por Julius Evola
Já comentamos que no domínio da manifestação e da “natureza” o masculino é metafisicamente, de fato, o correlativo complementar do feminino, mas que ademais ele reflete o caráter do que é anterior e superior à Díade. Sobre o plano humano disso deriva que enquanto todas as relações baseadas sobre a Díade tem para a mulher um caráter essencial e esgotam a lei natural de seu ser, este não é o caso para o homem, na medida em que ele é verdadeiramente homem. Tais relações são as relações sexuais em sentido estrito e as relações entre mãe e filho. Não é por erro que, em toda civilização superior, não se tenha considerado o homem como verdadeiramente homem até que haja sido submetido a este laço duplo, do da mãe e o da mulher, esgotando na esfera correspondente o sentido de sua existência. Já recordamos que nos próprios “ritos de passagem”, ou da puberdade, a consagração nos povos primitivos da virilidade e a agregação a uma “sociedade de homens” se apresentam como uma superação dessa esfera naturalista. A Raquel bíblica diz: “Dá-me um filho; senão, morro”. Há textos bíblicos que ressaltam a “inexorabilidade” da mulher enquanto afeita à maternidade e à sexualidade, das quais ela “jamais se sacia” (1). E não é tanto enquanto pessoa como por um impulso metafísico pelo qual a mulher tenderá a levar o homem sob o jugo de uma ou de outra.