30/07/2011
Wall Street fundiu o Motor Financeiro Global
29/07/2011
A Psicologia da Negação de Conspiração
por David Rothscum
Eu vi este vídeo hilário no youtube, intitulado “Por que os teóricos da conspiração são loucos??“. De tempos em tempos haveria comentários sarcásticos, chamando as pessoas que acreditam em teorias da conspiração de anti-semitas e afirmando que David Icke se recusou a fazer um tratamento psicológico de graça por estes pseudo-intelectuais, que provavelmente teriam tido posições elevadas na União Soviética para tratar dissidentes, se tivessem nascido lá.
Então o que é que faz com que algumas pessoas acreditem em teorias da conspiração, e que outras enfiem a cabeça na areia? Não são evidências. É principalmente o que outras pessoas acreditam. E é por isso que a maioria do público acredita em conspirações que são comumente aceitas de terem acontecido, mas mesmo assim são conspirações.
Afinal, se tomamos uma amostra de teóricos da conspiração, e uma amostra de pessoas que não se identificam como teóricos da conspiração e propor-lhes as teorias de conspiração a seguir:
- O governo da Alemanha nazista conspiraram para exterminar o povo judeu
- Saddam Hussein usou gás venenoso contra os curdos em Halabja
- Os sérvios cometeram genocídio contra os albaneses no Kosovo
Aqueles que se identificam como teóricos da conspiração provavelmente dúvidariam das duas últimas teorias, se é que eles fizeram a lição de casa. Alguns duvidariam da primeira teoria também. Aqueles que não se identificam como os teóricos da conspiração, por outro lado, são propensos a acreditar em todas as três teorias de conspiração.
A partir disso, diria que os que se identificam como teóricos da conspiração são realmente céticos sóbrios, enquanto que aqueles que não acreditam em teorias da conspiração, parecem ser os reais teóricos da conspiração!
Então, o que está acontecendo aqui? A resposta é a seguinte: As pessoas que não acreditam em teorias da conspiração acreditam que o “nosso lado” (os bons!) não se envolvem em conspirações. Eles de bom grado aceitarão qualquer teoria que seja contada sobre o outro lado (os maus!), no entanto, sem examiná-la pessoalmente. Pessoas que acreditam em teorias de conspiração são mais propensas a colocar sob exame minucioso o que o seu lado apresenta como propaganda .
Assim, a partir disto pode-se supor que a maioria dos teóricos da conspiração simplesmente identificam-se com o outro lado, não é? Não necessariamente. A maioria dos teóricos da conspiração odeiam o marxismo e o socialismo e identificam-se como libertários que defendem o livre mercado.
O que está acontecendo, então? A resposta é muito simples na realidade:
- Teóricos da Conspiração são radicais em seu pensamento, mas conservadores em suas ações
- Negadores de Conspiração são conservadores em seu pensamento, mas radical em suas ações
Exemplos abundam, teóricos da conspiração têm um interesse enorme em praticamente qualquer tópico científico “estranho”, que os cientistas “mainstream” não querem tocar. Eles também têm um grande interesse em qualquer teoria não-científica dominante que os cientistas mainstream não querem tocar. Mesmo quando o assunto não tem nada a ver com teorias da conspiração!
Por exemplo, alguns teóricos da conspiração acham que a Terra está de fato crescendo. Procure você mesmo no Google. Alguns teóricos da conspiração acreditam que o fumo não causa câncer de pulmão, ou só causa câncer de pulmão, pois contém isótopos radioativos. Alguns teóricos da conspiração| acreditam que formas de vida alienígena intervieram na Terra para ajudar a criar a espécie humana. Alguns teóricos da conspiração acreditam na fusão a frio. Alguns teóricos da conspiração pensam que o mundo vai acabar em 2012, porque os maias previram isso. Há uma certa sobreposição entre ciência alternativa, da Nova Era e conspiração.
Nota do autor do blog: eu particularmente não acredito em nenhuma desas teorias acima.
Como David Icke menciona, os teóricos da conspiração em geral, não têm a pretensão de ter um monopólio sobre a verdade. Eles estão simplesmente trabalhando para colocar as ideias lá fora, e ponderaram se eles estão certos ou não. Em muitos casos, os teóricos da conspiração não colocam a sua própria teoria unificada para explicar um evento ou um fenômeno, mas simplesmente procuram apontar por que a teoria oficial dominante é impossível. Por exemplo a maioria dos teóricos da conspiração não têm a pretensão de saber o que aconteceu em 11 de setembro, mas simplesmente alegam que o governo está mentindo, e desejam uma nova investigação.
