Podemos recordar que nos anos 30 do século passado, a Alemanha procurou combater os regimes econômicos do capitalismo e do comunismo com doutrinas da primazia da raça, e da raça germânica em particular. Isso foi certamente em parte uma estratégia para impôr o domínio germânico sobre o continente depois da expulsão das forças judaicas internacionalistas que o haviam controlado até então. As glorificações de Alfred Rosenberg da raça nórdica em seu livro Mythus des zwangisten Jahrhunderts que foram utilizadas com este propósito estiveram naturalmente focadas em uma Europa ocidental germânica, mas ditos esforços geralmente descuidavam da parte oriental inteira da Europa, habitada por eslavos e governada por uma cultura ária do oriente.
Hoje quando a Europa ocidental e central e parte da Europa oriental também estão totalmente sob o controle dos judeus estadounidenses por meio da trama econômica e militar transatlântica da União Europeia, é importante seguir a luta empreendida pela Alemanha Nacional-Socialista contra as forças globalistas, mas com uma visão mais ampla e mais profunda da Europa e de sua herança espiritual.
O propósito de meu discurso, portanto, é assinalar as origens comuns de todos os povos indo-europeus e a particular excelência espiritual que os distingue dos judeus, que, como autores de um árido mononacionalismo, representam um ramo corrompido da árvore genealógica indo-europeia.
Os recentes estudos de linguística e mitologia comparadas de investigadores como Giovanni Semerano [1] e M.L. West [2] deixaram claro que as origens da religião indo-europeia devem ser encontradas nos arredores do Oriente Próximo, e que a tendência anterior de distinguir, com base na diferença linguística entre línguas aglutinantes e declinantes, a civilização egípcia da suméria e ambas das chamadas culturas "indo-europeias" dos indo-iranianos, como hititas e gregos, ignorou a possibilidade de que elas possam todas ter derivado de uma fonte racial e linguística comum [3].
As semelhanças entre as religiões cosmológicas das três civilizações históricas mais antigas da Suméria, Egito e o vale do Indo dão, em efeito, crédito a esta possibilidade. As referências na epopeia suméria de Enmerkar e o Senhor de Aratta, 141-146, a uma época em que todos os povos da região "em uníssono/a Enlilem uma língua [davam louvores]", assim como em Gênese 11:1 os filhos de Noé (Sem, o semita; Jafet, o ariano, e Cam, o camita) falando originalmente a mesma língua, reforçam essa teoria.
A comum orientação cosmológica e solar das religiões da Suméria, Egito e Índia também sugere que essas três civilizações podem, em efeito, ter derivado de uma fonte comum. O professor Petr Charvat também notou recentemente o aparecimento da primeira "religião universal da Mesopotâmia" já nas culturas calcolíticas de Tel el-Halaf na Mesopotâmia do Norte e Ubaid na Mesopotâmia do Sul, que remontam ao 6º milênio a.C.
Quanto ao lar original da gente que desenvolveu a compreensão cosmológica compartilhada pelas religiões mais antigas da região, a principal evidência que temos é a da assim chamada história do "Dilúvio". A história di Dilúvio é um relato cosmológico do nascimento do universo e sua luz após a destruição do cosmo ao fim de uma idade cósmica. O "barco" que sobrevive à inundação leva as sementes da vida universal e se detém no cume de uma montanha, que é na realidade a localização a partir da qual surge a luz do universo, como a evidência egípcia deixa claro. A história do dilúvio, não obstante, é transferida a um cenário terrestre nas populares histórias do dilúvio da Suméria, Índia e Israel. A "arca", ou barco, que navega por sobre a inundação, se detém em uma montanha terrestre, e essa montanha é considerada o ponto originador da própria raça, já que o sobrevivente é descrito como um rei ou um sábio primitivo.
No relato indiano do Dilúvio no Bhagavata Purana, o sobrevivente do Dilúvio é o Manú (Homem), que é chamado Satyavrata, rei dos drávidas, e seu barco se detém sobre uma montanha inominada "do norte" (VIII, 24). Na história babilônica de Beroso, o barco de Xisouthros, o sobrevivente do DIlúvio, repousa na Armênia. Segundo Nikolaos de Damasco, um contemporâneo de Augusto, a montanha armênia na qual o barco se deteve é a montanha Baris, que pode ser a mesma que o monte Ararat (ao norte do lago Van) mencionado na história bíblica do Dilúvio do Gênese 8:3. Segundo Beroso, os babilônicos se trasladaram a diferentes partes da Babilônia desde a Armênia.
Na versão etíope do grego Pseudo-Calístenes, os brâmanes são chamados filhos do filho de Adão, Set e Noé é considerado transmissor da sabedoria de Set. Já que Adão e´, como veremos, em realidade o Homem Cósmico e não um humano, podemos supôr que os brâmanes mencionados aqui tem relação com a preservação da Consciência Divina de Brahma que provém do Ovo Cósmico e que é comunicada mais tarde à Humanidade por Manú/Noé.
Dado que os centros mais primevos de alta cultura são aqueles dos cananeus, hatti, elamitas, sumérios e egípcios, é possível que a região ao redor do Monte Ararat fosse a região central desde onde os proto-dravidianos viajaram a Palestina, Anatólia, Egito, Mesopotâmia e as costas do Mar Negro [5]. É provável também que uma das regiões que mais cedo foram colonizadas pelos povos descendentes de Noé da vizinha Armênia fosse a Anatólia. Isso é sugerido pela grande antiguidade dos achados arqueológicos neolíticos em Çatal Hüyük (ca. 7º milênio a.C.). A civilização da Síria-Palestina pode ser até tão antiga quanto a da Anatólia, já que os assentamentos na Jordânia são detectáveis desde fins do 7º milênio a.C. e em Biblos desde o 6º milênio.
