Ernst Jünger caracterizou essa conexão peculiar em seu livro Der Weltstaat (1960): "O anarquista em sua forma mais pura é aquele, cuja memória recua o mais longe: até tempos pré-históricos, até mesmo pré-míticos; e que acredita, que o homem àquele tempo preenchia seu verdadeiro propósito... Nesse sentido o anarquista é conservador-primitivo, que traça a saúde e a doença da sociedade até suas raízes." Jünger posteriormente chamou esse tipo de "prussiano"... ou "conservador anarquista", o "Anarca" e referiu sua própria desenvoltura como consistente com isso: um distanciamento extremo, que nutre a si mesmo e arrisca a si mesmo em situações limítrofes, mas que encontra-se apenas em uma relação de observação frente ao mundo, na medida em que todas as instâncias de ordem autêntica estão dissolvendo-se e uma "construção orgânica" ainda não é, ou não mais é, possível.
Ainda que o próprio Jünger tenha sido imediatamente influenciado pela leitura de Max Stirner, a afinidade de tal padrão de pensamento com o dandyismo é particularmente clara. No dandy, a cultura de decadência do fim do século XIX expressa um caráter, que por um lado era niilista e entediado, e por outro lado oferecia o culto do heróico e do vitalismo como uma alternativa aos ideais progressivos.
A recusa das hierarquicas éticas atuais, e prontidão de ser "inadequado, no sentido mais profundo da palavra, de viver" (Flaubert), revela os pontos comuns do dandy com o anarquismo; sua frieza emocional estudada, seu orgulho, e sua apreciação pela boa moda e boas maneiras, bem como sua afirmação de constituir "um novo tipo de aristocracia" (Charles Baudelaire), representam a proximidade do dandy com a direita política. A isso adicione-se a tendência dos dandys politicamente inclinados a declararem parcialidade em relação à Revolução Conservadora ou seus predecessores, como por exemplo Maurice Barrès na França, Gabrielle D'Annunzio na Itália, Stefan George ou Arthur Moeller van den Bruck na Alemanha. O autor japonês Yukio Mishima pertence as seguidores tardios dessa tendência.
Além dessa tradição de anarquismo de direita, existiu outra tendência mais velha e completamente independente, conectada com circunstâncias especificamente francesas. Aqui, ao fim do século XVIII, nos estágios posteriores do Ancien Régime, formou-se um anarchisme de droite, cujos protagonistas clamavam para si mesmos uma posição "além do bem e do mal", uma vontade de viver "como os deuses", e que não reconheciam nenhum valor moral além da honra pessoal e a coragem. A visão-de-mundo desses libertinos estava intimamente ligada com um ateísmo agressivo e uma filosofia pessimista da história. Homens como Brantôme, Montluc, Béroalde de Verville, e Vauquelin de La Fresnaye tinha o absolutismo como uma mercadoria que infelizmente opunha-se aos princípios do velho sistema feudal, e que apenas servia aos desejos do povo por assistencialismo. Atitudes, que no século XIX seriam novamente encontradas com Arthur de Gobineau e Léon Bloy, e também no século XX com Georges Bernanos, Henry de Montherlant e Louis-Ferdinand Céline. Essa posição também apareceu em uma versão especificamente "tradicionalista" com Julius Evola, cujo pensamento girava ao redor do "indivíduo absoluto".
Em qualquer forma que o anarquismo de direita apareça, ele é sempre impulsionado por um sentimento de decadência, por um desgosto frente a era das massas e frente ao conformismo intelectual. A relação com a política não é uniforme; porém, não raro o distanciamento transforma-se em ativismo. Qualquer unidade mais próxima é negada de pronto pelo individualismo altamente desejado pelos anarquistas de direita. Nota bene, o termo é às vezes usados por homens - por exemplo George Orwell (anarquista Tory) ou Philippe Ariès - que não exibem sinais relevantes de uma ideologia anarquista de direita; enquanto outros, que objetivamente exibem esses critérios - por exemplo Nicolás Gómez Dávila ou Günter Maschke - não fazem uso desse conceito.