30/11/2020

Marco Scarsini – A Batalha de Shiroyama: O Confronto Decisivo entre o Bushido e a Modernidade

 por Marco Scarsini

(2019)



Há muito tempo que estamos habituados a ver o Japão como uma das nações mais modernas e tecnologicamente avançadas do Extremo Oriente e do mundo. Em Tóquio, na verdade, vemos a modernidade ocupar cada vez mais espaço à custa da tradição, com enormes arranha-céus de fazer ciúmes às metrópoles dos EUA e tremendas luzes de neon que deslumbram os turistas, que se aventuram nas ruas em busca de anime e lojas de videogames em vez dos vestígios antigos de uma das civilizações mais fascinantes do mundo. Às vezes nos perguntamos por que o país dos tremendos guerreiros samurais é mais conhecido no Ocidente como a pátria do Playstation, mas talvez a resposta esteja escondida na própria história japonesa.

28/11/2020

Julius Evola - Setores a Derrotar: A Burocracia "Não-Neutra"

 por Julius Evola

(1941)



É algo singular que, entre as diversas formas e manifestações do espírito burguês individual com as notórias polêmicas voltadas contra ele, muito pouca importância foi dada à que está entre as mais típicas e ainda mais insidiosas, posto prospera justamente nos gânglios mais essenciais do Estado: queremos dizer a burocracia.

A burocracia é tipicamente o "burguesismo político" e do espírito burguês em geral ela assume seus piores defeitos. No entanto, devo reconhecer lealmente que, apesar dos dezenove anos de fascismo, ainda estamos longe de poder ver, na Itália, uma efetiva "desburocratização", de fato e não no nome. Longe de ter abandonado as posições mais importantes já ocupadas por ela, a burocracia de fato garantiu novas posições, e isto - um paradoxo singular - até mesmo explorando habilmente algumas instituições revolucionárias.

15/11/2020

Leonid Savin - O Coronavírus está alterando o Cenário Global da Cibertecnologia

 por Leonid Savin

(2020)



Uma das consequências da disseminação do coronavírus e das medidas de quarentena que foram introduzidas em muitos países é que isto levou a um aumento na demanda da Internet. Dentro dos países, as autoridades estão tentando regular o tráfego com meios e medidas disponíveis. Um dos gigantes americanos nesta área é a Verizon, que recebeu permissão da Comissão Federal de Comunicações para o uso de um espectro adicional. Na Itália, o tráfego aumentou em março em 70%, na Polônia e na Espanha em 40%. Na Europa, Netflix, Amazon, YouTube e Facebook reduziram a qualidade dos vídeos. A virtualização dos locais de trabalho, o uso de aplicativos de entrega de alimentos, a exibição de diversos conteúdos, tudo isso afetou a largura de banda e o tráfego em muitos países. Além disso, vários países levantaram a questão da relevância da telemedicina. E os mais avançados chamaram a atenção para as capacidades dos supercomputadores em preparar cenários para a propagação de doenças e o desenvolvimento de medicamentos eficazes. E, é claro, tudo isso afetou a segurança cibernética.

13/11/2020

Aleksandr Dugin - Introdução à Noomaquia (Lição IV) - O Logos de Cibele

ÍNDICE

Lição I: Noologia
Lição II: Geosofia
Lição III: O Logos da Civilização Indo-Europeia
Lição IV: O Logos de Cibele
Lição V: O Logos de Dioniso
Lição VI: A Civilização Européia


por Aleksandr Dugin

(2018)




Para entender como a cultura indo-européia passou do estágio nômade para o estágio sedentário e o que aconteceu durante essa transição, durante essa mudança na estrutura do momento de Noomaquia, devemos considerar qual era o horizonte existencial que existia em Turan. As tribos indo-européia turanianas turânicas chegaram ao leste da Europa, na Anatólia, nos Bálcãs, no território de Elam na Pérsia, no espaço Indiano, mas todos esses territórios não estavam vazios. Havia alguma outra civilização, havia outros horizontes existenciais, com seu próprio momento de Noomaquia diferente daquele que caracteriza as tribos nômades das estepes. Estamos falando de civilizações pré-indo-europeias que estavam localizadas na Europa, nos Bálcãs, na Anatólia, na Pérsia e na Índia.


Velha Europa


Seguindo a teoria de Marija Gimbutas que mencionamos na lição anterior, existia na Europa, antes da chegada dos indo-europeus, a civilização da “Grande Deusa“, uma civilização muito antiga cujos primeiros pólos estavam localizados nos Bálcãs e na Anatólia. Lepenski Vir e Vinca na Sérvia, Çatalhöyük na Turquia e outros sítios arqueológicos nos contam de uma civilização da Grande Mãe nascida cerca de 7-8 mil anos antes de Cristo. As primeiras ondas migratórias das populações turânicas, por outro lado, aconteceram por volta de 3000 a.C. Portanto, essa civilização existiu antes do aparecimento dos indo-europeus. No caso da Europa, aplica-se o conceito usado por Marija Gimbutas de uma "Velha Europa" ou "Paleo-Europa". Essa civilização paleo-europeia teve seu centro em sítios arqueológicos localizados na Sérvia, Bulgária e outros territórios dos Bálcãs: Karanovo, Starcevo, Tisza, Körös, Panônia, etc. 

08/11/2020

Jean Yves-Camus – Alain de Benoist e a Nova Direita

por Jean Yves-Camus

(2019)


Alain de Benoist nasceu em 1943 em Saint-Symphorien, perto de Tours, França. Ele é considerado o principal pensador da chamada Nova Direita Francesa (nouvelle droite), um movimento intelectual estabelecido na França em 1968 para repensar a identidade europeia e desafiar tanto o marxismo então dominante como a direita liberal hegemônica. Desde o início dos anos 90, a Nova Direita francesa tem sido influente além da França, especialmente na Itália, Alemanha e Bélgica, e inspirou Aleksander Dugin na Rússia. Parte da direita radical americana e da "Alt Right" também afirma ter sido inspirada pelos escritos de De Benoist. Embora isso seja questionável, De Benoist e Dominique Venner também são vistos como os antepassados do movimento "identitário" na Europa. De Benoist já publicou cento e seis livros e mais de dois mil artigos, que foram traduzidos em catorze línguas[1]. Ele é o editor da publicação anual Nouvelle École (Nova Escola) e o redator da revista mensal Eléments, as duas publicações emblemáticas da Nova Direita francesa. É também diretor de uma publicação trimestral, Krisis. O objetivo de De Benoist e da Nova Direita francesa é semelhante ao dos Inconformistas dos anos 30 (um grupo francês que clamava por uma "nova ordem" não-totalitária)[2] e está ainda mais próximo do da Revolução Conservadora alemã, na qual eles se baseiam fortemente. De Benoist foi apresentado à Revolução Conservadora pelo antigo secretário de Ernst Jünger, Armin Mohler, enquanto este último era jornalista em Paris [3]. Fiel às suas crenças conservadoras revolucionárias, De Benoist ainda se propõe a ter uma abordagem crítica em relação ao conservadorismo dominante que é, no contexto francês, herdeiro do partido gaullista e da direita autoritária do século XIX.[4] Ele concorda com os conservadores em questões como preservar os valores tradicionais ocidentais e ter uma visão holística da sociedade[5], mas rejeita fortemente a economia do livre mercado, o primado dos direitos humanos e a herança cristã.