Depois dos achados arqueológicos da Anatólia e Síria-Palestina estão aqueles de Susa em Elam, no sudoeste do Irã. Speiser, junto com Frankfort, conjecturou que a fonte dessa cultura pode ter estado na Armênia mesmo, já que o local ao norte mais distante onde se descobriu cerâmica do tipo Susa I é o Monte Ararat. Quanto ao relato bíblico dos elamitas mais primevos, considera Elam como um filho de Sem. Isso sugere que um componente principal da população proto-dravidiana em Elam devem ter sido os proto-semitas, provavelmente semitas proto-acádios.
A antiga cultura Ubaid da Mesopotâmia do Sul, Eridu, que data do 6º milênio a.C., mostra marcadas afinidades elamitas. É importante notar que, segundo Speiser, o nome original de Ku'ara (perto de Eridu) na primeira dinastia de Uruk - HA.Aki - pode ser de origem subaro [de Subartu ou Subar] ou hurrita. O próprio termo "subari" ou, mais precisamente, "suwari", está relacioado com Suvalliyat (Suvariya)/Surya, que é também o nome hitita/índico do deus do Sol. Hurri, então, seria a pronúncia irânica do mesmo nome, como o sugere o nome irânico do deus do Sol, "Hvare".
A raça noéica [de Noé] ou proto-dravidiana original é, assim, mais provavelmente identificável com os proto-hurritas que habitavam os assentamentos anatólios-halafianos associados com os subaros/suwaros/hurritas do 7º milênio a.C. Esses primeiros hurritas falavam uma língua caucasoide aglutinante que possuía características dravidianas, e F. Bork e G. W. Brown revelaram a íntima relação linguística entre o hurrita (junto com seu dialeto Mitanni), o elamita e o dravidiano. Os povos semitas, jaféticos e camitas mencionados na Bíblia estão todos estreitamente relacionados com essa raça original cujo próprio nome aponta a uma característica adoração religiosa do Sol.
Os sítios mais primevos da cultura mesopotâmica do norte se encontram em Tel el-Halaf, remontando a por volta do 5º milênio a.C. A poderosa influência da cultura halafiana é atestada nas imitações de sua cerâmica na Armênia do Sul assim como no noroeste da Síria. A cerâmica de Tel el-Halaf está marcada por desenhos bucrâneos [de cabeças de boi] que a associam com os santuários do 7º milênio de Çatal Hüyük na Anatólia Oriental, que podem ter sido estabelecidos pelos primeiros proto-dravidianos ou hurritas. Petr Charvat revelou que as formas sociais e religiosas fundamentais da posterior cultura mesopotâmica, inclusive a de Uruk na Suméria, são evidentes já em sua forma embrionária nos sítios calcolíticos [da Idade do Cobre] primevos da Mesopotâmia do Norte. As práticas crematórias associadas com rituais do fogo são notadas aqui, e Tel Arpachiyah (TT6, perto da atual Mosul no Iraque) também apresenta as primeiras provas do uso da tríade de cor branco-vermelho-negro que persiste desdetempos calcolíticos até Uruk [6] e que é representativa das três castas originais dos indo-europeus: sacerdotes, guerreiros e povo (quer dizer, agricultores e artesãos).
O imperfeito estado das investigações arqueológicas nas regiões sob investigação proibe qualquer identificação definida da raça original que criou a cultura espiritual dessas civilizações originais da Humanidade. Não obstante, dado que todas essas civilizações estão situadas no sul e, segundo Gordon Childe, o elemento racial predominante nas tumbas mais primevas na região do Elam ao Danúbio é o "mediterrâneo" [7], podemos supôr que essas culturas primevas foram fundadas pelo gênio daquele amplo grupo racial. A raça mediterrânea dolicocéfala, ou "morena" [8], pode ter constituído assim o estrato mais primevo das populações da Ásia, Egito e Europa. Essa raça pode ser identificada como "proto-dravidiana" ou "proto-hurrita" ou inclusive como a raça proto-indo-europeia.
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Dos três ramos linguísticos históricos associados com os filhos de Noé - Sem, Jafet e Cam [9] - , a evidência literária mais primitiva é principalmente a da semítica proto-acádica [10]. Muitas das palavras das tabuletas de Uruk mais primitivas que foram designadas como "proto-eufráticas" por B. Landsberger são mais provavelmente de origem proto-acádica, como G. Rubio assinalou recentemente. Langdon, não obstante, notou que a maior parte dos nomes semíticos estavam concentrados no norte, e isso sugere a "entrada dos semitas na área do norte em Kish e Maer em um período bem antigo".
A cultura semítica acâdica da Mesopotâmia do Norte deve ter estado relacionada também com a de Elam, que é descrita em Gênese 10:20 como um "filho" de Sem. Não é surpreendente que os acádios mais antigos estiveram estreitamente associados com tribos hurritas também, com os quais eles parecem ter compartilhado uma tradição histórica comum. Temos aqui uma indicação da grande antiguidade da família semítica acádica.
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Ainda que as religiões atestadas mais antigas são as dos semitas e dos camitas sumérios e egípcios, os ários jaféticos, em efeito, podem ter sido mais antigos que os camitas, já que Cam é representado na versão javista mais primitiva da Bíblia como "o filho mais jovem de Noé" [11]. Os ários são geralmente divididos em ários do leste, "shatem", e ocidentais, "centum". Quanto aos povos ários ocidentais, podemos notar que em Gênese 9:2 o filho maior de Jafet (dos ários) é chamado Gomer, representando aos cimérios, que são descritos por Heródoto (IV, 14) como tendo tido seu lar inicial "nas margens do Mar Negro".
