"É preciso deixar claro que para o homem de 'Direita' os valores culturais não gozam da condição excelsa à qual são elevados pelos escritores de formação racionalista. Para o verdadeiro homem de 'Direita', antes da cultura estão os valores genuínos do Espírito que encontram expressão no estilo de vida das verdadeiras aristocracias, nas organizações militares e nas tradições religiosas todavia vivas e operativas. Em primeiro lugar está um certo modo de ser, uma certa tensão frente alguma realidade, depois o eco dessa tensão sob a forma de filosofia, arte ou literatura.
Em uma civilização tradicional, em um mundo de 'Direita', em primeiro lugar se encontra o Espírito vivente e somente depois a palavra escrita.
Únicamente a civilização burguesa, nascida do ceticismo iluminista, poderia crer substituir o Espírito heróico e ascético pelo mito da cultura, pela ditadura des philosophes.
O democrata rende culto à problemática, à dialética, à discussão e transformaria de bom grado a vida em café ou em um parlamento. Para o homem de 'Direita', ao contrário, a investigação intelectual e a expressão artística alcançam sentido somente como comunicação com a esfera do Ser, com algo que, seja da maneira que for, não pertence ao reino da discussão mas sim da Verdade. O verdadeiro homem de 'Direita', é instintivamente um homo religiosus, mas porque mede seus valores não com a régua do progresso, mas sim com a da Verdade.
'Ser conservador - escreveu Moeller van den Bruck - não significa depender do passado imediato, mas sim viver dos Valores Eternos'.
A cultura e a arte de 'Direita' não podem pretender ser eles mesmos o templo, mas somente o vestíbulo do templo. A Verdade vivente está mais além.
Daí surge uma certa desconfiança do genuíno homem de 'Direita' frente à cultura moderna, um desprezo impessoal frente o vulgo de literatos, estetas e jornalistas. Recordem-se das palavras de Nietzsche: 'Uma vez o pensamento era Deus, depois tornou-se homem, agora se fez plebe. Mais um século de leitores e o Espírito apodrecerá, passará a feder.'"
(Adriano Romualdi)