por Armin Mohler
(1986)
Um livro, publicado em Paris em 1983, mudou completamente a historiografia do fascismo. Este livro tem o título: "Nem direita nem esquerda: a ideologia do fascismo na França" (em francês: Ni droite ni gauche: L’idéologie du fascisme en France). Com um tamanho de 412 páginas, foi publicado pela editora Seuil, conhecida por suas tendências de esquerda. O autor, Zeev Sternhell, professor de ciência política na Universidade Hebraica de Jerusalém, nasceu na Polônia em 1935. Atualmente, é diretor do Centro de Estudos Europeus, e, pouco antes da publicação de “Nem direita nem esquerda”, fundou o Centro Interdisciplinar de Pesquisa sobre Civilização Francesa.
Seu livro é muito denso. Ele também está repleto de repetições porque, o que importa para Sternhell, um homem de temperamento ardente, é incutir no leitor certos julgamentos incomuns. Contudo, seria errado culpá-lo por usar “conceitos vagos”. Ao contrário do especialista até então acreditado no estudo do fascismo, Ernst Nolte, Sternhell não recebeu treinamento filosófico. Ele é um historiador autêntico que se preocupa com registrar o passado. Para ele, cada realidade histórica é “irredutível”, não pode ser reduzida a um único conceito, as várias facetas devem ser consideradas. Portanto, diferentemente de Nolte, Sternhell não constrói um esquema abstrato do fascismo, no qual será necessário incluir fenômenos concretos. Ele preferencialmente refere esses fenômenos a toda uma variedade de conceitos que, no entanto, extrai do vocabulário político tradicional, a fim de identificá-los e localizá-los.
Embora seja nossa intenção resumir aqui um trabalho tão complexo, nossa apresentação não pode, no entanto, substituir a leitura deste livro. Pelo contrário, é uma introdução.