Os cimérios são provavelmente idênticos aos celtas mais antigos, já que os gauleses (que são um povo celta do sul como os bretões) chamam a si mesmo, até hoje, "cymry". Diodoro Sículo (Bibliotheca Historica V, 32) também declara que os celtas que vivem próximo ao Mar Negro estão dispersos "tão longe quanto a Cítia", e as mais nortenhas dessas tribos celtas são as mais selvagens e as mais poderosas, tendo aparentemente "vagado através e devastado toda a Ásia, sob seu nome de então de cimérios". Os celtas do norte são, sem dúvida, os goidélicos [gaélicos], mas o fato de que o nome antigo se conserve principalmente entre os gauleses bretônicos pode ser devido ao predomínio do conservador elemento druídico entre estes.
Ainda que os celtas sejam ários jaféticos ocidentais, os filhos de Gomer, na bíblica Tábua das Nações (Gênese 10), incluem Ashkenaz (os citas, que são ários jaféticos ocidentais), Riphath (incerto) e Thokarmah (possivelmente os tocharianos, ou armênios, cujo ancestral é chamado Tcorghom [12]). Os celtas e os citas estão estreitamente relacionados, como indica Estrabão (XI, 7, 2), que declara que os autores gregos chamaram a todas as populações do norte de citas ou celto-citas.
Os "irmãos" de Gomer incluem Magog (os magi ou irânicos), Madai (os medas/mitânios/indo-irânicos), Javan (gregos), Tubal, Mesec e Tiras, os últimos três não identificáveis. Os irânicos jaféticos do leste são representados em Heródoto como adoradores do "círculo do céu" (Ahura, de Ashur/Anshar = círculo do céu) assim como dos corpos celestes. Os irânicos referidos por Heródoto, não obstante, não construíram templos nem adoravam representações estatuárias de suas divindades (I, 131), e isso enfatiza sua antiga afiliação com os citas, enquanto que os hurritas-hititas e hurritas-mitânios, não obstante, não eram certamente contrários a tais representações. Ademais, os rituais irânicos são descritos por Heródoto como não involucrando o fogo, ainda que mais tarde a religião zoroastriana, em efeito, seja tipificada por sua adoração do fogo, Atar. Isso sugere que os irânicos posteriores devem ter entrado em contato no sul com os ailas [uma dinastia] de Pururava (elamitas/hurritas), os quais, com overemos, derivaram sua adoração do fogo dos gandharvas, os quais estão relacionados com os povoadores do complexo arqueológico Báctria-Margiana no Afeganistão.
O ramo histórico mais antigo dos indo-ários está manifestado no século XVI a.C. no norte da Mesopotâmia, no reino de Mitanni. O lar original dos mitanios permanece incerto. Os mitanios mesmos podem ser identificáveis com os medas, e, como revela Heródoto (VII, 69), os medas foram alguma vez universalmente chamados ários. Os medas podem ter estado relacionados aos proto-irânicos, já que várias palavras medas são detectáveis no persa antigo. Os reis de Mitanni tem nomes sânscritos que se distinguem por sua afiliação à condução de carros, e essa habilidade é refletida também nos nomes (Keres-aspa, Pourus-aspa) do ramo irânico da família ária, assim como no extraordinário prestígio atribuído ao cavalo pelos indo-ários em seus rituais sagrados.
A relação próxima entre os indo-ários e os irânicos e os citas é confirmada pela veneração do cavalo entre os citas, relatada por Heródoto (IV, 61). Não obstante, os mitanios exibem uma adesão a uma forma védica de religião (e não À posterior forma avéstica zoroastriana), junto com uma adoração de divindades hurritas, estabelecendo dessa maneira o relativamente tardio da religião zoroastriana.
O terceiro e mais jovem grupo dos ários do leste, os citas, está localizado por Heródoto ao norte do Mar Negro nas proximidades dos cimérios, que estão representados na bíblica Tábua das Nações como seus antepassados ("pai") sob o nome de Gomer. Segundo Heródoto (IV, 3), os citas se consideravam como "a mais jovem de todas as nações". Não obstante, o amplo território dos citas se estendia através da Rússia até a Ásia Central. Os citas também estão estreitamente associados com os indo-irânicos, com quem eles compartilham uma linguagem ária "shatem" do leste e muitas de suas práticas religiosas.
O predomínio da língua irânica nas regiões habitadas por cimérios e citas, quer dizer, do Danúbio ao Dnieper, é evidenciado também pelos nomes do Danúbio, Dnieper e Dniester, que empregam o termo avesta danu para rio. Em efeito, essa área corresponde à habitada pelos eslavos, e podemos considerar razoavelmente os citas como antepassados desses.
Sem embargo, a descrição que faz Heródoto dos citas (IV, 59) sugere que eles não possuíam muita sofisticação em seus ritais religiosos. O próprio Dario I (522-486 a.C.) se refere aos sakas como "rebeldes" e infieis a Ahura Mazda. O relato de Heródoto dos costumes religiosos dos citas (IV, 59) em efeito revela seu agudo foco na vida marcial, já que eles pelo visto não estabeleceram altares ou estátuas a nenhum deus exceto a Ares, deus da guerra. As investigações de Eliade também apontam a uma aplicação prática muito rudimentar das bases espirituais da religião cosmológica do antigo Oriente Próximo a rituais quase-xamanísticos. Isso também explica a antiga designação dos citas como "haoma-varga" ou "bebedores de soma".
É interessante notar, não obstante, que inclusive os indianos e os irânicos avésticos parecem originalmente ter sido povos nômades afins aos citas, como está atestado pela linguagem do velho Avesta, onde o cosmo era visto como uma enorme tenda de campanha. MEsmo assim, parece que seguiram outras ondas de indo-ários que se instalaram no Complexo Arqueológico Bactria-Margiana (situado nos atuais Turcomenistão e Afeganistão) ao redor de 2.200-1.700 a.C. e na região de Gandhara (arredores de Peshawar) por volta de 1.700 a.C., os quais haviam mantido a tradição dos rituais do fogo. Os templos também contém quartos com "todo o aparato necessário para a preparação de bebidas extraídas da amapola, o cânhamo e a efedra" que pode ter sido utilizado para os rituais com soma [13].