Essencialmente, os teóricos da conspiração só tem interesse naquilo que nós não entendemos. Teóricos da conspiração são investigadores. Negadores da conspiração são em sua maioria pessoas que têm interesse naquilo que eles entendem.
E isto faz todo o sentido. Ambos estão sendo perfeitamente racionais e seguem o seu próprio interesse. A ciência é extremamente conservadora em seu pensamento. Se você afirma ter observado qualquer coisa radical ou estranha que você não pode explicar ou que não se encaixa em teorias estabelecidas, os cientistas vão atacá-lo e cuspir veneno em você. Isto é o que aconteceu com Luc Montagnier, o homem que descobriu o HIV.
Mr. Montagnier afirmou para detectar sinais eletromagnéticos de DNA, embora tivesse diluído em um grau tal que não deveria ser possível detectar nada (Link). Isto é, naturalmente, extremamente interessante, e merece um exame mais aprofundado. Mas os cientistas apenas o atacaram, e basicamente ficaram furiosos, porque seu modo de pensar pré-estabelecido foi desafiado.
Esta é também uma grande diferença entre os teóricos da conspiração e negadores da conspiração. Se eu sou um cientista de destaque, e publico uma descoberta ou uma teoria que parece colocar em dúvida crenças estabelecidas dentro da comunidade científica, eu estou propenso a perder muito. Meus colegas na conferência anual vai me dar de ombros, eu poderia perder minha posição na minha universidade, ou o meu mais recente estudo não seria publicado em nenhum qualquer.
Teóricos da conspiração, por outro lado, não têm nada a perder. Por mais radical que meus pensamentos e teorias sejam, é provável que eles serão examinados. Eu posso dizer o que eu quiser. Se eu acho que vi o Pé Grande escondido no meu armário, posso dizê-lo, sem perder nada, por estar escrevendo anonimamente. Se eu escrever alguma coisa ridícula, nada acontece. As pessoas vão me dizer que eu sou um idiota, vão parar de ler o que eu tenho que dizer, e vão seguir em frente com suas vidas. Eu sou julgado por aquilo que eu escrevo em oposição a quem eu sou. Esta é uma grande diferença entre os teóricos da conspiração e os negadores de conspiração. Teóricos da conspiração simplesmente não se importam muito com o que as pessoas pensam sobre eles.
Como você pode ver, os teóricos da conspiração são pensadores radicais, ao contrário de atores radicais. Em nossa sociedade porém, negadores de conspiração não pensam de forma radical, mas agem radicalmente. Teóricos da conspiração como eu pensam que isto é muito estúpido, mas compreensível, porque em nossa sociedade, você é julgado na maior parte pelo que você pensa, e não pelo que você faz.
Eu poderia perfeitamente ser um cara legal, que ajuda o abrigo dos sem-teto, que não come carne de animais que sofreram e ajuda velhinhas a atravessar a rua. Mas se eu sair e dizer: “Ah, a propósito, o Holocausto não aconteceu, os judeus não pertencem em Israel, as pessoas transexuais e gays são doentes mentais” etcetera, as pessoas me odiariam pelo o que eu penso, enquanto que elas não se importariam tanto com o que eu faço nesse momento. Eu posso ser um bumda-mole que só se preocupa com seu bronzeado falso e seu jogo de esportes na TV, ou uma adolescente cuja vida gira em torno de bolsas de grife, mas ninguém realmente se importa.
Eu sou um teórico da conspiração e acho que os negam conspirações são pessoas muito radical em seu agir. É muito radical para preencher o nosso planeta com torres de telefonia celular que emitem radiação de microondas e nos leva a sermos expostos a níveis de radiação de microondas bilhões de vezes superior ao nível em que o ser humano desenvolveu. Eu acho que é muito radical colocar um dispositivo de body-scanner contra o corpo de milhares de pessoas. Eu acho que é muito radical coletar a energia gerada por reações em cadeia radioativas criadas pelo homem. Eu acho que é muito radical comer alimentos em plásticos que soltam hormônios. Eu acho que é muito para esconder o corpo do sol, sob o qual toda a vida evoluiu.
