27/01/2021

Stephen Klugewicz – Salvando o General Lee

por Stephen Klugewicz

(2015)


Outrora um símbolo de unidade nacional e reconciliação, Robert E. Lee está sob ataque na América moderna. Nos últimos anos, o seu nome e o de outros generais confederados tem sido apagados das escolas do Sul, e a sua estátua e as dos seus compatriotas do Sul foram removidas de inúmeras praças de cidades por todo o país. A Universidade Washington e Lee, onde Lee serviu como presidente após a Guerra Civil, removeu as históricas bandeiras de batalha do Exército da Virgínia do Norte de Lee que há muito enfeitavam a Capela Lee, sob a qual o grande comandante está enterrado. Como a própria bandeira confederada, Lee tornou-se aos olhos de muitos um símbolo de racismo e, cada vez mais e interessantemente na nossa era jingoísta, de traição. 

Como se chegou a isto?

24/01/2021

Cristian Taborda – A Ideologia de Gênero e o Totalitarismo do Pensamento Único

 por Cristian Taborda

(2020)


Dominação Política, Disciplina Social, Subordinação Cultural

Dizia Marx em "A Ideologia Alemã": "As idéias da classe dominante são as idéias dominantes de cada época [...] portanto, na medida em que dominam enquanto classe e na medida em que determinam todo o âmbito de uma época histórica, é compreensível que o façam em toda a sua extensão e, portanto, entre outras coisas, também como pensadores, como produtores de idéias, que regulem a produção e distribuição das idéias de seu tempo; e que suas idéias sejam, portanto, as idéias dominantes da época”.

Devemos então nos perguntar, em relação ao presente, quais são as idéias dominantes de nossa época? Qual é a "classe" dominante? Quem produz, regula e distribui essas idéias? Qual é a ideologia inquestionável?

19/01/2021

Alain Soral - Esquerda do Trabalho, Direita dos Valores

por Alain Soral

(2007)



Desde da eleição de Sarkozy, parece ter sido provado que não há esquerda nem direita. Mesmo que a abertura à esquerda do governo Fillon seja na realidade a união sagrada dos liberal-atlantistas, é claro que não há mais muita diferença - tanto em termos de economia quanto de questões sociais - entre a esquerda burguesa-boêmia do Partido Socialista e a direita liberal pseudo-securitária de um Sarkozy.

Se para os esquerdistas, Sarkozy é um homem de direita (porque se diz securitarista, o que é lhe fazer uma propaganda que ele não merece: o seu securitarismo se aplica apenas à pequena burguesia branca dos automobilistas!), para os da direita nacional, Sarkozy é um homem de esquerda: "direitos humanos" e defesa dos “imigrantes ilegais”, na melhor das hipóteses uma espécie de Tony Blair francês...

Na verdade, podemos dizer hoje que os políticos do Sistema estão todos à esquerda (todos a favor do ius soli, do casamento gay...), ou todos à direita (todos aliados à dominação política integral da economia de mercado... ou da economia de mercado integral, o que dá na mesma!). Mas esta confusão entre esquerda e direita também vem da confusão das suas definições. Confusão das suas definições: de esquerda, de direita... o que nos leva a lembrar que existem duas formas de definir esquerda e direita.

14/01/2021

Giandomenico Casalino - A Realização do Espírito na Tradição Indo-Européia

por Giandomenico Casalino

(2015)


"...do século VII a.C. até Jesus há um esvaziamento contínuo e progressivo da religião olímpica indo-européia, que gradualmente vai se cristalizando cada vez mais no esteticismo dos artistas e no ritualismo dos sacerdotes, e um desenvolvimento paralelo da religião dos Mistérios que vai se ampliando cada vez mais... Toda a história da religião, e na verdade do pensamento grego, reside neste dúplice processo..." - Vittorio Macchioro, Zagreus. Studio intorno all'orfismo (Firenze, 1930)