Quando investigamos o assunto crucial da instituição de rituais do fogo entre os indo-ários, deveríamos recordar que nem os irânicos mais antigos, nem os indo-ários de Mitanni, nem os citas, apresentam alguma evidência de tal adoração do fogo. Nos Puranas, Pururavas, o antigo rei aila (elamita?), diz ter obtido o fogo do sacrifício dos "Gandharvas", que também o ensinaram a constituição dos três fogos sagrados dos ários. Isso sugere que os primeiros hurritas de Elam e os irânicos mais antigos não adoraram o fogo e o aprenderam de uma onda posterior de ários de mais ao norte. Não obstante, inclusive os gandharvas são inclídos entre as dinastias ailas (elamitas?) nos Puranas, o que sugere que eles também eram um ramo do norte e do leste de proto-hurritas identificável com os jaféticos. Essas tribos jaféticas que se moveram para o norte às estepes pôntico-cáspias criaram a cultura yamnaya ali, que é considerada a fonte principal dos povos ários.
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Quando aos ários "centum" ocidentais, ainda quando os cimérios ou os celtas, representados por Gomer, seja considerados como o primogênio de Jafet, a evidência histórica mais antiga de uma língua "centum" vem da Anatólia, entre os hititas. Os chamados hititas eram, diferentemente dos nativos de Hatti, ários. Mas eles, tal como os jafetitas cimérios (assim como os semitas e camitas), não proporcionaram qualquer evidência arqueológica de qualquer ritual do fogo em sua adoração religiosa.
O reino hitita também mostra uma forte influência cultural neo-hurrita a partir do século XV a.C., e muitas das rainhas hititas levam nomes hurritas, como no caso dos mitânios. A religião hitita é totalmente sumério-hurrita, mas tem afinidades particulares com os mitânios e indo-ários também.
Os gregos muito provavelmente chegaram à região da Hélade por volta de 2.200 a.C. desde a Anatólia, ainda que seja possível que tribos jaféticas das margens do Mar Negro tenham se trasladado por terra à Grécia também. Não obstante, a cultura minoica pré-grega de Creta contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da escrita Linear A (antes de 1.700 a.C.) que precedeu à ário-micênica Linear B (1.300 a.C.). E tal como a escrita cretense está na base da micênica, assim também sua religião é seguida sem alteração pelos imigrantes posteriores. Não é surpreendente assim que o Zeus cretense, que é filho de Cronos, seja chamado Zagreu, o que sugere uma origem da divindade nos montes Zagros do Irã ocidental.
Mais ao oeste, um dos ramos mais antigos dos povos germânicos é chamado de alemanni, um nome que certamente está relacionado com Aryamanni, que pode ser igualmente o original do termo "armênio". Segundo Snorri Sturlusson, o autor da Edda em prosa, os germânicos primeiro derivaram sua religião dos anatólios, que se trasladaram à Europa. Diz-se que o primeiro anatólio (um dos Aesir ou Asuras) que emigrou à Germânica é "Voden" ou "Odin", o deus do Vento (a forma germânica original, Wotan, está claramente relacionada com o indo-irânico Wata, uma forma do deus do vento, Vayu). Diz-se que Odin, não obstante, é um descendente distante de "Tror" ou "Thor", o filho de um rei troiano chamado Mennon ou Munon (= Manú?) que se havia casado com uma filha do rei Príamo. Diz-se que Thor mesmo havia perambulado primeiro pela Trácia e logo por outras partes do mundo. Notaremos que a Trácia é também a fonte do culto dionisíaco.
Os três filhos de Odin, Vegdeg, Beldeg (Baldur) e Sigi, governaram sobre a Germânica Oriental, a Vestáflia e a França, respectivamente. Expedições adicionais levaram Odin à Dinamarca, Suécia e Noruega, pelo que ele teve êxito em difundir a "língua da Ásia" por todas as partes da Europa. Vemos, portanto, a posição central da Anatólia como a terra de onde derivou a maior parte das culturas indo-europeias ocidentais, ainda que os cimérios celtas estivessem em grande parte localizados ao norte do Mar Negro.
Segundo Tácito, Mannus (relacionado com o índico Manú) foi o antepassado da raça germânica, e ele teve três filhos representados pelos Ingaevones (os germânicos do norte incluindo os escandinavos e os antepassados dos anglossaxões), os Hermiones (os germânicos ocidentais incluindo os godos, os burgúndios e os lombardos) e os Istvaeones (os germânicos da Baixa Germânica, os francos, os holandeses e os belgas). A primeira tribo germânica que cruzou o Reno e expulsou os celtas autóctones foi a dos Tungri (uma tribo belga), cujo outro nome, Germani, foi usado por todas as tribos.
O deus chefe dos germânicos diz Tácito que é o deus criador Tuisto (de Tvashtr/Tvoreshtar/Tartarus), ainda que Ingvi, outro nome para Freyr, devesse ter sido o deus dos ingaevones, tal como Hermin, um nome para Wotan, deve ter sido a divindade principal dos hermiones, enquanto Istae permanece obscuro.
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Quanto às percepções cosmológicas e filosóficas que dão forma às religiões antigas, é provável que elas fossem desenvolvidas primeiro por meio da meditação iogue, como declara, por exemplo, o Brahmanda Purana I, i, 3, 8. É significativo que no Mahabharata, Shalyaparva 44, Skanda ou Muruga, o deus dionisíaco dos dravidianos, seja descrito com poderes iogues enquanto seu pai Shiva no Mahabharata, Anushasanaparva 14, é referido como a "alma do ioga" e o objeto de toda meditação iogue. Já que é muito provável que a raça noeica fosse, em realidade, uma proto-dravidiana/proto-hurrita, é portanto provável que este profundo conhecimento iogue do universo seja característico dela.
