por Alexander Berdaiev
É de todos conhecido o Fundo Monetário Internacional que segue estando presente em muitos dos protestos dos anti-globalização, e também nos discursos ideológicos dos que criticam o capitalismo. Porém em muitas ocasiões não percebe-se com suficiente clareza o motivo das críticas que vertem-se sobre este organismo internacional que hoje dirige o espanhol Rodrigo Rato. Pelo contrário acabamos deparando-nos com críticas pouco ou mal formuladas que não destacam o papel real deste ente no plano internacional, e com isso, sobre sua estreita relação com a dívida externa de muitos países.
Tanto o FMI como o Banco Mundial (BM, dirigido na atualidade pelo judeu americano Paul Wolfowitz), são organizações internacionais que surgiram à raiz da nova ordem econômica que gestou-se durante a segunda guerra mundial em previsão da vitória aliada, e muito especialmente com os acordos de Bretton Woods.
Após a segunda guerra mundial e dentro de um contexto histórico no qual a economia hegemônica no campo ocidental eram os Estados Unidos, criaram-se estes organismos que serviriam na prática para que os Estados Unidos mantivessem e exercessem sua hegemonia em sua área de influência internacional e levasse a cabo uma liderança econômica sobre os demais países.
O FMI, em princípio, criou-se para buscar a estabilidade no sistema monetário internacioanl, de tal modo que estabeleceram-se umas garantias de liquidez nas transações internacionais para que não ocorressem situações de inadimplência de dívidas por parte dos países.
Em um começo existiram diferentes propostas para organizar o sistema monetário internacional. Assim, encontramo-nos com a proposta de Keynes que consistia em criar uma moeda internacional com aportes de cada economia nacional, a qual seria a referência de valor da moeda de cada país. Naquele momento, não obstante, existia o padrão-ouro pelo qual as moedas tinham seu valor em função das reservas de ouro que estivessem depositadas no banco central de cada país. Naquele momento o país com as mais importantes reservas de ouro e com maior massa monetária eram os Estados Unidos.
Foi finalmente o padrão-ouro que terminou impondo-se de modo a regular o sistema monetário internacional, pelo que a moeda de referência passava a ser o dólar, em relação ao qual fixavam seu valor, e os Estados Unidos por sua parte asseguravam o respaldo do valor de sua moeda com o ouro de suas reservas. Indubitavelmente este sistema monetário convinha aos Estados Unidos, já que dava-lhe uma hegemonia sobre as demais moedas e economias capitalsitas, ao tempo que via-se obrigado a assumir a responsabilidade na estabilidade internacional.
Deste modo o dólar tinha seu valor em ouro, e ao mesmo tempo negociou-se o valor de cada moeda em relação ao dólar, acordando que todos os Estados respeitariam que cada moeda não oscilasse mais de 10% no intercâmbio.
Não obstante, este sistema terminaria quebrando em 1971 debido ao déficit público que os Estados Unidos foi acumulando em sua balança de pagamentos, o que produziu um forte endividamento deste país. Foi quando percebeu-se de maneira clara na economia internacional que havia-se recorrido a criar mais dólares que ouro do que havia nas reservas, pelo que o dólar, na prática, já não contava com o respaldo do metal áureo. Por este motivo, Nixon, em 1971 decidiu romper o padrão ouro-dólar, e a partir de então o sistema monetário encontrar-se-ia com uma nova situação na que dar-se-ia uma flutuação livre das moedas. É então quando os tipos de câmbio ao ser livre o valor de moeda estabelece cada Estado. Esta situação é a que impera ainda hoje na atualidade.
Como consequência da quebra do padrão ouro-dólar gerar-se-ia o sistema monetário europeu, pelo que os Estados europeus entraram no tipo livre de câmbio, porém concertado entre eles mesmos para que não prejudicassem-se mutuamente. A sua vez, criaram o ECU, que estabelecia o valor de cada moeda monetária em relação com as outras moedas européias. Servia, por assim dizer, como referência entre as diferentes moedas dos países europeus à hora de estabelecer um valor para as mesmas.
Como vimos dizendo, o FMI criou-se para assegurar a liquidez dos Estados nas transações econômicas de tal forma que não ocorressem situções de inadimplência. Por isso, quando um determinado país não pode fazer frente a seus pagamentos termina recorrendo ao FMI, que é quem provê dinheiro a partir da aportação que cada país fez ao Fundo. Por isso, se um país vê-se em apuros econômicos pode recorrer ao Fundo e pedir em proporção à quota com a que contribuiu ao mesmo.
Vemos que o FMI conta com diferentes aportes monetários dos países que integram-o, pelo que à hora de tomar decisões estas tomam-se em função da quota que cada país tem no FMI, sendo os Estados Unidos o que maior quota tem de todos eles, deste modo exerce um papel hegemônico dentro do próprio Fundo, não tomando-se nenhuma decisão que contravenha seus interesses econômicos e financeiros.
Quando um Estado pede ao FMI mais dinheiro do que aportou ao mesmo, o FMI estabelece uma série de restrições e condições. É assim como o FMI realiza empréstimos porém estabelecendo a condicionalidade do mesmo. Por isso, quando um Estado necessita de mais dinhieiro do que a quota aportada, vê-se obrigado a comprar direitos especiais de giro, que é em definitivo comprar capacidade de pagamento com sua moeda.
