Princípios da Geopolítica Eleitoral
Eu gostaria de dizer algumas poucas palavras sobre o primeiro e segundo turnos das eleições na França. Vamos chamar sua atenção para a geopolítica eleitoral, para o fato de que a parte oriental da França votou por Marine Le Pen e de que o oeste da França votou por Macron. Este mapa nos recorda muitos outros mapas simultaneamente.
Por exemplo, ele nos recorda um mapa da Ucrânia das eleições de Yushchenko e Yanukovich, quando o Donbass, o leste da Ucrânia e a Crimeia votaram por um candidato, o candidato da orientação eurasiana, um candidato conservador e pró-russo. E houve também um candidato ocidentalizado, que recebeu apoio do oeste da Ucrânia. É fascinante vermos a mesma coisa na geopolítica eleitoral da França. Eu quero relembrar, que o especialista francês em geopolítica eleitoral Yves Lacoeste, que estava tentando analisar as coisas em termos geopolíticos com olhos flamejantes, subitamente desapareceu durante essas eleições francesas, porque tudo que ele praticava sobre a pequena geopolítica foi varrido com uma grande onda, então agora é a hora de falar sobre geopolítica eleitoral, sobre o que todos costumavam rir... Mas Lacoste não está mais aqui... Nem mesmo Chauprade, que vergonhosamente convocou votos para Macron... Infelizmente, Chauprade, que era um ótimo geopolítico, sumiu...no abismo, dizendo que era necessário fazer uma "fairre barrage" contra Marine Le Pen...
Bem, tal como políticos são vendidos, como sabemos, muito mais barato é comprar analistas e especialistas, só por um centavo: alguém dê esmola para esse tipo de analista, jogue um pacote de dinheiro, alguns milhares de dólares, pelo menos dez mil; e um especialista ou analista estará amarrado como um porco, esperando a próxima esmola.
Eu quero chamar sua atenção para o fato de que a França está dividida segundo princípios geopolíticos. Há uma França eurasiana, votando por Marine Le Pen. Vamos prestar atenção ao magnífico mapa, que demonstra a situação eleitoral no norte, leste e sul da França. Nessas áreas nós fixamos a residência compacta dos franceses eurasianos. Essa pode ser chamada de "Novorossia francesa".
Se eu fosse alemão eu estaria esfregando as mãos, porque se perguntarmos "quem vive aqui, qual é a desse território", descobrimos que este é o território da Normandia, Alsácia e Borgonha. Por estranho que pareça, este é o terceiro destino de Carlos Magno, essas são as terras que Lotário herdou de Carlos Magno, da grande Lorena à Suíça. Aqui nos deparamos com uma geopolítica alternativa não só do passado, mas do presente e do futuro. O destino de Lotário, que se estende da Holanda e Normandia à Suíça é, na verdade, a coisa mais interessante. A sorte de Lotário também está na Borgonha. E essa B orgonha alternativa também votou por Marine Le Pen. O mapa que vocês veem é um bastante curioso que nos permite ver o espaço centro-alemão/loreno. Essa é a Terceira Europa. Na história houve uma Europa francesa, Carlos o Calvo teve sua Europa germânica, e houve a Lorena, a terceira Europa, a "Europa Suíça", como é chamada, que agora vota por Marine Le Pen. Essa é a Europa continental. Em outras palavras, na França, enquanto se vota, o país se deparou com geopolítica pura. Além das ideologias ("populismo contra o sistema", "Macron como parte sobressalente do globalismo, que não difere em nada da poeira do metrô de Paris, deixada por alguns árabes, de onde o entulho se esparrama", porque nesse personagem não há ontologia) há ainda geopolítica, Le Pen é uma política bastante séria, na medida em que ela tem um modelo geopolítico real.
