A principal tendência na mídia de massa americana e européia descrevendo eventos na Ucrânia é a seguinte: após a queda do regime Yanukovich, revoltas tiveram início, que são apoiadas, em particular, pela Federação Russa. A mídia de massa americana e européia ("ocidental") propositalmente mantém silêncio em relação ao papel que fundos e ONGs "ocidentais" desempenharam no início do atual conflito civil e seu papel na escalada do conflito.
Em geral podemos ver um número de fatores que ajudam a descrever o que está acontecendo na Ucrânia.
1 - O governo atual em Kiev é simplesmente incapaz: até agora não há oferta de qualquer plano para superar a crise e nenhum trabalho em uma estratégia para o desenvolvimento da sociedade e do Estado ucranianos.
2 - É óbvio que o poder legislativo ucraniano está paralisado por um grupo de usurpadores que usam seu poder para conseguir a adoção de leis "inventadas".
Porém, também há casos em que os "inventores" violam suas próprias "leis". Por exemplo, em fevereiro de 2014, sob a pressão do "Maidan" uma lei foi adotada que proíbe o uso de forças policiais ucranianas, de forças do serviço de segurança e o exército contra cidadãos. A lei estipulava, em particular, que essas forças não poderiam ser usadas contra cidadãos participantes de manifestações e protestos.
É digno notar que o "Maidan" é usado para descrever o centro das revoltas em Kiev. A tradução direta em inglês é "praça". Isto estando dito, o "governo" em Kiev agora usa a polícia e tropas do exército com artilharia, veículos blindados e helicópteros contra os habitantes de Donetsk, Lugansk, Kramatorsk e outras cidades no sudeste ucraniano.
3 - O principal slogan das pessoas que estiveram no "Maidan" foi "luta contra corrupção e a dominação da política pelos oligarcas". Agora o "governo" em Kiev indica oligarcas como governadores regionais, isto é, chefes das administrações regionais. Ao mesmo tempo, a corrupção se torna verdadeiramente monstruosa.
As expectativas dos cidadãos ordinários que apoiaram o "Maidan" tem sido enganadas. Quanto aos negócios na Ucrânia, deve ser dito que todos os negócios agora tem que pagar "impostos" adicionais para as assim chamadas estruturas ou corpos estatais, que não são capazes de resolver qualquer dos problemas urgentes.
A corrupção floresce agora, não apenas nos negócios ucranianos, mas também nos contratos com parceiros estrangeiros. A razão é simples: qualquer roubo pode ser agora colocado na conta do presidente Yanukovich ou em força maior.
4 - Até agora, não houve investigação das mortes no centro de Kiev em fevereiro de 2014 por "atiradores não-identificados".
O "terceiro lado" contrata "atiradores não-identificados" que matam manifestantes e policiais, tornando impossível a negociação entre os lados do conflito civil.
Essa técnica foi usada no Egito, Síria e até mesmo em Moscou 1993, onde alguns "atiradores não-identificados" estavam atirando do telhado da embaixada americana.
Voluntários médicos, que trabalharam no "Maidan" afirmaram que em verdade aproximadamente 800 pessoas foram mortas em Kiev em fevereiro de 2014. A maioria deles foi queimada na Casa Ucraniana. Isto é, o Centro Internacional de Convenções de Kiev. Os organizadores do "Maidan" agora tentam ocultar este fato. Àquela época a Casa Ucraniana estava ocupada pela organização "Auto-Defesa", chefiada por Andrey Paruby.
5 - Não há liberdade de expressão. Na medida em que o "governo" em Kiev e os oligarcas, instalados como governadores regionais, impuseram censura estrita na mídia de massa e negam entrada aos jornalistas russos, há clara evidência de desinformação e manipulação da opinião pública.
O "Ocidente" está desempenhando um papel especial: por exemplo, imagens velhas de satélite de equipamento militar russo tomadas de exercícios militares de 2013 são apresentadas agora como informações novas de inteligência sobre concentração de tropas russas na fronteira da Ucrânia.
6 - A ausência de lei e ordem, que se manifesta, por exemplo, nas ruas das cidades ucranianas. Bandos vadios de neonazistas armados tornam óbvio que a criação de um governo realmente legítimo em Kiev é um problema bastante difícil.
O linchamento de membros do parlamento e candidatos presidenciais como Oleg Tsarev em Kiev, a suspensão da campanha eleitoral por Yulia Timoshenko, e muitos outros "incidentes" sugerem que as eleições presidenciais marcadas para maio de 2014 não podem ser consideradas como qualquer outra coisa além de uma farsa.
Antes do golpe em 21 de fevereiro, a solução mais adequada para a crise política teria sido aquela baseada no acordo mediado pela Polônia, Alemanha e EUA. Isto é, a dissolução do Parlamento e a formação de um corpo legislativo interino com participação proporcional e direitos garantidos para todas as regiões ucranianas.
Desde o golpe tal cenário se complicou, se não se tornou impossível graças ao rápido desenvolvimento de um certo número de conflitos internos. O conflito entre os habitantes do oeste e do sudeste da Ucrânia; o conflito entre aqueles que se consideram apoiadores do "Maidan" e aqueles que se consideram "Anti-Maidan"; entre nacionalistas ucranianos radicais cujos líderes estão, estranhamento, em contato extremamente próximo com oligarcas judeus, e cidadãos que apoiam a continuidade do desenvolvimento do país dentro do esquema da civilização russo-eurasiana.
8 - Como os EUA, e mesmo a UE, deliberadamente incitam a escalada dos conflitos ao mesmo tempo que levantam acusações contra a Rússia, a situação na Ucrânia está agora longe de ser resolvida. O que seria necessário seria uma intervenção mais ativa de membros do Conselho de Segurança da ONU como a China, bem como dos países da Ásia, África, America Latina, e todos os países considerando o mundo multipolar como a forma mais adequada para o desenvolvimento futuro da comunidade humana na Terra.