Deste modo, a lógica inicial do FMI para assegurar liquidez aos credores de cada Estado vê-se rasgada por essa nova situação com a que termina concedendo ao país endividado mais dinheir do que aportou, empréstimo que vê-se submetido a uma série de condições que vão sendo mais rígidas na medida em que dito Estado vê-se obrigado a seguir pedindo emprestado mais dinheiro. Assim, o FMI devém em um grande banco que empresta quantidades de dinheiro astromônicas a altos juros.
Os Estados podem endividar-se de diferentes maneiras. O habitual é que a banca privada empreste dinheiro a uma empresa privada que conta com o aval de um Estado; se a empresa não pode pagar esta recorrer ao Estado, e se o Estado não tem capacidade de pagamento vê-se obrigado a acudir ao FMI. A partir daqui o FMI concede-lhe linhas de crédito a altos juros e com restrições em sua política interna, o que na prática supõe que o poder político passa a estar controlado pelo FMI. Assim é como o FMI atua como ente de intermediação que dá dinheiro público ao Estado endividado para responder ao credor priado que é o banco, finalmente é o banco privada o que sai beneficiado ao recuperar sua dívida com juros.
O sentido de todo o processo e funcionamento do FMI termina sendo muito diferente ao que para um princípio foi concebido, de tal modo que acaba protegendo ao setor privado para impedir que quebre por inadimplência do Estado. O FMI, com dinheiro público, é o que cobre a dívida com os bancos privados, e isto degenera em uma espiritual pela qual o país vê-se cada vez mais endividado com o FMI devido aos altos juros, ao que acrescenta-se a intervenção do FMI na política interna do Estado, desenhando para isso medidas públicas de modo a resolver sua dívida com o Fundo, porém que na prática, como comprovou-se na quase totalidade dos casos (Argentina, Brasil, etc...) é um completo fracasso que produz a ruína do país.
Na medida em que a dívida incrementa-se, a dependência com o FMI agrava-se, porém chega um ponto em que a dívida é tão grande, as expectativas reais de que o empréstimo possa ser recuperado de forma integral junto aos juros correspondentes é mínima, por não dizer impossível; em qualquer momento o Estado pode negar-se a pagar qualquer dívida, o que suporia uma crise do sistema monetário internacional e sua definitiva quebra. Para que isso não ocorra, e evitar que a dívida converta-se em um passivo, criam-se novas linhas de crédito para o Estado por parte do FMI, pelo que este segue recebendo empréstimos com altos juros que vão somando-se à dívida já contraída.
Não cabe a menor dúvida de que o FMI é um instrumento mundial de dominação que utiliza a grande sinarquia int ernacional, muito especialmente as grandes plutocracias. O dinheiro público termina pagando a dívida contraído por outros países com entidades financeiras privadas. Isso põe de manifesto que o grande inimigo dos povos e dos trabalhadores é a grande finança, máximo representante do capital. Esta, rouba aos povos endividando seus países até a extenuação, para agravar mais se associa essa pressão com altos juros que são a mais crua expressão da usura internacional que vem aumentar ainda mais a carga da dívida.
O FMI serve aos interesses desses grupos econômicos privados que organizam-se em grupos de pressão, corporações, carteis, trustes financeiros, lojas e fundações de diversos tipos, nos quais traçam-se as grandes linhas da política internacional, e em definitiva, onde marcam-se os acontecimentos históricos de cada momento. É assim como um pequeno grupo de indivíduos inseridos nestes núcleos de poder dirigem o mundo, a expensas dos povos e nações da terra, que indefesos resultam ser as vítimas de um saque organizado e generalizado de suas riquezas. O caso mais claro foi a Rússia pós-soviética, na que a administração de Yeltsin, controlada pelos judeus, fez possível que as riquezas nacionais e as empresas do Estado foram literalmente expoliadas e saqueadas por esses parasitas, ao tempo que as ajudas concedidas pelo FMI a Rússia eram diretamente roubadas por estes elementos através de grandes fugas de capitais para bancos na Suíça e Tel-Aviv. Após a vinda da gloriosa era a que deu começo o grande presidente Putin, que restabeleceu a ordem e a coesão nacional do país ademais de levar a cabo medidas de proteção econômica contra o parasitismo, ver-se-iam obrigados a buscar refíguo como vulgares vermes em sua pátria semítica de Israel.
A eliminação destes oligarcas da vida nacional russa supôs uma afirmação dos interesses nacionais frente aos de grupos privilegiados e classes sociais que atuavam a expensas da administração pública para satisfazer a impôr seus próprios interesses por meio das políticas públicas do Estado, roubando à sociedade o que realmente é seu e em justiça pertence-lhe.
Também há que pôr de relevo a estratégia neoliberal dos programas de saneamento econômico pensados pelo FMI, o que constitui uma privatização de todos os serviços públicos, os quais param diretamente em mãos privadas de grandes magnatas, o que implica um roubo à nação, como ocorreu em seu momento com as empresas exploradoras de gás e petróleo, ou aquelas outras que encarregavam-se da exploração de minas na Sibéria. O controle político do FMI sobre os governos que decidem pôr-se à disposição de suas diretrizes tem como resultado a ruína, a crise e o caos, tal e como ocorreu durante a era Yeltsin na Rússia, levando o país até o colapso.
Fica claro, então, que o inimigo número um dos povos do mundo é a grande finança e os grupos econômicos que, furtivamente, planificam o maior roubo da história que tem por finalidade a escravidão dos povos e sua submissão ao poder do dinheiro.