Nosso mapa revela a geopolítica do primeiro turno. Se os europeus de hoje tivessem pelo menos uma gota de consciência, o que eles não tem, eles prestariam bastante atenção nisso, porque isso confirma os acertos de Dumézil e do estruturalismo, de que nada nunca desaparece, que tudo permanece na Eternidade, o que está representado na superfício. Mas se o sistema só está um pouco abalado, veremos que as linhas de força das civilizações, culturas, povos, logoi e identidades, determinam os resultados das eleições hodiernas. As linhas de poder da Europa não desapareceram em lugar nenhum. Talvez leve outros 15 anos, e a Europa dirá: "Essas regiões votaram em Abu Muslim, aquelas em Jean". Haverá outra geopolítica, uma geopolítica de integração. Mas agora vemos uma velha Europa, ainda dividida entre partes costeiras, atlânticas e partes continentais, germânicas. Se os eleitores entendem isso ou não, essas coisas permanecem constantes.
Símbolo de Nossa Luta
Em segundo lugar, eu penso que Marine Le Pen é um dos símbolos fundamentais de nossa luta, tal como Trump na época das eleições, ou mais precisamente como o "trumpismo". Eu gostaria de chamar sua atenção para Ann Coulter que, quando perguntada se ela continua a insistir no slogan "em Trump confiamos", respondeu: "No trumpismo confiamos". (Ann Coulter escreveu um livro com este nome "Em Trump confiamos", depois ou na época, mas em última análise isso não é importante: o que é importante é a unidade de abordagem e análise). Assim, esse "Trump trumpista", o "Trump da época da campanha eleitoral" é um grande símbolo, que não desapareceu, e é um fator fundamental da geopolítica global. Agora no Atlântico Ocidental, nos EUA há uma fator muito importante que confirma que grande parte do povo americano votou por uma agenda antiglobalização. A elite mundial tenta destruir este símbolo, paralisar e recodificar Trump, e fazer com que este símbolo seja esquecido. Este símbolo agora está sendo fechado pelos americanos, mas o trumpismo é um fenômeno irreversível. O que aconteceu durante as eleições americanas é um fator fundamental para nós, é isso que é agora chamado "Steve Bannon, Alex Jones, Alt-Right". Talvez eles não serão capazes de traduzir isso em uma base intelectual agora (ainda que digam que Bannon, já que ele é o portador da ideia de um "Trump trumpista", é capaz de criar uma base alternativa agora). Talvez não hoje, mas essa base será criada no futuro. Eu não sei quando ela será criada, mas ela certamente o será, porque tão poderoso apoio que foi fornecido à plataforma Trump nos EUA não pode simplesmente sumir. Em outras palavras, este é o momento mais importante e fundamental, não importa como ele seja chamado, e não importa como ele seja reorganizado na próxima fase, Trump hoje é a típica figura semi-solar, semi-lunar.
É apenas uma situação clássica, relativa não apenas ao presidente americano. Há dois Trumps, solar e lunar, o solar permaneceu na campanha, agora estamos lidando com o Trump lunar. Mas o sol está sempre ali. O Trump solar não pode desaparecer ou escapar para onde quer que seja a partir da posição da ontologia da Eternidade. E o arquétipo do Trump solar sempre existe, e está irreversivelmente presente no mapa da nova geopolítica.
O segundo fator é Marine Le Pen. É isso que eu tenho afirmado para essas eleições, chegando a seu segundo turno: essa é uma história fundamentalmente diferente de 2002, quando Jean-Marie Le Pen, o pai de Marine, passou para o segundo turno. Ele parecia um bode expiatório então: ele só era apoiado pela "extrema-direita", que é razoavelmente numerosa na França, mas não o bastante para mudar o sistema político. A "extrema-direita" se uniu e votou por ele, o bloqueio foi então total, não havia escapatória desse eleitorado de extrema-direita, que havia aumentado gradativamente até 2002. Jean-Marie conduziu uma campanha perfeitamente normal, conquistando todo seu eleitorado, mas só acrescentando 2 pontos percentuais no segundo turno.
Agora há uma situação completamente diferente. Marine Le Pen deixou a direção do partido, porque ela é agora o pólo de toda a resistência europeia. Ela é representante de uma outra Europa. A própria Marine pode vencer ou perder, ela pode ser sabotada tal como Trump...
