos e molotovs nas ruas de Kiev, sustentada por links de facebook com histórias revelando que informante de qual Departamento de Estado disse o que. A batalha a ser travada é a muito mais longa e profunda de reter energia espiritual e poder moral através de uma adesão às verdades eternas do tradicionalismo e do nacionalismo.