Tradução por Ana Siman
[Hamed nos concede a sua visão sobre o Comandante Qassem Suleimani,
líder das forças Al Quds no Irã. Uma figura não muito conhecida, apesar de
muito importante e respeitada por aqueles que acompanham a situação politica do
Oriente Médio.]
O nome deste comandante iraniano não soa
estranho para muitos que estudam a situação no Oriente Médio, mas há alguns
dias, na batalha contra os "soldados do mau" e sub-humanos tafkiris
do Iraque, seu nome tem sido mencionado em alguns meios de comunicação como Fox
News, Washington Post, CBS News e The Guardian.
E gostaria de esclarecer para os leitores
sobre a carreira desse grande homem, de quem os altos funcionários do Pentagono
têm medo até de ouvir seu nome.
Ele é o comandante das Forças Quds, uma
divisão da Guarda Revolucionária Iraniana, criada em 1990, que leva a cabo
algumas operações especiais fora do Irã, do qual o nome foi inspirado na
palavra Al Quds, que significa Jerusalém, no idioma árabe.
De acordo com fontes de inteligência
ocidentais, o general Suleimani desempenhou um papel importante na organização
do Iraque pós-Saddam, e na guerra que o Ocidente impôs ao povo sírio.
Anteriormente ajudou os afegãos na resistência contra a colonização
norte-americana. Seus esforços tem sido muito eficazes no fortalecimento das
estruturas de resistência do Hezbollah no sul do Líbano.
Tanto dentro como fora do Irã, entre os que
sabem um pouco sobre as realidades no terreno, ninguém pode negar o seu papel
significativo na luta contra as forças de Israel e dos EUA.
O Lider Supremo da revolução iraniana, que
entrega mensagens de condolências ou felicitações, apenas em casos muito
importantes, enviou uma carta pela morte da mãe do general, que dizia: "Os
seus atos em favor do Islã e dos muçulmanos serão muito úteis para a sua mãe,
que Deus abençoe a sua alma."
É importante saber que o Lider Supremo escolhe
suas palavras cuidadosamente, inclusive para tal mensagem, que pode parecer
simples aos nossos olhos.
No Irã existem muitos jovens dispostos a dar suas vidas pelo Lider Supremo e
por seu país; particularmente em um momento de guerra imposta pelos EUA e pela
UE à Síria, Ucrânia e Iraque e constantes ameaças de "todas as opções
estão á mesa" à Rússia e Irã.
Houveram muitos jovens que depois de uma fatwa
(decisão jurídica baseada na lei islâmica) do fundador da Revolução,
Iman Khomeini, ocuparam a fronteira Irã-Iraque, de mais de 1.200 km (já que por
séculos o Irã não havia realizado ataques a nenhum país, o período da guerra
Irã-Iraque foi chamado de Defesa Sagrada).
Como iraniano, sei que a compreenção da
definição do Lider Supremo pode parecer estranha ao povo ocidental,
especialmente aos norte-americanos. Recomendo que assistam o vídeo de Ken
O'Keefe entitulado "Irã não é a ameaça, nós somos".
Voltemos ao homem cujo o nome foi apontado
como um dos políticos iranianos mais importantes pelo Washington Post. Homem
odiado, mas também admirado pelos sionistas. Segundo John Maguire, ex agente da
CIA no Iraque, "é o agente de segurança mais perigoso do Oriente Médio,
ninguém o conhece". Wired Magazine o chama de "o homem mais perigoso
do mundo" e o The New Yorker o reconhece como o comandante mais eficiente
na guerra síria. O Líder Supremo o considera um mártir vivo.
"Possui vinculos em todos os lados do regime iraniano. É alguém que eu
considero politicamente um gênio", Meir Dagan, ex diretor do Mossad.
"Sem dúvidas, ele é o homem mais poderoso do Iraque"...Dr. al-Rubaie
Mowaffak, ex conselheiro de Segurança Nacional do Governo do Iraque.
O General Suleimani foi muito dinâmico durante
o período de 8 anos da Defesa Sagrada, quase 90% de seus amigos, que eram todos
comandantes, se tornaram mártires e heróis nacionais.
Antes de se tornar general de Assuntos
Internacionais da divisão da Guarda Revolucionária Iraniana, Qassem Suleimani
atuou na luta contra as drogas na fronteira entre o Irã e o Afeganistão. Na
mesma época em que os talibãs tomaram o poder no Afeganistão, ele foi nomeado
comandante das Forças Quds. De acordo com o seu local de nascimento, ele é
especialista em guerras civis (Afeganistão, Irã, Curdistão, Iraque e Siria,
etc...).
As Forças Quds são muito ativas nas áreas
política, de segurança e econômica do Iraque e outros países da região. Segundo
vários meios de comunicação, os comitês de segurança tanto da CIA quanto do
Mossad planejaram e reprogramaram dez vezes o assassinato deste grande homem. O
Estado Islâmico que atualmente não hesitam em cometer qualquer crime contra o
povo iraquiano, já declarou que irá matar o comandante Suleimani se o encontram
na região do Iraque.
Devemos compreender que o que está acontecendo
no Iraque não tem absolutamente nenhuma relação com o conflito entre sunitas e
xiitas, como têm sido repetido por vários meios de comunicação em massa, e que
na verdade se trata de um confronto direto entre o eixo da Resistência (Irã,
Síria, Iraque e Líbano) e o eixo sionista estadunidense.
Para muitos jovens revolucionários e
seguidores ao redor do mundo do Supremo Lider, Imã Khamenei, o general
Suleimani é uma espécie de herói transnacional que lhes proporciona liderança e
estímulo para ajudar-lhes a seguir lutando contra as forças do império norte
americano e a entidade sionista.