Mas há algo irreversível em sua vitória no primeiro turno. E agora temos que consertar isso. Ela pode não reconhecer a Crimeia, ela pode ser recodificada, isso pode vir a ocorrer com ela individualmente. Mas arquetipicamente nada acontecerá com Marine Le Pen, porque ela mostrou que com tecnologia mínima, atenção mínima a modelos e padrões modernos, com recursos muito limitados, praticamente sem recursos (o "Front National" tem pouquíssimos recursos) a vitória pode ser alcançada. E isso é política real. Tal como com Trump.
Os recursos de Trump também eram razoavelmente limitados; tudo estava contra ele, todo o dinheiro do mundo, todas as autoridades do mundo, todas as instituições do mundo. Ele se voltou para o apoio popular, abriu um pequeno túnel nos arranjos do sistema, e quebrou o sistema... A mesma situação com a França, Marine gastou fundos insignificantes em comparação com Macron. Somas de dinheiro, gastas por ambos os candidatos, diferem em um grau de milhares de vezes. Mas apesar do potencial financeiro microscópico, Marine Le Pen focando no poder do povo, na plataforma geopolítica sobre a qual a Europa e o mundo se sustentam, na plataforma dos povos, alcança um enorme resultado. Nós afirmamos que Marine Le Pen foi além das fronteiras reservadas para o gueto da "extrema-direita", e agora ela é a líder da Resistência não apenas da "extrema-direita", mas do povo por inteiro. Ela realmente colocou uma blusa feminina no movimento populista. Todos os outros pretendentes, Fillon, etc., se mostraram vermes reptilianos do sistema, parte do campo de Macron (Se o próprio Macron não passa de uma peça sobressalente do sistema, Fillon se revelou o omento de Macron).
Populismo Falso e Populismo Real
Mélenchon é um eurocético e usa o conceito "povo". Mas em seu caso isso não é populismo. Mélenchon serve a uma das dimensões do sistema, que, como Soros, se move em duas direções. Eu explico. O sistema global está estruturado da seguinte maneira: "hoje" domina o poder do capital mundial, e "amanhã" reinará o poder das hordas terroristas antifas. Estes dois modelos se complementam. Como antigamente comunismo e capitalismo competiam, hoje liberalismo e a extrema-esquerda o fazem. Os primeiros representam a situação atual. Os segundos manifestam o caos de amanhã. Mas eles todos transitam do "hoje" ao "amanhã". Soros atua tanto aqui como ali, e essa é a essência do liberalismo, se mover à "direita" e à "esquerda" ao mesmo tempo. Mélenchon é o lado "esquerdo" da globalização. Ele não é populista, apenas Marine Le Pen é a populista, e todo o povo, o povo trabalhador, é populista, o povo da França, da extrema-direita, da direita alternativa, da direita pós-moderna, são os verdadeiros populistas.
Assim, eliminamos Mélenchon dos populistas, apenas Marine Le Pen resta. Agora Marine não pertence mais a si mesma, ela é agora Joana d'Arc. De que parte da França Joana d'Arc surgiu? Não é da mesma que Marine representa agora? E onde Joana d'Arc foi queimada? Este é um momento muito interessante. Joana d'Arc é um símbolo conservador de uma profundeza continental, solo da França, solo da Europa. Agora estes arquétipos vem à vida. E agora, eu quero situar novamente o momento, Marine Le Pen não pertence mais à França, nem ao Front National, nem a si mesma (ela já excedeu os próprios limites).
Marine Le Pen não existe mais enquanto indivíduo. Tal como há um "Trump eleitoral", um "trumpismo", como há um "Putin", que também não é dono de si mesmo, porque, o que quer que ele diga, ao dizerem "Putin" pessoas ao redor do mundo dizem "não" à globalização. Dizer "Eu apoio Putin!" significa ser antítese ao sistema mundial. Imagine se Le Pen não fosse ao segundo turno? Você pode imaginar a situação? E se os globalistas já tivessem montado barreira no primeiro turno? Eles suspirariam com alívio: "Uma ameaça passou, riscos mínimos, a democracia venceu, Marine é um fenômeno local", eles diriam, "isso não nos ameaça, não prestaremos atenção a isso".