Eu acho que é muito radical confiar nas pessoas em redes de televisão de propriedade de empresas que produzem armas nos dizendo a verdade sobre as guerras em que estamos envolvidos, cujas armas são usadas para matar pessoas inocentes (o autor do texto é americano). Eu acho que é muito radical confiar que uma classe de pessoas que “ganham” dezenas de vezes mais do que eu tenham o meu interesse em mente quando eles estão votando em leis que afetam a minha vida.
Eu acho que é muito radical abolir a nossa forma de vida comunal em que temos vivido nos últimos poucos milhares de anos e substituí-la com uma rede de pessoas que realmente não se preocupam com você, mas que vão tolerá-lo enquanto você se vestir como deles, parecer com eles, e não disser nada muito estranho em voz alta. Eu acho que é muito radical remover todo o açúcar de sua bebida e substituí-lo com produtos químicos sintéticos cujo sabor se parece com o do açúcar.
Eu acho que é muito radical confiar que um governo e uma lucrativa indústria farmacêutica tenham o seu melhor interesse em mente quando admitem ter realizado milhares de experiências médicas antiéticas em seres humanos sem o seu consentimento. Eu acho que é muito radical confiar em seu governo, a principal instituição de assassinatos em massa e principal fonte de genocídio, para cuidar de sua segurança e ter um monopólio de violência.
Eu acho que é muito radical injetar seus filhos com vacinas criadas por empresas que foram fundadas por pessoas conduzindo programas de armas biológicas durante a Segunda Guerra Mundial, e pagos por bilionários cujos avós pagaram para a pesquisa que Mengele realizou no Instituto Kaiser Wilhelm na Alemanha antes que ele ir para Auschwitz. A CIA roubando seu DNA? HA! Isto não é a ponta do iceberg, é o cristal de gelo microscópicos preso em seu sapato enquanto você está andando sobre o iceberg.
Eu não sou o radical, você é!
Fonte: blog.antinovaordemmundial.com
27/07/2011
"Somos todos iguais!"
Dirigindo-me a todos, não me dirigia a ninguém. (...) Mas na manhã seguinte vi brilhar uma verdade nova; aprendi a dizer: 'que me importam a praça pública e a populaça e a algazarra festiva e as orelhas compridas da populaça!'.
Homens superiores, aprendei comigo esta verdade: na praça pública ninguém acredita nos Homens superiores. E se quereis falar na praça pública, fazei-o; mas a populaça dirá piscando os olhos: 'Somos todos iguais.''Homens superiores — assim fala a populaça piscando os olhos —, não há Homens superiores, somos todos iguais. O Homem é apenas um homem — diante de Deus somos todos iguais!'"
24/07/2011
Sobre uma Civilização Esgotada
Mais desprendido, mais livre, o recém-chegado examina sem cálculo e apreende melhor as falhas. se a civilização se perder, ele aceitará, se necessário, perder-se também, atestar nela e em si próprio os efeitos do fatum. Remédios, não os possui nem os propõe. Como sabe que não se cura o destino, não se arvora em curandeiro junto de ninguém. A sua única ambição: estar à altura do Incurável..."
22/07/2011
O Espírito e o Poder
20/07/2011
A Questão do Desarmamento
18/07/2011
Liderança
17/07/2011
Promiscuidade Institucionalizada
Ressalta o próprio editorial que “adquiriram a doença ainda no ventre materno ou por relação sexual precoce”, para depois dizer que há muito a se fazer em relação a políticas públicas, dirigidas a este público. E por fim exige: “O Estado precisa ser arrojado nas políticas públicas, a família se fazer presente, a escola fazer sua parte a igreja precisa absolver a camisinha”.
Pois bem! O interesse repentino pelo assunto ora em questão, pelo mencionado jornal, decorre das críticas feitas ao malfadado “Caderno das coisas importantes”, que faz parte do programa “saúde nas escolas”, projeto dos Ministérios da Saúde e da Educação do Governo Federal que conta com o apoio da Unicef e da Unesco, órgãos ligados à ONU. O “Caderno...” é destinado a estudantes entre 13 e 19 anos.
Segundo o Ministério da Saúde, o objetivo central do programa “saúde nas escolas” é a promoção da saúde sexual e da saúde reprodutiva, visando reduzir a vulnerabilidade de adolescentes e jovens às DST, à infecção pelo HIV, à AIDS e à gravidez não-planejada, por meio de ações nas escolas e nas unidades básicas de saúde.