A religião dos antigos estava baseada em uma visão espiritual da formação do cosmo [14]. Depois do dilúvio cósmico que marca o fim da primeira idade cósmica (kalpa), a Alma Divina, Âtman, dentro do oceano cósmico (o Abismo) gradualmente recria o cosmo assumindo a forma de um Macroanthropos ideal, um Homem Cósmico. O alento ou força vital (Vayu/Wotan) do Homem Cósmico primeiro se une com a matéria (Terra) para formar um complexo estreitamente unido do Céu (a substância do Purusha, o homem cósmico) e a Terra. Mas o aspecto temporal (Kala, Cronos) do rapidamente móvel alento ou vento também separa os dois elementos, um acontecimento representado como uma castração do Purusha. O sêmem que cai do falo cortado impregna o próprio Purusha com um Ovo Cósmico do qual surge o cosmo manifestado composto, outra vez, de substância terrena e luz divina (Brahman). Este luminoso Brahman também é representado antropomorficamente como um Homem Cósmico.
Sem embargo, essa luz continua possuindo uma qualidade tempestuosa que é uma persistência de Cronos no cosmo manifesto. Essa força, representada como Zeus/Seth/Ganesha, destroi a luz e a obriga a descer às regiões inferiores da Terra, onde jaz moribunda como, por exemplo, Osiris. Ainda assim, a mesma força tormentosa tragou, enquanto isso, o falo divino e assim finalmente reanima à luz moribunda no mundo inferior com sua potência. Logo separa a substância da Terra nas regiões terrenas e o ceu de nosso universo e emerge pela fenda entre os dois na região média das estrelas como uma universal Árvore da Vida ou Falo. A semente desse universo recém-formado é emitida então dentro de nossa galáxia, primeiro como a Lua, e logo a força solar finalmente surge no cume da Árvore (Falo) como o Sol.
O processo da vida que se desenrola na Terra é supervisionado pelo sétimo Manú de nossa era a quem encontramos como o Rei dos Drávidas. Este Manú é responsável pela continuação da humanidade na Terra assim como de sua evolução espiritual. Nessa tarefa o ajudam sete sábios, que representam a sabedoria e a cultura do homem iluminado. Os brâmanes derivam sua ascendência desses sete sábios, e assim vemos que a religião brahmânica é, em efeito, a mais antiga e una que está originalmente marcada pela elevação espiritual iogue.
Já que identificamos os proto-indo-europeus como proto-hurritas ou proto-dravidianos, podemos fazer uma pausa para considerar qual pode ter sido a forma mais antiga de sua religião. Notamos que os cimérios são os mais antigos dos ários jaféticos, e sabemos que seus sacerdotes eram chamados "druidas", de modo que é possível que os druidas sejam, em efeito, descendentes dos próprios proto-dravidianos. As semelhanças fonéticas entre "druida" e "drávida" são óbvias. Nos textos clássicos, o nome dos druidas aparece fundamentalmente em uma forma plural, como "druidai" (em grego) ou "druidae" ou "druides" (em latim). Em irlandês, "drai" ou "druí" é a forma singular de uma palavra que significa "homem sábio", do qual "draod" ou "druida" é o plural. A associação dos druidas com a palavra grega para "carvalho", primeiro feita por Plínio (Historia Naturalis, XVI, 95), é provavelmente posterior, devido à importância da adoração da árvore entre os antigos druidas, assim como entre a maior parte dos povos indo-europeus antigos, já que a árvore sagrada serve como um símbolo do falo divino que representa a vida do universo.
Os druidas parecem ter sido os sacerdotes dos celtas cimérios, principalmente na Gália e Grã-Bretanha. Já que não há qualquer evidência deles em outros territórios celtas como no Danúbio, na Gália Cisalpina e na Transalpina, é possível que eles sejam de origem não-celta [15]. Sem embargo, entre os gauleses, os druidas, junto com os equites constituíam as "castas" superiores. Piggott acreditava que a tradição druídica podia ser remontada a pelo menos o 2º milênio a.C. já que tem muito em comum com a linguagem e a ideologia indo-europeias, especialmente o sânscrito e o hitita. Ainda assim, é completamente possível que os druidas tivessem se estabelecido na Europa inclusive antes dos ários, quiçá tãocedo quanto o 3º milênio a.C. O deus tricéfalo atribuível aos druidas no Marne e na Costa do Ouro está possivelmente ligado ao deus tricéfalo ou tetracéfalo [16] do vale do Indo do 3º milênio a.C. [17].
Daí que não seja surpreendente que Clemente da Alexandria acreditasse que os pitagóricos e os filósofos gregos pegaram sua sabedoria dos gauleses e outros bárbaros, com o que ele sem dúvida se referia ao núcleo sacerdotal druídico dessas tribos. Dião Crisóstomo (século I d.C.) considerava os druidas como similares aos magi persas, os sacerdotes egípcios e os brâmanes indianos. Pode-se recordar que F.E. Pargiter uma vez sustentou que o brâmanismo mesmo podesse não ter sido originalmente ário, mas sim ter sido adotado na religião indo-ária desde os dravidianos [18]. Não obstante, Pargiter não considerou a possibilidade de que tanto a cultura ária como mais tarde a dravidiana podem ter derivado de uma cultura espiritual proto-dravidiana ou proto-hurrita.