O que aconteceu agora, após o primeiro turno, torna quase sem importância como Marine se comporta e como ela vai se comportar. A partir de agora Marine Le Pen será liderada por super forças - ela já está no raio fundamental do arquétipo. E este raio do arquétipo levará tudo até o fim. Ela rotulou a Europa. O nome da Europa é Marine Le Pen. Ela revelou o verdadeiro nome do que é a Europa. É um ponto muito importante: penso que este é um verdadeiro despertar de arquétipos muito profundos, e são os arquétipos de uma Europa muito específica, muito especial, paradoxal, mas europeia. Esta é a descoberta do segundo pólo, análogo ao segundo pólo do espírito do "Trump trumpista", que é eterno e no qual o povo americano votou, independentemente do fato de Trump ter sido sabotado e recodificado.
Estamos interessados no ponto fundamental: o povo americano votou por Trump-Bennon, por Trump-Steve Miller, por Trump-Ann Coulter, por Trump, que está no "em Trump nós confiamos". Eles votaram nele, e é irreversível, não importa o que dizem os especialistas. Essa coisa é irreversível.
O mesmo fenômeno irreversível é Marine Le Pen agora. Nós fixamos o momento histórico - durante essas eleições, entre essas eleições o mais importante aconteceu. E agora não é tão importante o que vai acontecer a seguir, se Marine vai vencer ou não no segundo turno.
Primeiro, ela pode ganhar, porque o Brexit ocorreu, e a escolha de Trump ocorreu. Na verdade, a situação na França é formulada da seguinte forma: as pessoas estão contra o sistema. Uma parte do povo está completamente zumbificada pelo sistema. Isso não deve ser esquecido. E nós temos a mesma situação na Rússia e na América: não que metade da população seja favorável ao sistema, mas eles são apenas zumbis, se retiraram do jogo, eles são mais "população" do que "pessoas".
A População e o Povo - Arqueomodernidade e as Eleições na França
Podemos dizer que toda a massa de habitantes de qualquer país juntos é tanto "povo" como "população". Mas em uma parte, em uma metade deste maciço há mais pessoas do que população, e no outro, a população é maior do que o povo. A população é um conceito estatístico, uma construção com a qual trabalham diferentes formas de violência. A população é um contingente que absorve o discurso globalista, construído sobre o princípio da dominação do tempo. Pode ser liberal ou comunista ou liberal-comunista, ou mesmo nacionalista, mais precisamente, lentamente nacionalista. Em outras palavras, a população é uma parte modernista da sociedade, na qual o esquema modernista age mais forte do que o tradicionalista. Se tomarmos o fenômeno do arqueomoderno, essa parte está mais imersa na modernidade do que no arcaísmo. Ao mesmo tempo, há pessoas em que há muito mais arcaísmo do que modernidade.
Assim, em todas as áreas do mundo - na América, na Rússia e na França - vemos um e o mesmo elemento do arqueomoderno, o que é evidente nas eleições. Na Rússia, o arqueomoderno cobre 90%, na América - um pouco mais de 50%: o arqueomoderno americano entre os eleitores nos deu Trump, isto é, na América o arcaico é ligeiramente dominante. E, naturalmente, domina na França: na França republicana jacobina, o momento do arcaísmo realmente domina em muitas regiões, onde há mais "povo" do que "população". A proporção de moderno e arcaico é de cerca de 50 a 50 hoje, e, portanto, o jogo vai para essas percentagens, ou seja, mais em grupos intermediários que se tornam "população" ou "povo". E o que vai ganhar aqui, na França, é uma coisa completamente imprevisível. É por isso que eu acredito que Marine Le Pen tem a chance de ganhar.