Uma breve leitura do denominado “Caderno das Coisas Importantes” levará o leitor a facilmente concluir que o mesmo se reduz a incitar em todo momento o adolescente à prática sexual, porém ressalvando que existem doenças sexualmente transmissíveis e gravidez “não planejada” dela decorrentes e a apresentar (ainda que em linguagem vulgar) um “elemento mágico” – a camisinha - que vai “livrá-lo” destes “inconvenientes”, mesmo que para isso tenha que “omitir” que esta “informação” é fraudulenta.
O Ministério da Saúde e da Educação com a pretensa finalidade de combater uma enfermidade física, não repara (ou repara e este seria o pano de fundo por trás do programa?) na enfermidade espiritual e metafísica da permissividade.
O ato sexual, consoante o “Caderno das Coisas Importantes” é isso: gozo e satisfação. Este é o sexo como faculdade ginástica. Banaliza-se a sexualidade ao incitar sua prática precoce (não era essa uma das razões do alto índice de crianças e adolescentes com AIDS entre nós?), que a limita, a uma mera gestualidade física.
Este ato sexual tem apenas dois problemas, como mencionamos: a AIDS, que é mortal e a gravidez adolescente "não planejada", que é social, já que deixa como conseqüência, o aumento de famílias monoparentais, visto que o programa governamental não educa o adolescente no sentido de buscar uma relação duradoura e permanente, baseada no amor, mas sim uma relação fugaz e passageira (“ficada” como ensina o próprio “Caderno”), baseada no prazer individualista.
O igualitarismo neste domínio faz com que todas - experiências sexuais - tenham o mesmo valor. As relações heterossexuais, homossexuais, bissexuais, auto-satisfações (masturbação), tornam-se equivalentes. Tudo está permitido em função do maior gozo.
Acerca da masturbação, o “Caderno...” ensina de forma pormenorizada como fazê-la e a qualifica como natural.
Corroborando a tese de Lewis, o filósofo francês Gustave Thibon salientava que já não sabemos ser fiéis porque não sabemos sacrificar-nos. E acrescentava o autodidata camponês: "Tantos homens há que só amam pelo prazer imediato... Condenam-se, deste modo, a conhecer apenas a superfície do objeto amado, e, quando esta superfície os desilude, a trocá-lo por uma outra superfície, e assim por diante. Mas aquele que quer saborear a profundidade de uma criatura deve saber sacrificar-se por essa criatura; o seu amor deve superar as decepções, superar o hábito; mais ainda, deve alimentar-se dessas decepções e desse hábito. O amor humano tem a sua aridez e as suas noites; também ele não encontra o seu centro definitivo senão para além da prova sofrida e vencida. Mas, uma vez chegado a esse ponto, ele saboreará a riqueza, a pureza eterna da criatura pela qual se imolou. Porque, se a criatura é tremendamente limitada em superfície, é infinita em profundidade. É profunda até Deus".
O ato sexual não se esgota em si mesmo como sucede com “os outros gozos”: uma boa comida, uma peça de teatro ou um filme, a observação de um quadro ou uma escultura, ou ainda a audição de uma boa sinfonia.
A sexualidade plena exige a existência de um projeto. O sexo exige fecundidade, que por sua vez não se limita a fecundidade física, senão a um projeto em conjunto de construir um futuro (fecundidade existêncial). Aqui, o sexo abre o sentido da vida em comum (de forma duradoura e permanente).
Nesse sentido, o “Caderno das Coisas Importantes” constitui-se em um atentado contra o adolescente por privá-lo de descobrir esse mistério da sexualidade em sua integralidade e em seu devido tempo, incitando a prática precoce do ato sexual em sua forma mais baixa e promiscua: o puro prazer egoístico, o qual, diga-se de passagem, não “reduz a vulnerabilidade de adolescentes e jovens às DST, à infecção pelo HIV, à aids e à gravidez não-planejada”, como “pretende” o Governo, mas sim, ao revés, a acentua de forma considerável.
Alias, cabe salientar ainda, que programa análogo e com a mesma finalidade ao do Ministério da Saúde e da Educação foi rechaçado pelo senado da Índia. Curiosamente, o programa de educação sexual que se queria impor nas escolas indianas, teria por base materiais provenientes da UNICEF, um dos órgãos internacionais, juntamente com a Unesco, que apóia o programa brasileiro.