A religião dos druidas era claramente cosmológica, como está atestado nos Comentários de César, que lhes atribuiu muito conhecimento sobre as estrelas e seu movimento, e do tamanho do mundo (Pargiter, op. cit). Amiano Marcelino declarou que eles investigavam "problemas de coisas secretas e sublimes". Diodoro Sículo, seguindo Posidônio, sustentou que eles acreditavam que "as almas dos homens são imortais, e que depois de um número definido de anos eles tem uma segunda vida na qual a alma passa a outro corpo", que é também a doutrina dos proto-dravidianos que formularam os princípios originais da religião índica.
Ainda que a religião celta incluísse sacrifícios, inclusiveh umanos, não há nenhuma prova, ainda assim, da adoração do fogo entre os druidas como era característica dos indo-ários e irânicos. Não obstante, a veneração do fogo entre os antigos celtas pode ser debilmente detectada na relativa frequência da denominação "Áed" (fogo) entre os lendários e primitivamente históricos reis supremos da Irlanda [19]. Foi só entre os proto-ários que os rituais religiosos indo-europeus se centraram na adoração do fogo, o que implica uma dramatização externa de acontecimentos cósmicos e particularmente do nascimento do Sol dentro do fogo sacrificial sagrado, Agni. Sem embargo, com a aparição mais tardia das culturas camitas da Suméria e do Egito, a adoração das forças cósmicas assumiu formas antropomórficas, e a idólatra adoração do templo se converteu na regra, como o fez no hinduísmo posterior também.
Ao mesmo tempo, haveria que notar que os templos dos antigos indo-europeus assim como os rituais do fogo dos ários estão ambos igualmente construídos sobre um plano sagrado (mandala) do Purusha que é revivido, mediante os diversos rituais realizados ali, a seu esplendor solar cósmico original. Nos sacrifícios dos indo-ários o sacrificador se submete a uma morte e renascimento rituais como o Sol, enquanto que na adoração camita do templo, o ídolo sagrado é adorado como uma representação vivente do Sol nascente e em desenvolvimento. Ambas formas de adoração estão naturalmente relacionadas com exercícios iogues tântricos que empregam as correspondências entre o macrocosmo e o microcosmo para divinizar o próprio adepto.
Os deuses das diversas culturas que surgiram da pátria original dos indo-europeus simbolizam vários aspectos vitais do macro-antropomórfico Purusha. Assim, Enlil, Vayu, Wotan, que representam o alento divino ou força vital, são os principais deuses entre os sumérios, indianos e germânicos; Thor, Zeus, Indra e Perun representam a força da tormenta entre os germânicos, gregos, indianos e eslavos; e Aton, An, Brahma, Mitra, Helios e o Sol são adorados pelos egípcios, sumérios, indianos, zoroastrianos, gregos e mitraístas como a Luz cósmica. Se bem os sacrifícios do fogo e os rituais do templo das religiões indo-europeias antigas foram considerados necessários para o bem-estar do Purusha e o adequado funcionamento do universo, o objetivo do sábio verdadeiramente iluminado, sem embargo, era transcender completamente a encarnação cósmica por meio da ascese iogue.
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Vimos que a prisca theologia (teologia primeira) dos antigos indo-europeus é claramente politeísta, e a transformação desse politeísmo em pseudo-monoteísmo cristão sob a influência do monoteísmo hebreu merece uma investigação mais próxima. O monoteísmo hebreu deveria ser mais corretamente designado como um mononacionalismo baseado no culto tribal a Javé, deus dos hebreus. Os hebreus são um ramo dos arameus semíticos ocidentais (e indo-europeus), e são reconhecíveis nos nômades "habiru" do antigo Oriente Próximo, que foram considerados como perigosos bandoleiros, subversivos e mercenários [20]. A aversão abraâmica original ao politeísmo cosmológico dos indo-europeus é evidente de acordo com as referências existentes nas Antiguidades Judias de Josefo, I, 157 e em De Mutatione Nominum de Filão, 72-6.
Enquanto a religião genuinamente universal dos indo-europeus está baseada em uma compreensão científica e filosófica do cosmo, o monoteísmo hebreu começou e continua hoje não tanto como uma adoração de alguma força espiritual universal, mas sim como uma doutrina política de mononacionalismo (quer dizer, a concentração única na história dos israelitas como o destino da Humanidade). A rebelião monoteísta mononacionalista dos hebreus (Abraão) contra as religiões cosmológicas de seus vizinhos no antigo Oriente Próximo representa, assim, a primeira queda da Humanidade, dirigida pelos judeus, desde seu foco espiritual original. Como assinalou o historiador cultural inglês do século XIX Houston Stewart Chamberlain, a mentalidade predominantemente materialista dos escribas judeus é claramente evidente em sua transformação das elaboradas especulações mitológicas dos sumero-acadianos em um mero registro histórico da própria tribo judia:
"As ideias fantasticamente científicas que aparecem no Gênese, sobre a origem do mundo orgânico, que era originalmente a concepção mítica e simbólica de um povo imaginativo (provavelmente os sumero-acádios)... tudo aquilo se converteu em 'história' (nas mãos dos judeus), e por conseguinte ao mesmo tempo perdeu todo significado como mito religioso, posto que o mito é elástico e inesgotável enquanto que aqui jaz, diante de nós, uma simples crônica de fatos, uma enumeração de acontecimentos. Isso é materialismo... Com essa visão da religião, são perseguidos somente fins práticos, nenhum fim ideal" (em Os Fundamentos do Século XIX, Londres, 1911).
É verdade que há algum misticismo cosmológico nas obras cagalísticas como o Sepher Yetzirah (Livro da Criação) e no Zohar (Livro da Luz), que também foram compostas nos primeiros séculos d.C. Essas obras, como as gnósticas, derivaram com toda probabilidade dos assírios entre os quais os hebreus foram exilados no século VI a.C. [21], e contém algumas noções das bases cosmológicas originais das primeiras seções do Gênese.