Eu não tenho certeza, e ninguém tem certeza, claro, que ela vai ganhar, mas não tenho certeza que ela vai perder - apenas como ninguém estava certo da vitória de Brexit ou Trump. E é claro que todas as pesquisas de opinião globalistas são pura tolice. Como nós, sociólogos, sabemos, sociologicamente não há opinião pública, porque a opinião pública é a opinião que a elite dirigente está na população, que só pode ser parcialmente coordenada com o povo. Mas concordar ou não concordar com as pessoas depende de como a elite vai construir sua própria estratégia. Eis o ponto seguinte: estas eleições mostrarão o fosso entre "população" e "povo", isto é, condicionalmente falando: há 10-15% dos habitantes em que as proporções entre "o povo" e a "população " Não são constantes. Eles vão escolher. E ou eles são bastardos acabados - e então eles vão votar em Macron, e então eles são "população". Ou eles ainda são um povo francês, e então eles vão encontrar a força e votar a única escolha certa - por Marine Le Pen. Na França, esta é na verdade quase uma escolha religiosa. Pela primeira vez na Europa estão ocorrendo eleições religiosas em nosso tempo. O momento é histórico. No mesmo regime em que as eleições são realizadas na França hoje, as mudanças religiosas acontecem na história, o resultado das guerras civis é resolvido, os monarquistas ou jacobinos vencem, diferentes nações estão aceitando o Islã, o Cristianismo ou o Judaísmo.
A Manhã após as Eleições: A Ressaca Política
Passemos agora à segunda fase das eleições francesas. A primeira coisa que quero dizer é que: em primeiro lugar, estas eleições são históricas, decisivas, que em grande medida predeterminam o destino da Europa e do mundo.
Em segundo lugar - se a escolha for feita em favor de Macron, esta escolha não é absoluta. Isto significa que os franceses escolherão uma guerra civil. Eles não chegarão à eleição de Marine Le Pen em 4 anos. Durante 4 anos, Macron - este Hollande número dois, este nem mesmo "Mr. Jelly", mas "Mr. Microchip" - vai mostrar o marasmo completo do que já estava na França, apenas dez vezes mais. Nada acontecerá no país: o velho, nascido das cinzas de Finkelkraut ou Glucksmann, Jacques Attali simplesmente dirá com uma voz gemendo que "O dinheiro salvará o mundo", então ele sorrirá e depois se dissolverá. E haverá apenas refugiados devoradores de lixo - refugiados com inválidos encherão as ruas junto com o orgulho gay. E depois de vários meses do governo de Macron a França será simplesmente fechada para quarentena, e haverá pedaços de papel espalhados, porque ninguém vai limpar as ruas mais. Através do lixo zumbis sonâmbulos com máscaras de Macron (ao invés da máscara do Anonymous) percorrerão as ruas. A França chegará ao fim muito mais rápido do que a população pensa - e em seguida - a guerra civil começará. As pessoas que votam por Macron agora, estão votando pela guerra civil, as pessoas que votam por Marine Le Pen (eu quero dizer que vão votar pela paz, mas isso não funciona), elas também votarão, mas apenas pela versão certa do mesmo.
A Revolução Conservadora Global
A revolução conservadora na Europa é tão difícil porque uma revolução conservadora não pode vencer em um país. Em outras palavras, se a revolução conservadora vence na França, será necessário lidar com a exportação da revolução conservadora, especialmente porque ela já aconteceu na metade da Rússia e da América, será necessário engajar-se na revolução conservadora. Devemos rejeitar a versão nacionalista da interpretação da revolução conservadora - a revolução conservadora só pode ser global. Ou seja, é necessário lidar com a não-salvação da França na organização da ordem lá, ainda é impossível, mas devemos engajar-nos energicamente na exportação da revolução conservadora para a Alemanha, Áustria, Itália, Hungria - onde o caos está amadurecendo. Precisamos de uma revolução conservadora mundial. Na Rússia, a situação é muito semelhante - nossas forças estão crescendo, nossas tendências conservadoras em todas as partes do mundo estão adquirindo um caráter visível, tangível, a crise do sistema de esquerda liberal capitalista global liberal é evidente, estamos em um momento revolucionário , E não importa se Marine Le Pen vence ou não - a situação está irreversivelmente mudando em nossa direção.