Para o Senado hindu, caso fosse aplicado o programa proposto, ele “corromperia a juventude indiana e levaria ao colapso o sistema educacional”, e ao contrário de sua “pretensa” finalidade, "só exacerbaria as gravidezes prematuras e incitaria a promiscuidade sexual", pois tal programa se reduz a incitação à "educação para usar preservativos" que produz uma "sociedade imoral".
É o que vai acontecer em nossa pátria se não se proliferarem as ações no sentido de impedir que o “Caderno das coisas importantes” continue a ser distribuído nas escolas da rede pública de ensino. É o famoso remédio de efeito retardado.
Para os propagandistas do hedonismo irresponsável, incluindo o responsável pelo medíocre editorial referido no inicio do artigo, deixo a profunda lição do já citado Gustave Thibon:
"A sexualidade? Esses adoradores desenfreados da carne são, quase sempre, incapazes não apenas de amar profunda e duradouramente, mas até de sentir uma paixão autêntica. A sexualidade — reduzida a seus componentes elementares (e por isso mesmo já desnaturada, pois o homem pode imitar tudo do animal, menos a inocência dos instintos) — não une mais, não vincula mais; é uma troca à flor da pele, um "bem de consumo" que não exige nenhum investimento. Ora, a vida sem preocupações foi sempre negócio dos pobres, não dos ricos.
O que prova o caráter artificial dessa exaltação do sexo é que ela coincide com o desaparecimento progressivo das diferenças sexuais.
Irei mais longe: esse frenesi do sexo, para muitos de nossos contemporâneos, não chega até os atos. É mais uma obsessão do espírito que uma necessidade do corpo: exerce-se (se assim posso expressar-me) por procuração: inúmeros indivíduos buscam no relato ou no espetáculo dos amores dos outros (quer se trate de personagens reais ou fictícios) uma concepção imaginária para a esterilidade de sua própria existência. Assim se explica o sucesso desmesurado do erotismo na literatura (aí se compreendendo as numerosas produções pseudo-científicas consagradas aos problemas sexuais) e em todos os outros meios de informação: cinema, televisão, publicidade, etc. Essa excitação cerebral não conhece limites porque não tem realidade. Tudo é possível, com efeito, no plano do sonho e da ficção. Tal como as proliferações cancerosas em torno do órgão que elas próprias devoram, o erotismo representa a degenerescência hipertrófica da sexualidade normal. Parodiando a frase célebre de Pascal, um jovem filósofo americano escreveu que, no mundo moderno, "a sexualidade tem sua circunferência em toda parte e o seu centro em nenhuma".
Em Esparta manda a Coragem, não o Dinheiro
1- Vejamos ainda outros usos opostos aos do resto da Grécia que Licurgo estabeleceu em Esparta. Nos outros Estados, todos se enriquecem tanto quanto podem: um cultiva a terra, outro arma um navio, um terceiro faz comércio, os outros vivem de diferentes ofícios.
2- Em Esparta, Licurgo proibiu os homens livres de tocar em quaisquer assuntos de dinheiro; assegurar a liberdade do Estado, essa é, segundo ele, a única ocupação que devem considerar como sua.
3- E de facto, porque se procuraria a riqueza ali, onde o legislador, ordenando distribuir a mesma porção à mesa comum e viver do mesmo regime, fez as coisas de modo a que não se deseje a riqueza para levar uma vida luxuosa. Também não é pelas roupas que se deseja enriquecer; o adorno de um espartano não está no luxo das vestimentas mas na boa constituição do seu corpo.
4- Também não é para ter o que despender em favor dos seus comensais que é preciso acumular dinheiro, porque Licurgo estabeleceu que é mais glorioso servir os seus amigos com o trabalho das suas mãos do que esbanjando dinheiro. Ele fez ver que uma coisa é obra do coração, a outra, é obra da riqueza.
5- Quanto a enriquecer por vias injustas, ele impediu-o por medidas como estas: Logo à partida estabeleceu uma moeda tal que mesmo uma soma de dez faces entrando numa casa não escaparia à atenção nem dos mestres nem dos servidores: ocuparia um espaço enorme e seria preciso um carro para a transportar.
6- E depois, investiga-se à procura de ouro e dinheiro, e se se o encontra em algum lado, o detentor é multado. Por que razão correr-se-ia atrás da riqueza ali, onde a possessão de dinheiro causa mais aborrecimentos do que o prazer que pode dar o seu uso?