Quanto ao culto cristão, o fato de que também derivasse de noções cosmogônicas indo-europeias, e que se remonte, como a Cabala, ao tempo do exílio babilônico, é claro a partir das descrições cosmológicas gnósticas contemporâneas do Cristo como a manifestação macro-antropomórfica cósmica da Ideia de Deus, assim como na história extraordinária da morte e à ressurreição do Cristo mesmo, já que isso só pode ser uma historicização do drama cósmico da descida da força solar (Osiris) ao inframundo e sua posterior aparição como o Sol (Hórus) de nosso Sistema Solar.
Outra prova da base mitológica da história de Cristo é o emprego de um "carpinteiro" como o pai de Jesus, já que essa figura corresponde exatamente à força formativa Tvashtr (Tuisto entre os germânicos) do Homem cósmico, Purusha, já que para os indo-irânicos Tvoreshtar também significa um carpinteiro. É Tvashtr que forma a semente da luz do universo que aparece como Brahma, enquanto que a impregnação do substrato material do cosmo é empreendida pelo alento de Purusha, representado como a divindade do vento Vayu (Wotan), que corresponde ao Espírito Santo cristão.
Como sabemos, no Concílio de Éfeso de 431 d.C., a virgem Maria também foi confirmada como a mãe não de um filho humano, mas sim de Deus, enquanto que o Concílio Lateranense de 469 esclareceu que Maria concebeu Jesus por meio do Espírito Santo. A tradução desse mito cosmológico de Jesus, que é o mesmo que o de Hélios/Brahma, em um conto histórico ambientado na Judeia dos tempos romanos é, quiçá, o trabalho dos judeus que se chamaram a si mesmos os evangelistas, e de Paulo, que desejou fazer do culto cristão um culto judeu internacional acrescentando um capítulo final à história judia do Antigo Testamento.
A aversão cristã à forma histórica e nacionalista do judaísmo bíblico aparece já nas doutrinas do antigo pensador cristão Marcião de Sinope (s. II d.C.) [22]. Marcião se horrorizou da concepção hebraica de Javé como um deus tribal que aprova toda sorte de crimes de seus israelitas "eleitos", e por tal razão ele, como os gnósticos contemporâneos, diferenciou entre o demiurgo do universo material, Javé, e o "Pai Celestial" de Cristo.
A oposição de Marcião a Javé nos mostra que, já em sua época, a concepção de Javé contida no Antigo Testamento era considerada totalmente diferente da cabalística. Segundo Marcião, os pecados da Humanidade criada por Javé tiveram que ser expiados pelo sacrifício do deus encarnado, Cristo, a fim de que todos os homens pudessem herdar a Vida eterna. Lamentavelmente, apesar de seu discernimento intelectual, Marcião foi excomungado pela Igreja romana, a qual reforçou suas conexões judaicas formando uma Igreja ortodoxa "católica", ou universal.
O cristianismo antijudaico de Marcião, assim como os ensinamentos dos gnósticos que chegaram tão longe como a identificar o deus judeu com o "diabo", a demoníaca divindade que governa o mundo da matéria, destacam o fato de que o Antigo Testamento como o temos ignora as bases espirituais da antiga cosmogonia politeísta contida na Cabala em favor de uma glorificação monoteísta da história das tribos judias. Em efeito, o judaísmo como regra subordinou a exegese cabalística ao estudo literal da Torá e do Talmud, que são registros mundanos da primitiva vida política e social judia que carecem completamente de espiritualidade. A inexistência de qualquer desenvolvimento vigoroso da Cabala como um culto judio predominante confirma as origens estrangeiras do sistema, e seu modelo cosmogônico quase-politeísta não teve êxito na transformação da obsessão etnopolítica dos hebreus que deu à religião revolucionária de Abraão sua primeira e mais típica forma.
Ainda que os europeus fossem obrigados a esquecer suas próprias religiões cosmológicas indo-europeias quando eles foram convertidos a uma religião judia reformada, o cristianismo, eles mantiveram a sensibilidade religiosa politeísta original do cristianismo em sua adesão à doutrina da Santa Trindade de Deus o Pai, Deus o Filho e o Espírito Santo, assim como na adoração católica a Maria e aos diversos santos. Sem embargo, como as rebeliões protestantes, e acima de tudo a puritana, contra o catolicismo, os aspectos cosmológicos da Trindade e da adoração a Maria foram arrancados à força por um retorno a uma interpretação literal, mundana e monoteísta do Antigo Testamento.
Hoje essa tendência progrediu até tal ponto que os atuais evangelistas nos EUA lutam por Israel como se fosse por sua própria nação. Posto que, como vimos, a forma rabínica do judaísmo não é realmente religiosa em absoluto, mas sim um culto político que mantém os judeus unidos em suas ambições materialistas e financeiras, a luta das potências ocidentais em favor de Israel só pode esperar estabelecer um "paraíso" material, estilo Las Vegas, na terra regida ditatorialmente pelo suposto "deus" de Israel. Os esforços militares, comerciais e sociais dos judeus sionistas para sustentar sua aberrante religião mundana e ao Estado israelense que serve como seu símbolo político, constituem dessa maneira a ameaça mais alarmante hoje para a cultura espiritual cosmocêntrica dos indo-europeus que conforma o fundamento profundo tanto da civilização europeia como da hindu.
Para que Europa recupere sua força deve cortar todos os vínculos com os agregados judios do cristianismo, quer dizer, deve voltar às formas mais antijudaicas de cristianismo que marcou à Igreja católica romana na posterior Idade Média e aos dois impérios que se desenvolveram sob sua égide, o Sacro Império Romano e o bizantino. Um cristianismo assim renovado que esteja de acordo com o espírito do politeísmo cósmico e da autorrenúncia que vislumbramos nas antigas religiões indo-europeias é o fundamento óbvio da reunificação das diversas partes da Europa, ocidental e oriental.