Há pessoas, forças, forças sociais, que representam um começo arcaico, declaram sobre si mesmas cada vez mais alto. Imagine que Macron vença, e Marine polidamente reconhece os resultados da eleição. Depois disso, ela não pode fazer nada - ela se torna um pólo de atração. Ela só pode dizer "sim", "não", "bom", "desculpe-me", porque ela se torna uma equipe, e seu arquétipo começa a agir em tudo. As pessoas começam a andar por aí com distintivos de Marine, surge um movimento intelectual, todos dizem "eu sei como Marine pensa", "eu sei sobre sua filosofia." Imediatamente, o papel de Alain Soral e Alain de Benoist (em todo caso após essas eleições) se amplia de forma imensurável, e eles serão heróis como Steve Bannon ou simplesmente os principais teóricos da resistência. Isso pode ser reconhecido ou não, mas é absolutamente preciso e é irreversível em qualquer cenário. Além disso, imaginamos que Macron diz: "Vamos convidar mais migrantes, temos muito pouco deles para nossas necessidades de capitalismo liberal, não gosto da atual Paris, não é suficientemente escuro à noite, vamos deixá-la embotada. E vamos ter mais capital, cortar impostos para os capitalistas, cortar os rendimentos da classe média e, em geral, os franceses devem emigrar para a virtualidade, que nós propomos (embora as coisas não vão tão rápido como nós gostaríamos, as tecnologias ainda estão um pouco atrasadas, não há óculos virtuais suficientes para todos, especialmente para os recém-chegados). E de fato, os franceses vão migrar para a realidade virtual, e se eles não forem rápidos, eles entenderão o que é um verdadeiro pesadelo. A manhã de Macron, após a eleição de Macron, será como a manhã após uma ressaca severa. Os franceses se perguntarão com que ações feias eles tinham entrado em contato no dia anterior. Mas eles estão preparados para isso, eles estão cheios, eles estão agora narcotizados com microchips. Mas quando acordarem, eles vão acordar "para a guerra." A manhã seguinte a Macron é um "bom dia, guerra" na Europa. Este é um ponto muito importante.
Sujeito Intelectual - Três Pólos
E o último momento. Acredito que com Trump, com Le Pen e com o que temos na Rússia, temos de fato três pólos de uma revolução conservadora do mundo real. E todos esses três pólos são representados por centros intelectuais. Na Rússia está claro o que quero dizer com este centro. Na América - este é Bannon e a "alt-right", e alt-right mais e mais dá sinais de subjetividade. Os alt-righters são transformados de um gato adormecido em um sujeito pensante, embora um pouco robótico, um pouco débeis mentalmente, mas, no entanto, é um claro começo de um sujeito pensante. A América despertou sua subjetividade, sua subjetividade conservadora revolucionária, eles estão começando a pensar. A "alt-right" começou a falar com as palavras de "Limonka" (nt: Eduard Limonov) de 1992 ou 1993. Este é um grande progresso para os americanos. E se compararmos o discurso que tiveram antes da eleição de Trump, era apenas um balbucio lamentável, absolutamente desajeitado, embora correto, conservador, mas absolutamente irrelevante, absolutamente inaceitável, lançando sobre uma "América antiga armazenada". Ou era um absurdo marginal. Os americanos formam um sujeito, porque na América já existe um sujeito conservador revolucionário em estágio embrionário. Na França há uma entidade conservadora revolucionária magnítica, desenvolvida em alto grau e pronta para trabalhar: é Alain Soral e Alain de Benoist. Tudo isso gira em torno de Égalité et Réconciliation e "Éléments" - esta é a base da qual a "Frente Nacional" (NF) ascendeu. Sobre estas idéias, toda a FN viveu durante trinta ou quarenta anos, durante os quais eu os observava. Assim, a França tem um sujeito real, e na Rússia temos um sujeito. Assim, temos três exemplos de uma revolução conservadora com sucessos relativamente diversos, e há três sujeitos absolutamente concretos e claros da revolução conservadora em diferentes estágios de cristalização.
