por François Bousquet
(2021)
Gérald Darmanin é um homem emotivo - e apressado. Em 26 de janeiro, ele disse que estava "escandalizado" pelas operações antimigrantes da Geração Identitária nos Alpes e nos Pirineus. O pobre homem! Tartuffe sempre se escandalizada por nada, e é assim que reconhecemos o personagem de Molière. Muito bom! Mas um Ministro do Interior, não é de se admirar. Seria de se esperar que tal homem, "o primeiro policial da França", ficasse escandalizado pela enchente de migrantes que fazem selfies à medida que atravessam nossas fronteiras. Este aparentemente não é o caso: os contrabandistas de migrantes têm direito a toda a atenção midiática. Os sentinelas simbólicos, ao contrário, que vigiam nossas fronteiras, são o único perigo. Assim, em 26 de janeiro, Darmanin anunciou que não hesitaria em dissolver a Geração Identitária, usando seus poderes de censura administrativa. Quinze dias depois, em 12 de fevereiro, seus serviços incomumente diligentes e eficientes lançaram o procedimento para dissolver o movimento.
Se alguma vez o Ministro do Interior atingisse seus objetivos, não seria apenas a Geração Identitária que seria dissolvida, mas nossa identidade. Pois é disso que se trata. Dissolução é o que nos ameaça a todos: a dissolução da França, a dissolução da Europa, a dissolução de nosso próprio ser. Isto é o que o destino líquido das identidades sólidas exigiria. Dissolução é a espada de Dâmocles que paira sobre todas as correntes identitárias. É proibido reivindicar uma identidade que não seja a de estado civil. Um novo avatar da "cultura do cancelamento", desta vez levado ao mais alto nível do Estado: nos apagar, nos banir, nos dissolver na Grande Totalidade diversitária.
Nós ou os "Outros"?
Por que atacar a Geração Identitária? Porque isso é atingir a identidade no coração. A Geração Identitária tem sido há anos a organização mais dinâmica, mais estruturada, mais imaginativa, a única capaz de competir efetivamente com nossos adversários na defesa de nossas identidades ameaçadas. Atacá-la é atacar nossa vanguarda militante; é acelerar o movimento de dissolução. A dissolução é um processo físico-histórico pelo qual uma identidade milenar incorporada a um solvente republicano deve ser transformada em uma fórmula híbrida, esquizofrênica e sem fronteiras. Assim deve ser o futuro francês e europeu, de acordo com nosso ministro.
Então, Darmanin é pior do que Castaner? Castaner, o "Kéké da República", predecessor de Darmanin na Place Beauvau, havia se contentado com assegurar que as manifestações "indigenistas" contra o racismo e a violência policial não seriam punidas, Darmanin faz melhor. Ele castigará os indígenas que somos e as organizações que os defendem. Nós ou os "Outros"? Os Outros! A República escolheu seu lado.
Darmanin tem muito a pedir desculpas. Ele é um carreirista furioso, tal como a República sempre produziu às dúzias, mas sua voracidade é tão transparente que se torna constrangedora. Ele percorreu um longo caminho. O gaullismo, o bonapartismo, a Ação Francesa, a Manifestação para Todos: é todo o seu passado passivo que ele está em processo de liquidação. Quando um homem trai a este ponto, ele sempre sente a necessidade de apagar os traços.
Como não poderíamos defender a Geração Identitária? A Geração Identitária somos nós, são nossos filhos. Intergeração identitária!