Ao mesmo tempo, este é o baluarte mais seguro contra o sionismo que continua a irreligiosidde dos judeus javistas na forma do internacionalismo ateu marxista e suas diversas formas vazias do modernismo. Se a Europa deve sobreviver aos efeitos apocalípticos das duas grandes guerras do século passado, deve ser reunida outra vez com uma cultura religiosa uniforme cuja elevação espiritual possa permitir que seus povos assumam outra vez o domínio de suas próprias antigas e sagradas terras.
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[1] - Giovanni Semerano, Le Origini della Cultura Europea: Rivelazioni della Linguistica Storica, Florença, 1984-1994. O dicionário etimológico proporcionado neste trabalho apresenta origens acádias e sumérias para muitas das antigas palavras gregas, latinas e germânicas.
[2] - M. L. West, The East Face of Helicon, Oxford, 1997.
[3] - Em realidade, será necessário daqui em diante renomear o atual termo linguístico "proto-indo-europeu" como "proto-ário", já que "proto-indo-europeu" denota mais a linguagem proto-dravidiana/hurrita original da qual se derivam o semítico, o dravidiano moderno e o ário, que a é a forma mais primitiva do ramo jafético/ário dele. O proto-indo-europeu deve incluir elementos semíticos também, já que estes são um dos ramos mais antigos. a moderna oposição entre "indo-europeu" e "semítico" deve, portanto, ser reconstruída como religiosa mais que como linguística ou racial, essencialmente com na radical oposição de um ramo dos semitas, os monoteístas e mononacionalistas hebreus, à religião cosmológica dos outroas ramos da família indo-europeia (veja-se Josefo, Antigüedades Judías, I, 157, y Filón, De Mutatione Nominum, 72-6).
[4] - Enlil, o deus sumério do Vento, é o mesmo que Vayu (sânscrito), Wata (avéstico) e Wotan (germânico), que representam o alento vital da divindade suprema em sua forma macro-antropomórfica.
[5] - As costas do norte do Mar Negro, na atual Ucrânia, podem ser identificadas como a pátria dos ários jaféticos.
[6] - P. Charvat, Mesopotamia before History, p. 92. Na Antiguidade grega, o negro pode ter denotado à matéria-prima, o vermelho à matéria, e o branco ao espírito (ibid., p.93). Isso corresponde às três energias básicas mencionadas na filosofia hindu: Tamas [matéria ou inércia], Rajas [movimento ou vibração] e Sattva [inteligência]. A associação das três castas indianas dos brâmanes kshatriyas e vaisyas com essas cores se deve ao predomínio dos elementos sáttvicos, rajásicos e tamásicos, respectivamente, presentes nelas.
[7] - G. Childe, The Dawn of European Civilization, Londres, 1961, p.109. A evidência germânica para este tipo data do período chalcolítico tardio (começos do 4º milênio a.C.) chamado Danubio III.
[8] - H. Heras, Studies in Proto-Indo-Mediterranean Culture, Bombay, 1953, p.465: "A raça mediterrânea, considerada etnologicamente, forma o subgrupo moreno dentro da raça branca, o qual se diz que se encontra na Europa na península ibérica, sul da França, sul da Itália, as ilhas do mediterrâneo e na Grécia continental".
[9] - Por "filhos" obviamente se faz referência a variantes anteriores e posteriores da raça caucásica com seus divergentes traços físicos e linguísticos. Se explicamos as culturas desenvolvidas pelos filhos de Noé com as subdivisões da raça europeia apresentadas por William Z. Ripley em The Races of Europe: A Sociological Study (1899), a jafética corresponderia ao ramo teutônico; a semítica, à mediterrânea, e partes da camita, à alpina (cf. A. Jacob, Atman: A Reconstruction of the Solar Cosmology of the Indo-Europeans, Hildesheim, 2005).
[10] - Nessa breve fala apresento o aparecimento somente dos ramos semita e jafético da raça indo-europeia. Para um estudo mais detalhado dessas, assim como do ramo camita, veja-se A. Jacob, op. cit.
[11] - Veja-se The Interpreter's Bible, I:560.
[12] - Veja-se A. E. Redgate, The Armenians, Oxford, 1998, p. 14.
[13] - Veja-se J. P. Mallory y V. H. Mair, The Tarim Mummies, p. 262.
[14] - Para um estudo mais detalhado da cosmologia dos antigos indo-europeus, veja-se A. Jacob, op. cit.
[15] - O tipo drida é quiçá mais evidente hoje entre os gauleses, cuja forma de pronunciar o inglês é notavelmente similar às dos indianos do sul.
[16] - A quarta cabeça do deus é invisível, já que está voltada para trás.
[17] - Veja-se p. ej., M. Jansen, Die Indus-Zivilisation.
[18] - Veja-se F. E. Pargiter, Ancient Indian Historical Tradition, Londres, 1922, cap. 26.
[19] - Por exemplo, Áed Rúad (veja-se o Lebor Gabála Érenn).
[20] - Veja-se J. Bottero, Le Problème des Habiru, Paris, 1954; cf. Early History of Assyria, Londres, 1928, p.192. A equiparação de "habiru" com "hebreu" é confirmada pela explicação de Filão desse último termo como "migrante" (De Migratione Abahami, 20).
[21] - O Sefer Yetzirá data de ao redor o século II d.C., e contém noções cosmogônicas babilônicas, egípcias e helênicas. O Zohar foi publicado primeiramente na Espanha no século XIII por Moisés de Leão, que atribuiu a obra ao rabino Simon bar-Yochai do século II d.C. Não obstante, grande parte do livro pode remontar-se à época do Talmud da Babilônia.
[22] - A maioria das doutrinas de Marcião devem ser retiradas do tratado de Tertuliano Adversus Marcionem, que rechaça o dualismo das doutrinas de Marcião em favor de um monoteísmo estrito.