O homem indo-europeu, se for visto do ponto de vista do sujeito moderno, é um homem cósmico aberto ao mundo[1], é "atravessado" pelo Mundo e pelos seus Poderes, ele nada sabe de "interno" e "externo", sua "consciência" é cósmica, universalizada, na verdade ele é universal no sentido de que coincide com os Deuses. O homem após a Queda, a crise, na Modernidade como categoria do Espírito, na convicção prometeica de ter adquirido ou conquistado a "liberdade", perdeu a Universalidade da consciência e a mesma foi reduzida ao pequeno Ego que acredita decidir, olha com suficiência e altivez para o homem homérico que ele considera um "escravo" dos Deuses; o seu pequeno Ego, convencido de "decidir" e de ser "autônomo", está sempre nas "mãos" de algo "diferente" de si mesmo e é sempre "algo" desconhecido e, portanto, obscuro, que vem tanto do "seu" interior (que seu não é) quanto do "exterior", um mundo que é igualmente estranho...

12/01/2021

Aleksandr Dugin - Horizonte do Império Ideal

por Aleksandr Dugin

(2017)


Às vezes se ouve a crítica de que a Quarta Teoria Política não oferece uma imagem positiva do futuro, operando, em vez disso, com o que para muitos parecem ser "abstrações". Eu gostaria de responder a esta crítica e delinear como eu vejo o futuro.

O que segue abaixo não é, naturalmente, mais do que uma metáfora científica. No entanto, aqui está como a sociedade e o mundo devem ser após a vitória, ou mesmo no curso da luta pela Quarta Teoria Política.

07/01/2021

Francesco Dalmazio Casini – A Narrativa Contra-Hegemônica (e Democrática) do Soberanismo

por Francesco Dalmazio Casini

(2019)


"Soberanismo" é uma palavra que agora pode ser encontrada ininterruptamente nas manchetes dos jornais mais importantes do mundo ocidental, no entanto, em meio a mistificações, críticas e apologias, a definição desta categoria política continua a parecer elusiva e polimórfica. Há aqueles que acusam os soberanistas de perigosas tendências autocráticas e aqueles que, por outro lado, tentam reconduzi-los dentro das categorias históricas de direita e esquerda. Uma análise politológica do fenômeno, no entanto, não pode deixar de definir este conjunto de formações políticas através da lente da Identidade, o verdadeiro fulcro do movimento, que une os soberanistas do Bel Paese [Itália] a São Paulo no Brasil, de Londres a Paris.

05/01/2021

Israel Lira - Crítica Epistemológica ao “Ur-Fascismo” de Umberto Eco

 por Israel Lira

(2017)


“Nota-se que, como é usada, a palavra ‘fascismo’ não tem quase nenhum significado. Em conversas ela é usada ainda mais insanamente do que na imprensa. Pelo que ouvi, ela se aplica a agricultores, a comerciantes, ao crédito social, aos castigos corporais, à caça à raposa, às touradas, ao comitê de 1922, ao comitê de 1941, a Kipling, a Gandhi, a Chiang Kai-Shek, à homossexualidade, aos programas de Priestley, aos albergues juvenis, à astrologia, às mulheres, aos cães e a não sei o que mais” [1] Uma citação orwelliana que hoje mais do que nunca se faz presente, pois diante da instabilidade da região, parece haver mais fascistas do que na época do surgimento do fascismo, e é porque o termo já foi completamente esvaziado de conteúdo.

Umberto Eco, o escritor e filósofo italiano, definitivamente não é o tipo de pessoa que abandona sua objetividade apenas para apoiar um sistema de pensamento; pelo contrário, sempre se caracterizou por sua grande sabedoria sobre muitos assuntos, especialmente quando se trata de semiótica[2]. Sem prejuízo disso, e em homenagem ao amicus plato sed magis amicas est veritas[3], não se pode deixar de notar que, a respeito de suas dissertações que tratam da fenomenologia fascista, e embora não deixem de revelar posições interessantes que exigiriam maior contraste empírico – devido à falta de interesse geral na investigação objetiva do assunto – há certas deficiências que diminuem a objetividade do discurso econiano, isto dentro de uma crítica estritamente enquadrada pela epistemologia.