E as eleições francesas mostram que temos esse sujeito. Desde que Le Pen entrou no segundo turno, este é um sinal escatológico, que significa "o tempo está próximo". A partir disso, é necessário tirar a seguinte conclusão. Onde há história, há um sujeito. A história nunca é feita pelas massas de porcos. As massas de porcos ou vem mais tarde, quando a história já está feita, ou "pessoas da história" vem conduzir as massas de suínos para certos eventos, porque os porcos não entendem nada, só as pessoas entendem. O povo, cuja essência, de acordo com Hegel e Heidegger, é a sua elite pensante. A elite pensante é o povo. A elite pensante é uma função do povo. Não da população. E essa elite pensante, que diz ao povo "Sim", representa esse povo. Não é algo separado do povo, Ele vem ao povo, ensina-lhes algo, então sai, mas esta elite pensante não pode ir a lugar nenhum, porque está crescendo fora do povo, é a consciência do povo. Isso é o que a elite pensante é. E vemos o surgimento de tal elite pensante na América, vemos o surgimento de uma elite pensante na França, e temos uma elite pensante aqui na Rússia. Estas três elites pensantes dependem das três massas de pessoas.
Penso que a situação atual é um convite a uma atividade muito ativa. E sobretudo a política, as questões sociais, a economia, devemos lidar com a filosofia política, revelando estratégias epistemológicas, metafísicas, estratégias reais da filosofia política. Tudo que está acontecendo na França agora tem um caráter irreversível. A criação de uma equipe de um QG internacional conservador revolucionário está na agenda. Ao mesmo tempo, os três pólos desta força internacional conservadora são claramente distinguíveis - nós, os russos, os franceses e os americanos. Todo o resto será agrupado, gravitado, em torno de nós, como ao redor do Sol. E, claro, há um Irã conservador-revolucionário, na Turquia os processos também estão acontecendo. De fato, as células conservadoras revolucionárias serão agora formadas em todo o mundo, semelhante à forma como foram formadas em torno dos comunistas no final do século XIX. Os comunistas estão agora completamente nas mãos dos representantes de Soros e dos liberais, que simplesmente lhes oferecem uma agenda dissoluta - desintegrar-se, dissolver-se. Os comunistas de hoje não representam uma alternativa à sociedade moderna, porque eles não têm discurso, é apenas o discurso decomposto dos liberais, apenas em um estágio mais avançado de decadência. Ou seja, os liberais defendem o que está acontecendo hoje, e os liberal-comunistas, os atuais liberais de esquerda, estão defendendo o que será amanhã. Este é Macron, só envelhecido, mas não com barba, porque a barba não cresce neste andar.
Eu acho que agora a situação de uma verdadeira revolução conservadora está se preparando, todos os pré-requisitos estão prontos para isso. Podemos supor que uma estrutura tripartida, que agora está sendo posta (falando da humanidade européia - América, França e Rússia) é um eixo conservador revolucionário com três pólos. Mas penso que, ao mesmo tempo, devemos acompanhar de perto as tendências semelhantes, que são expressas nos seguintes pontos: 1) a constelação em torno de A. Soral e A. Benoist na Europa, 2) o locus especial da América Latina, como ela pensa há muito tempo nessa direção, sem muito sucesso, apoio e resultados visíveis, mas intelectualmente, sócio-politicamente e até institucionalmente de forma produtiva: certas coisas têm amadurecido na América Latina e, portanto, devemos prestar atenção a ela. 3) O Irã é um exemplo pronto de uma revolução conservadora madura, tão bem sucedida e tão cedo emergida, que os próprios iranianos, provavelmente, dificilmente se percebem como um grande exemplo. Por conseguinte, existem outros países que de alguma forma poderão recuperar este exemplo.
Por isso, penso que hoje o discurso conservador revolucionário, em primeiro lugar, a análise e o monitoramento precisos com base no discurso conservador revolucionário da multipolaridade, da quarta teoria política e do eurasianismo, que tópicos para todos, é tópico hoje. Por isso, proponho centrar os esforços numa língua inglesa, nas comunicações com os pólos francês e americano, em primeiro lugar, e com os outros países, tanto quanto possível. E aqui o intercâmbio de posições e compreensão, a leitura cuidadosa, as disputas, elucidando "quem está certo - quem não está certo", debates sobre o novo aparato conceitual, desenvolvimentos de novas fórmulas, até memes, se torna uma tarefa muito importante, porque nós entramos em um mundo inteiramente novo.