Tradução por Lucas Rodrigues
1. Era moderno e teve ligações com conceitos pertencentes à filosofia do Iluminismo. Isso é absolutamente incorreto: a modernidade é o mal e a falsidade. Era uma teoria política moderna. Muito melhor que outras teorias políticas modernas, mas ainda assim moderna. Essencialmente. Em todos seus aspectos não-modernos, anti-modernos e pós-modernos não se equivocava.
2. Era eurocêntrico. Qualquer grupo étnico (o grupo do "nós") é etnocêntrico. É bastante normal. Porém ser eurocêntrico na Europa Moderna é o mesmo que ser anti-europeu, porque a modernidade européia não é européia em absoluto. Ser eurocêntrico na Europa Moderna e contra todas as outras sociedades (não-européia) julgadas atrasadas e sub-humanas, significa ser anti-tradicional. A chamada ao retorno às raízes européias (germânicas, indo-árias) foi algo legítimo e bom. Porém a oposição da profunda identidade da Europa às identidades de outras sociedades (muito menos modernizadas que a Alemanha do século XX), era absolutamente equivocada e injustificável.
3. Se baseava em um pequeno nacionalismo. Desse modo, temos alemães contra franceses, eslavos e assim sucessivamente. Isso era um erro e muitos pensadores alemães e combatentes que apoiavam Hitler estavam contra tal posição (incluindo Leon Degrelle, por exemplo). O nacionalismo alemão ou italiano é uma questão finalmente insignificante. O indo-europeu (indo-ario) é outra coisa, muito superior. A Sagrada Tradição e o Terceiro Império do Espírito é a terceira questão, a mais importante. Se o pequeno nacionalismo aceita estar incrustado no contexto indo-europeu é bom. Quando faz questão de afirmar as diferenças internas é mau. O mesmo vale para a civilização indo-européia. Se se reconhece seu caráter sagrado (Tradição) é bom. Se concebe a si mesma como um fim em si, não é aceitável e perde sua legitimidade.
4. Ele atacou a primeira e a segunda teoria política ao mesmo tempo. Essa foi a razão principal de sua derrota estratégica e militar. No plano ideológico, essa foi a mesma razão de sua derrota intelectual. A regra (definida explicitamente na Quarta Teoria Política), é que o ataque contra o comunismo é válido e legítimo SÓ DEPOIS da vitória comum sobre os liberais. Geopoliticamente falando, a Terra ganhar do Mar e só DEPOIS que suas partes decidem quem é o Heartland. Se a luta interna se inicia ANTES da vitória sobre a primeira teoria política (o capitalismo e o império talassocrático anglo-saxão do dinheiro e da mentira), ou inclusive se os comunistas são declarados o inimigo primário em lugar dos liberais, o fascismo ajuda os liberais a ganhar e empurra os comunistas ao bando do MAL PRINCIPAL. Assim, o fascismo estava absolutamente equivocado aqui.
Estes quatro pontos são fatos negativos essenciais. Havia outros menos importantes como o peso teórico. Houve alguns fatos positivos: anti-capitalismo, anti-materialismo e outros traços anti-modernos. Isso é válido para o verdadeiro fascismo histórico com todos seus terríveis e fascinantes (para alguns) aspectos.
Hoje o "fascismo" consiste só nos pontos débeis e perversos. É totalmente redutível a estes quatro pontos: é moderno (como o conceito de Nação é moderno), eurocêntrico, chauvinista e primeiro anti-comunista e só depois (demagogicamente) crítico do liberalismo. Reúne todos os pontos débeis do fascismo histórico e está totalmente desprovido de qualquer coisa positiva. É por isso que não é mais que uma caricatura. É por isso que deve ser superado e transcendido. É por isso que só serve como uma arma secundária para os liberais (assim como os neo-esquerdistas, os anti-globalistas e os eco-palhaços - todos esses também títeres dos amos capitalistas).
O fascismo está semântica e historicamente esgotado. Seus restos são uma auto-paródia. Isso nos resplandece. Vamos dar um passo adiante.
A ordem de destruição (desconstrução) se converte agora em DOGMÁTICA:
• Contra o liberalismo.
• Quando os liberais estiverem mortos, é claro, vamos liquidar os marxistas materialistas (os críticos principais do mundo moderno, segundo Guénon, no lugar dos críticos radicais do capitalismo segundo Marx). Quando a oligarquia mundial repousar sobre suas ruínas, precisaremos acabar com os vermelhos. Porém, antes desse ponto somos aliados. Aqueles que chamam a lutar contra a esquerda primeiro são traidores. A luta é primeiro contra o inimigo verdadeiro.
• Quando não houver mais liberais nem oligarquia global, não haverá mais marxistas com seus idiotas materialismos e determinismos mecanicistas; com seu proletariado imaginado, ou pior, suas "multidões"; com seu igualitarismo incondicional; com seus "intelectuais" pervertidos mentalmente e sua "arte degenerada". Os exterminaremos finalmente, os idiotas neonazis. Só então, mas não antes. Porém se qualquer pessoa proveniente desses três campos ideológicos mudar finalmente sua mente, aceitando nossa lógica e nossa Quarta Via, ele ou ela será cordialmente bem-vindo.
• É quase impossível passar da primeira teoria política à Quarta. É o mesmo que nascer de novo.
É muito difícil passar do comunismo à Quarta Via. Porém o ódio ao capitalismo e descobrir a própria identidade étnica e cultural, assim como um sentimento anti-imperialista, anti-hegemônica e o amor pela justiça podem ajudar muito. Nesse caso os comunistas, especialmente os nacional-comunistas, são bem-vindos.
É muito mais fácil para os ex-fascistas dar o passo seguinte sobre a base de uma fria análise geopolítica e ideológica da história intelectual e política do século XX, e unir-se à Quarta Via. Porém se não se dá esse passo a culpa de não o fazer é mais que a atitude obstinada dos comunistas ou liberais inamovíveis. Eles pertencem ao passado. Porém se aqueles que realmente sonham com o futuro perdem a oportunidade histórica, não terão misericórdia. Serão destruídos por último, mas seu crime será maior. Deverão ser considerados como traidores à nossa luta.